Na quarta-feira, dia 24 de maio, um momento histórico para o Brasil onde 180 mil pessoas marcharam em Brasília exigindo a derrubada do desgoverno Michel Temer, Diretas Já e com a pauta unificada por nenhum direito a menos, também aconteceu uma das maiores repressões, resultando em diversas pessoas feridas
“Cavalaria…Parem a cavalaria, não ataquem o nosso povo”! Na quarta-feira, dia 24 de maio, um momento histórico para o Brasil onde 180 mil pessoas marcharam em Brasília exigindo a derrubada do desgoverno Michel Temer, Diretas Já e com a pauta unificada por nenhum direito a menos, também aconteceu uma das maiores repressões, resultando em diversas pessoas feridas. Desde Brasília, companheiros como Tairi Zambenedetti, Charles Reginatto, Adi Spezia, do Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA), traziam informações para nós sobre como estava a movimentação. Gean Carlos Roth de Chapecó/SC também reportava especialmente falando sobre a violência da polícia contra todos/as que estavam em luta na quarta-feira.
A Palavra Nua veste-se hoje com o
sentimento de solidariedade a essas pessoas que nos informaram pelo dia todo.
Vale dizer, a quem apenas ouviu e assistiu os registros da imprensa da direita
que a marcha foi pelos direitos de todos os trabalhadores e trabalhadoras.
Mesmo com tantos escândalos e falta de coerência no cenário político
Brasileiro, continuamos com um presidente ilegítimo, com um congresso violento
que segue tentando votar a reforma trabalhista e a reforma da previdência, para
entregar ao grande capital tudo aquilo que nos é de direito, vendendo nossas
riquezas e nossa vida.
Na quarta-feira, Tairi nos informava
a respeito da condução da marcha. Enquanto muito se divulgou acusando as
pessoas de vandalismo, Tairi nos transmitia A Outra Informação: “A orientação
foi de mantermos uma manifestação pacífica, para não reagir provocações, porém,
faz meia hora que bombas de efeito moral foram jogadas nas pessoas, não existe
nada que justifique isso. Muito provável que alguém tenha se ferido com essa
atitude desproporcional da polícia”. E ele seguia informando: “O confronto
acontece na parte da frente e do lado direito da esplanada. A polícia veio para
cima do povo para dispersar, jogou um monte de bomba. A gente estava à 800
metros do Congresso e sentiu o cheiro do gás. Nesse ato da polícia umas cinco
mil pessoas dispersaram e agora parece que o confronto diminuiu um pouco,
estamos voltando para frente”.
A Jornalista Adi Spezia tentou
gravar um vídeo com o militante Charles Reginatto e não foi possível continuar
gravando em razão das bombas que foram lançadas inclusive de cima de
helicópteros. Ainda na quarta-feira, uma policial civil do Rio Grande do Sul
ficou ferida pela polícia do Distrito Federal que atuou de forma brutal, tendo
o aval de Michel Temer, que enviou a cavalaria para dispersar as pessoas. Temer
convocou o exército para reprimir a mobilização mostrando assim, a consolidação
do estado de exceção. “Fica autorizado o
emprego das forças armadas para a garantia da lei e da Ordem no Distrito Federal
no período de 24 a 31 de maio de 2017”, diz o documento. Além disso, o
jovem de Araranguá, estudante do IFSC, foi afastar uma bomba que a polícia jogou
e ela explodiu em sua mão, ele passou por cirurgia.
Em meio a todo esse golpe, Charles
Reginatto (MPA) faz uma reflexão sobre o que esse desgoverno representa para
nós. “Os rentistas e a imprensa brasileira golpista foram os principais
beneficiários do golpe. Michel Temer permaneceria no Governo até que
conseguisse passar para o capital estrangeiro as nossas riquezas, fortalecer a
imprensa da direita e promover a reforma trabalhista e previdenciária. No
momento que ele não entregou essa fatura, automaticamente o capital e a
imprensa se afastaram junto do Congresso Nacional. É um governo que se fragiliza.
Michel Temer não permanecerá mais na presidência mas a sua saída não se dará
por uma ‘simples’ renúncia e com isso, os que mais são afetados somos nós, a
classe trabalhadora explorada”.
É importante ressaltar também, que na
quarta-feira enquanto em Brasília se vivenciava a repressão, no Pará, “a Comissão
Pastoral da Terra (CPT) confirmou um massacre, uma chacina, no município de
Redenção, sudeste do Pará, contra camponeses e camponesas. Informações
preliminares mostram que 9 homens e uma mulher foram assassinados pelas
polícias Civil e Militar durante reintegração de posse em fazenda ocupada pelos
trabalhadores e trabalhadoras rurais sem-terra”. Nossa solidariedade também ao
Pará que nesse momento sofre perdas imensuráveis, causadas pelo terror desse sistema
Capitalista. Não podemos descansar enquanto tivermos um povo, um companheiro/a
sofrendo, nós vamos permanecer em luta, denunciando as atrocidades. Até a
vitória.
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