Nosso presidente assumiu o poder com a missão impossível: tirar o Brasil do fundo do poço, que parece não ter fim. Todo o eleitorado sabe que o Brasil precisa de inúmeras reformas para dar início às melhorias e que tais mudanças requer um pouco de paciência e compreensão de todos. O método e o alvo de garimpar recursos financeiros tem causado uma série de impasses por parte da população e dos universitários.
É na Educação que os presidentes encontram a solução imediata para segurar o dinheiro.
Entre os anos de 2011 e 2016, durante o governo de Dilma Rousseff (PT), tivemos o período de maior dano na Educação: foi tirado mais de 16 bilhões, sendo 10,5 bilhões sob o slogan “Pátria Educadora” no seu segundo mandato, prejudicando milhares de alunos da educação básica ao superior.
O resultado do descaso com a Educação não poderia ser diferente: nas últimas edições do
Programa Internacional de Avaliação de Alunos (Pisa), principal exame para medir a qualidade da educação no mundo, o Brasil aparece em destaque entre as piores. Na edição de 2017, ficamos em 63º lugar entre 70 países, ficando na frente da Macedônia, Tunísia, Kosovo, Argélia e República Dominicana.
Para conter a dívida pública Jair Bolsonaro (PSL), em comunhão com Abraham Weintraub, Ministro da Educação, bloquearam 3,4% da Educação. Os mesmos chegaram a postar um vídeo nas redes sociais mostrando a proporção do quanto representa o corte orçamentário: num montante de 100 bombons tiraram três e meio e pronto! Assim, o reajuste na Educação é algo “mínimo”.
Vamos observar como a “pequena” cifra dos 3,5% funciona:
As bolsas oferecidas pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior – CAPES estão sendo afetadas, principalmente no mestrado e doutorado. O aluno, juntamente com professores do seu curso, desenvolve pesquisas relevantes para a sociedade: incluem remédios e tratamentos contra diferentes doenças, como câncer e diabetes. Tudo isso a disposição da população através dos Hospitais Universitários.
Há ainda as pesquisas das áreas de Humanas e da Educação, que estudam o desenvolvimento de crianças com síndromes, autismo e outras deficiências cognitivas, analisando métodos para ajudá-las em seu desenvolvimento.
Na graduação a maioria dos bolsistas das universidades públicas são ex-alunos de escolas públicas que deixam suas famílias a fim de conseguir estudar. Aqui as bolsas são de permanência, a partir de uma seleção feita pela secretaria da própria universidade, analisando o perfil socioeconômico do estudante. Para ganhar a bolsa, o aluno desenvolverá algum trabalho dentro do campus, seja na biblioteca, na secretaria ou em algum laboratório da instituição. Nem todas as bolsas são pagas em dinheiro, mas em vale refeição para o almoço ou jantar oferecido pelo próprio restaurante universitário. Para mantê-la, não pode reprovar em nenhuma disciplina.
Os alunos bolsistas, em sua grande maioria, moram em repúblicas e longe do centro. Não recebem férias ou décimo terceiro. Durante os meses de férias (julho, dezembro, janeiro e fevereiro) não há pagamento.
Na graduação o valor das bolsas fica em torno de R$ 500,00 nas universidades federais e R$ 400,00 nas estaduais. Ou seja, um valor baixo, que apenas ajuda a pagar despesas mensais, sendo que precisa ser complementado com algum outro emprego. Sem esses auxílios os bolsistas não têm como se manter na universidade.
Enquanto todos os governos cortam da Educação, nossos políticos gozam de várias regalias: locação ou fretamento de aeronaves, serviços de segurança prestados por empresa especializada, verba gabinete, auxílio saúde, auxílio paletó, carros oficiais, passagens aéreas, gerando mensalmente gastos de milhões de reais.
Agora o Supremo Tribunal Federal – STF, está preocupado em manter as aparências do Brasil, suas refeições institucionais devem ser regadas do que há de melhor na cozinha para agradar as lideranças estrangeiras. O cardápio da vez: lagostas e bebidas finas. Valor: mais de um milhão de reais aos cofres públicos, num único jantar.
Para não perder de vista: segundo a Procuradoria Geral da Fazenda Nacional (PGFN) as dívidas com o Instituto Nacional do Seguro Social – INSS aumentam significativamente a cada ano. Entre os devedores temos: JBS, da Friboi, Itaú Unibanco, Bradesco, entre outros. Somando tudo daria uns bons bilhões aos fundos da União.
É coerente castigar os pobres para beneficiar os ricos? Esse é o tipo de nacionalismo defendido por Bolsonaro?
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