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DIA NACIONAL DA CONSERVAÇÃO DO SOLO

Última atualização: 2019/04/18 2:29:06


Existem três datas para comemorar o dia da conservação do solo: 15 de abril (Dia Nacional da Conservação do Solo); 22 de abril (Dia Internacional da Mãe Terra) e 5 de dezembro (Dia Mundial do Solo). As três nos levam a pensar sobre como tratamos a terra.

O Dia Internacional do Solo foi estabelecido durante o XXVII Congresso Mundial de Ciência do Solo, em Bangkog, Tailândia, em 2002, pela Sociedade Internacional de Ciência do Solo (IUSS). Foi escolhido o dia de 5 de dezembro como homenagem ao Rei da Tailândia, Bhumibol Adulyadej, em função de sua dedicação em promover a ciência do solo, enfatizando a conservação do solo como uma questão ambiental.

A outra data, o Dia Internacional da Mãe Terra (22 de abril), foi criado nos Estados Unidos pelo Senador Gaylord Nelson, falecido em 2005, e depois estendida para quase todos os países. O objetivo principal desse dia é conscientizar sobre a necessidade da preservação e conservação dos recursos naturais.

E no dia 15 de abril comemoramos o Dia Nacional da Conservação do Solo, conforme a promulgação da Lei Federal n. 7.876, de 13/11/1989. A escolha dessa data foi em homenagem a Hugh Hammond Bennett, o pai da conservação do solo nos Estados Unidos. Esse dia propõe uma reflexão sobre a conservação dos solos e a necessidade da utilização adequada desse recurso natural.

CONSERVAÇÃO DO SOLO E SEGURANÇA ALIMENTAR

Tem sido difundido na sociedade o conceito de “segurança alimentar”, dado a importância dos alimentos, em quantidade e qualidade, para a sobrevivência do ser humano. Considerando que o solo é a base para a produção de praticamente todos os alimentos pode-se afirmar que, dado a essa importância, o solo deve também ser tratado sob o enfoque, segurança, ou seja, segurança do solo, e mais, que esta deve anteceder a preocupação com a segurança alimentar.

A importância do solo é tão grande e fica demonstrado, assim que as diferentes instituições do planeta têm compreendido cada vez melhor que a função do solo transcende a produção de alimentos, uma vez que este recurso exerce também outras funções importantes ao ser humano, como receber, estocar e liberar água, reciclar nutrientes, proteger contra enchentes, sequestrar carbono e abrigar boa parte da biodiversidade do planeta.

A ciência já demonstrou que em média a natureza leva cerca de 400 anos para criar uma camada de apenas um centímetro de solo fértil, enquanto que o seu mau uso e manejo pode ocasionar a perda dessa camada em um período de tempo muito curto. Em razão disso, estimativas alertam que nos últimos 150 anos, um montante de até metade dos solos férteis do planeta foram degradados, significando perdas da ordem de 5 a 7 milhões de hectares anualmente.

A CIDADE TAMBÉM DEPENDE DO SOLO PARA SOBREVIVÊNCIA

Atualmente, mais de 80% da população brasileira reside nos centros urbanos e conforme já salientado essa população depende do solo para sua sobrevivência. No entanto a noção dos cidadãos que vivem nas cidades a respeito da importância do solo é bastante reduzida, inclusive com o conceito errôneo de que esse recurso tem uso ilimitado e infinito. Assim, reveste-se de muita importância informar corretamente as populações urbanas, tanto sobre a importância do solo, quanto sobre os cuidados que se deva ter no seu uso.

Essa reflexão precisa ser feito e chamo a atenção de toda população, urbana e rural no sentido de tratarmos com mais carinho o nosso solo. Todos que usam o solo deveriam ter o mínimo de noção que se não cuidarmos do solo, em pouco tempo teremos grandes problemas de controle de erosão, baixa produtividade, aumento dos custos de produção em função do uso exagerado de agroquímicos e correções que necessitam ser em feitas.

E o povo da cidade ou urbano como pode contribuir para termos solo de qualidade e por consequência consumir produtos de qualidade, limpos e sem contaminantes. Talvez é conhecer um pouco mais de onde vem o alimento que consome todos os dias. Pesquisar como está sendo produzidos os alimentos. Quais as tecnologias usadas pelos produtores rurais, enfim a cidade tem uma relação direta com a forma como os agricultores usam e conservam o solo. 

EXEMPLOS DE CONSERVAÇÃO DO SOLO E ÁGUA



O Paraná vem realizando, desde a década de 70 do século anterior, grandes esforços na recuperação e preservação do solo, com resultados exitosos em muitas regiões do Estado e em muitos momentos desse período. Com isso o estado passou ser referência para o mundo no que diz respeito ao trato com solo, graças ao esforço de um grande contingente de técnicos e entidades.

Outros estados como Rio Grande do Sul e o estado catarinense também tem bons exemplos de práticas conservacionistas do solo. Isso se deve ao grande trabalho desenvolvido pela Embrapa, Emater e Epagri. Profissionais preocupados em adotar tecnologias que poluam menos, produzam mais e conservam o nosso solo.

No entanto, o entendimento equivocado e até mesmo o esquecimento dos fundamentos básicos de solo, bem como do conjunto de fatores que ocasionam a degradação do solo, fizeram com que passássemos a ter grandes prejuízos ao solo ocasionado principalmente pela erosão hídrica. Assim, retornaram em muitas paisagens do nosso Estado, as marcas desse fenômeno.

A retomada do processo erosivo, o qual vem se acentuando desde o início da primeira década desse século, demanda atenção especial da classe agronômica, dado que é essa categoria profissional que detém conhecimentos e representação política capaz de corrigir os problemas de degradação dos solos, bem como dos outros recursos naturais diretamente ligados a ele a exemplo das águas de superfície. Tem se tornado cada vez mais evidente que o conceito de conservação do solo deve ser ampliado, considerando a interação desse recurso com a água, dada a interdependência desses dois recursos naturais, uma vez que o solo é dependente do bom manejo da água para garantir a sua conservação e capacidade produtiva, mas a água depende do bom manejo do solo para garantir a sua disponibilidade nos aspectos qualidade e quantidade.

RAINHA DA CONSERVAÇÃO E MANEJO DO SOLO

Nascida na Áustria, em 1920, Ana Maria Primavesi é uma renomada engenheira agrônoma naturalizada brasileira. Formada em 1942, ela é grande responsável por diversos avanços no estudo das ciências do solo em geral, especialmente no seu manejo ecológico. É uma das mais importantes pesquisadoras da agroecologia e da agricultura orgânica.

Ao longo de sua vida, sempre buscou meios para o manejo do solo de forma consciente, integrada com o meio ambiente, além de uma agricultura que privilegiasse a atividade biológica do solo com um elevado teor de matéria orgânica. Sempre defendeu a substituição de insumos químicos pela aplicação de técnicas como a adubação verde, controle biológico de pragas, entre outras. Uma de suas contribuições foi a compreensão do solo como organismo vivo e possuindo diversos níveis de interação com a planta. Segundo ela, as diversas doenças e pragas que cada vez mais aparecem no mundo, tem relação com a agricultura convencional.

Nada mais apropriado que dedicarmos as nossas homenagens no dia nacional de conservação do solo a uma grande pessoa que se dedicou a vida toda a produção sustentável, usando o solo de forma respeitosa e adequada aos princípios conservacionistas.

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