Os macacos não transmitem a febre amarela. Eles são vítimas da doença e sinalizam a circulação do vírus na região
A Diretoria de Vigilância Epidemiológica de Santa Catarina
(Dive), vinculada à Superintendência de Vigilância em Saúde (SUV), da
Secretaria de Estado da Saúde, confirmou nesta quinta-feira, 4, o registro da
primeira morte de macaco por febre amarela no Estado. A coleta do material para
análise foi feita no dia 20 de março, após um morador encontrar o macaco, da
espécie bugio, morto em uma área de mata no município de Garuva, no Norte do
Estado. As amostras foram encaminhadas para o Laboratório Central de Saúde
Pública de Santa Catarina (Lacen) e seguiram para a Fiocruz, do Paraná,
laboratório de referência para o Estado.
Os macacos não transmitem a febre amarela. Eles são vítimas
da doença e sinalizam a circulação do vírus na região. Por isso, ao encontrar
um macaco doente ou morto, a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) deve ser
comunicada imediatamente.
Estratégias de vigilância
Na tarde desta quinta-feira, 4, a Dive realizou na sede da
Defesa Civil, em Florianópolis, uma videoconferência para discutir propostas de
intensificação da vacinação contra a febre amarela, com base na avaliação das
principais áreas de risco. Participaram da reunião, os profissionais de saúde
que atuam em áreas de vigilância epidemiológica e atenção básica das gerências
regionais do Estado e dos municípios.
De acordo com o gerente de zoonoses da Dive, João Fuck, esse
trabalho é importante para protegermos a população catarinense da doença “O
vírus está aqui, circulando pelo Estado, e precisamos trabalhar em conjunto,
notificando situações de macacos mortos ou doentes e reforçando as estratégias
de vacinação, melhor forma de prevenção da doença”, esclareceu.
Em 28 de março de 2019, Santa Catarina já havia confirmado o
primeiro caso de febre amarela autóctone (contraída dentro do Estado) em humano
com morte. O paciente era um homem de 36 anos que não havia se vacinado. Ele
morava em Joinville, no Norte do Estado.
Por isso, Maria Teresa Agostini, diretora da Dive, reforça o pedido: “Todas as pessoas acima de 9 meses devem procurar uma sala de vacina para receber a dose que protege contra a febre amarela para a vida toda.”
Reforçando as ações de intensificação da vacinação contra a
febre amarela, no dia 11 de abril, às 15h30, será realizado um Fórum Aberto
online sobre o assunto para profissionais da atenção básica dos municípios. A
médica infectologista da Gerência de Vigilância de Zoonoses, Marise Mattos e a
gerente de Imunização e Doenças Imunopreveníveis, Lia Quaresma Coimbra, vão
falar sobre os casos suspeitos de febre amarela estratégias de vacinação.
Campanha Estadual de Vacinação Contra a Febre Amarela
Devido às baixas coberturas vacinais, em 20 de março Santa
Catarina deu início à Campanha de Vacinação Contra a Febre Amarela que vai até
o dia 20 de abril. Nesse período, todos os moradores devem procurar um posto de
saúde para tomar a vacina contra a doença.
A Dive informa que distribuiu o quantitativo de doses da
vacina contra a febre amarela para as 17 regionais de saúde do Estado até o dia
3 de abril de 2019. O Ministério da Saúde (MS) enviou para o Estado 1.300.000
doses (em janeiro de 2019, 500 mil doses; em fevereiro de 2019, o quantitativo
foi de 200 mil doses; e em março de 2019, recebeu 600 mil doses). Até o momento
a cobertura vacinal está em 61,47%, considerando doses aplicadas entre 1994 e
2019.
A previsão de recebimento da próxima remessa enviada pelo
Ministério da Saúde é de 300 mil doses até o dia 14 de abril.
Quantidades de doses de vacina por gerências de saúde
De janeiro a 4 de abril
Araranguá 90.250
Blumenau 138.000
Centro de Referência de Imunobiológicos Especiais (Crie) 800
Chapecó 25.000
Concórdia 8.000
Criciúma 190.000
Florianópolis 168.390
Itajaí 148.000
Jaraguá do Sul 63.000
Joaçaba 10.500
Joinville 210.000
Lages 10.000
Mafra 15.000
Rio do Sul 104.000
São Miguel do Oeste 6.000
Tubarão 160.250
Videira 14.000
Xanxerê 7.000
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