Das três cidades que poderiam ter segundo turno, Florianópolis foi a única que resolveu a eleição neste domingo (15), com a vitória de Gean Loureiro
Medidas sanitárias para combater a pandemia do coronavírus,
atraso na divulgação da apuração e um alto índice de abstenção marcaram as
eleições municipais em Santa Catarina.
Para o TRE-SC (Tribunal Regional Eleitoral) apesar desses
fatos, as eleições municipais no Estado foram avaliadas de forma positiva. O
primeiro prefeito eleito em Santa Catarina foi conhecido às 17h21. Ari Bagúio
(PL), do município de Ponte Alta do Norte, na região serrana do Estado, obteve
1.089 (52,28%).
Das três cidades que poderiam ter segundo turno,
Florianópolis foi a única na qual a disputa foi resolvida no primeiro turno com
a reeleição do prefeito Gean Loureiro (DEM) com 53,46%, o que representa
126.144 dos votos válidos.
Em Joinville, Darci de Matos (PSD) que obteve 25,3% dos
votos válidos e Adriano Silva (Novo) com 22,98%, vão disputar o segundo turno
no dia 29 de novembro. Em Blumenau, a disputa será entre Mário Hildebrandt
(PODE) que atingiu 42,53% e João Paulo Kleinübing (DEM) com 15,56%.
Segundo o TRE-SC, foram substituídas 161 urnas eletrônicas,
o que representa 1,16% das 13.641 das urnas utilizadas na eleição em Santa
Catarina. Por falar nas urnas, das 52 ocorrências policiais registradas pelo
Tribunal, uma delas foi um eleitor detido após escrever o número de um
candidato em uma das máquinas.
Das ocorrências policiais registradas pelo TRE-SC, quatro
envolveram candidatos e, as demais, eleitores. Foram 14 prisões de eleitores,
sendo dez por boca de urna e arregimentação de eleitores e quatro por corrupção
eleitoral.
Em um dos casos policiais, um indivíduo foi abordado por
policiais militares tentando coagir eleitores. Ele foi convidado a se retirar
do local, mas segundo a PM, o rapaz desacatou os policiais e os agrediu. Como
reação, os agentes efetuaram disparos de menor potencial ofensivo para conter o
eleitor.
28% não votaram em Florianópolis
Os dados iniciais do TRE-SC apontam um crescimento no número
de abstenções. Resultados fornecidos pelo Tribunal Regional Eleitoral informam
que em Florianópolis, o índice foi 28,65%, ou seja, 102.311 eleitores não
compareceram a votação.
Em 2016, esse número foi de 12,25%. Em Joinville, maior
colégio eleitoral do Estado, 101.407 (25,13%) dos eleitores não compareceram às
urnas. Há quatro anos esse índice foi de 8,47%. Em Blumenau, o índice de
abstenção foi um pouco maior 27,07% (66.873), em 2016 o número foi de 9,05%.
Houve demora na divulgação dos resultados por parte do TSE
(Tribunal Superior Eleitoral) na eleição deste ano. O resultado final da
eleição em todos os municípios de Santa Catarina só foi conhecido por volta da
1h.
Considerando as capitais do país, até 1h45 ainda não havia
100% dos votos apurados em São Paulo e Maceió. O Tribunal justificou o atraso
devido a uma lentidão no processo de soma dos votos. Segundo o TSE, os dados
foram remetidos normalmente pelos Tribunais Regionais Eleitorais e
recepcionados normalmente pelo banco de totalização, porém o somatório do
conteúdo estava de forma mais lenta que o previsto.
Nessa eleição, o tribunal centralizou a divulgação dos
resultados, ao contrário do que aconteceu em pleitos anteriores, quando os
tribunais regionais eram os responsáveis por publicar os dados.
“Eu quero dizer que as eleições em si foram um sucesso. A
Justiça Eleitoral, por meio de seus servidores, juízes e promotores eleitorais,
que trabalharam excessivamente e cumpriram à risca tudo o que estava dentro do
planejamento. Assim, as eleições ocorreram da forma esperada. Os resultados é que
demoraram um pouco mais, mas não foi por conta do TRE-SC. Todos os dados dos
juízos eleitorais foram transmitidos a tempo e modo ao TSE e houve um certo
congestionamento, o que provocou o atraso”, disse o presidente do TRE-SC,
desembargador Jaime Ramos.
Justiça Eleitoral afasta elo entre falha inédita e hackers
O TSE atribuiu ontem à noite o atraso na divulgação dos
resultados da eleição municipal à falha em um super computador. Foi afastado
qualquer problema no sistema de totalização e apuração dos votos, ou mesmo
relação entre a lentidão e ataques hackers feitos contra o sistema.
A falha no sistema de totalizar os votos que causou o atraso
na apuração é inédita desde a adoção da urna eletrônica, em 1996. O motivo mais
provável é uma mudança na forma como a Justiça Eleitoral passou a somar os
votos.
Em vez de 27 data centers nos tribunais regionais
eleitorais, essa totalização passou a ser feita apenas no TSE. Questionado
sobre a mudança, o presidente do TSE, Luís Roberto Barroso, afirmou que desde o
primeiro momento não teve “simpatia” com a decisão, mas a mudança já estava
estabelecida quando ele assumiu a presidência da Corte, em maio. Segundo o
ministro, “muito possivelmente” a novidade pode estar na origem da
instabilidade sofrida com a totalização.
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