“Tudo tem seu tempo” é o tema da nova campanha do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, comandada por Damares Alves. A campanha que visa a abstinência sexual como prevenção da gravidez na adolescência, tem gerado muitas polêmicas no Facebook. Quem nada leu sobre a proposta está distorcendo fatos e tentando denegrir, uma vez mais, o trabalho da referente ministra.
Se no Brasil o forte da Direita Conservadora é criar fake news, a Esquerda adora distorcer fatos. Muitas campanhas do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) sequer são lidas e já são rechaçadas. Vamos entender melhor o que dizem as más línguas e qual é, de fato, a proposta de Damares.
O que está sendo dito sobre a campanha? De acordo com posts em redes sociais, a intenção do plano é tirar aulas de educação sexual da rede pública e no lugar pregar a abstinência sexual para evitar a gravidez. Todos precisamos concordar que as aulas sobre os órgãos reprodutores são de fundamental importância aos adolescentes e tirá-las da educação básica podem causar prejuízos educacionais até mesmo para a vida adulta. Já imaginou, um homem ou uma mulher, não saberem quais as funções de seus órgãos genitais? Precisamos conhecer como nosso corpo funciona e o que ocorre com ele. Dentro das aulas de biologia, os educadores ainda instruem os alunos sobre métodos contraceptivos, que são importantes não apenas para evitar a gravidez precoce como também para prevenir as Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST’s). Assim, simplesmente pregar a abstinência sem uma educação não traria resultados positivos ao país, já que os agora adolescentes ainda não saberiam se cuidar na vida adulta.
Porém, como veremos a seguir, há um abismo enorme entre o que está sendo dito e o que, de fato, a campanha prega. De acordo com Damares e de um estudo feito em parceria com o Ministério da Saúde, comandado por Luiz Henrique Mandetta, no Brasil os jovens estão iniciando a vida sexual aos 12, 13 anos, e precisamos concordar que isso é muito cedo. Os dados também apontam que o índice de gravidez na adolescência reduziu muito nos últimos anos, mas em nosso país ainda há o maior número de gravidez precoce em toda América Latina. Damares, afirma que essa redução é resultado dos trabalhos feitos nas escolas, por isso as aulas sobre sistema reprodutor e educação sexual não deixarão de existir, as escolas poderão e deverão sim continuar falando sobre isso. A única diferença é que o assunto irá além do sistema reprodutor e da educação sexual.
Um dado importante que foi ressaltado no estudo da Ministra é que a maioria dos casos de gravidez na adolescência ainda ocorre entre população mais pobre e carente do nosso país. E quando falamos em carência, não nos referimos apenas a bens materiais, mas também a carência de afeto – na maioria das vezes, é essa a carência que mais faz mal. Entre esses jovens, muitos não possuem o pai ou mãe, vivem negligenciados, sem uma estrutura familiar propícia para um desenvolvimento psicológico saudável. A gravidez precoce acaba por agravá-la.
Outros estudos demonstram que mulheres pobres que foram mães cedo acabam recebendo salários mais baixos ao longo da vida. Isso ocorre devido um abandono nos estudos causados pela gestação. Tendo um filho para sustentar, a adolescente precisa trabalhar e, sem escolaridade e idade adequada, acaba trabalhando em locais que pagam menos e assim perpetua sua pobreza.
Damares também ressalta que não haverá uma proibição, afinal ninguém teria como controlar, fiscalizar tal ato. A proposta é uma conversa franca e sincera com os nossos jovens sobre a importância de um amadurecimento pessoal e emocional antes do início da vida sexual. A prevenção não é apenas da gravidez, mas também das infecções que um jovem pode adquirir, sendo que algumas delas podem deixar sequelas ou sequer possuem cura ainda, como é ocaso do HIV.
A ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos está prezando por isso. Sabemos que mais de 30 milhões de famílias são chefiadas por mulheres no Brasil. Na maioria, o pai da criança simplesmente não assume ou some mundo a fora. O trabalho de educar também o psicológico e o emocional de nossos jovens, demonstra uma profunda preocupação com o futuro. Se a família é nosso primeiro contato com a sociedade, que essa experiência possa ser a melhor para um maior número possível de pessoas, como afirma a ética Utilitarista. Que nossos jovens possam ter um futuro promissor e, no momento certo, uma família saudável.
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