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Eleição municipal é marcada por alta abstenção e demora nos resultados em SC

Das três cidades que poderiam ter segundo turno, Florianópolis foi a única que resolveu a eleição neste domingo (15), com a vitória de Gean Loureiro

Última atualização: 2020/11/16 10:17:47



Medidas sanitárias para combater a pandemia do coronavírus, atraso na divulgação da apuração e um alto índice de abstenção marcaram as eleições municipais em Santa Catarina.

Para o TRE-SC (Tribunal Regional Eleitoral) apesar desses fatos, as eleições municipais no Estado foram avaliadas de forma positiva. O primeiro prefeito eleito em Santa Catarina foi conhecido às 17h21. Ari Bagúio (PL), do município de Ponte Alta do Norte, na região serrana do Estado, obteve 1.089 (52,28%).

Das três cidades que poderiam ter segundo turno, Florianópolis foi a única na qual a disputa foi resolvida no primeiro turno com a reeleição do prefeito Gean Loureiro (DEM) com 53,46%, o que representa 126.144 dos votos válidos.

Em Joinville, Darci de Matos (PSD) que obteve 25,3% dos votos válidos e Adriano Silva (Novo) com 22,98%, vão disputar o segundo turno no dia 29 de novembro. Em Blumenau, a disputa será entre Mário Hildebrandt (PODE) que atingiu 42,53% e João Paulo Kleinübing (DEM) com 15,56%.

Segundo o TRE-SC, foram substituídas 161 urnas eletrônicas, o que representa 1,16% das 13.641 das urnas utilizadas na eleição em Santa Catarina. Por falar nas urnas, das 52 ocorrências policiais registradas pelo Tribunal, uma delas foi um eleitor detido após escrever o número de um candidato em uma das máquinas.

Das ocorrências policiais registradas pelo TRE-SC, quatro envolveram candidatos e, as demais, eleitores. Foram 14 prisões de eleitores, sendo dez por boca de urna e arregimentação de eleitores e quatro por corrupção eleitoral.

Em um dos casos policiais, um indivíduo foi abordado por policiais militares tentando coagir eleitores. Ele foi convidado a se retirar do local, mas segundo a PM, o rapaz desacatou os policiais e os agrediu. Como reação, os agentes efetuaram disparos de menor potencial ofensivo para conter o eleitor.

28% não votaram em Florianópolis

Os dados iniciais do TRE-SC apontam um crescimento no número de abstenções. Resultados fornecidos pelo Tribunal Regional Eleitoral informam que em Florianópolis, o índice foi 28,65%, ou seja, 102.311 eleitores não compareceram a votação.

Em 2016, esse número foi de 12,25%. Em Joinville, maior colégio eleitoral do Estado, 101.407 (25,13%) dos eleitores não compareceram às urnas. Há quatro anos esse índice foi de 8,47%. Em Blumenau, o índice de abstenção foi um pouco maior 27,07% (66.873), em 2016 o número foi de 9,05%.

Houve demora na divulgação dos resultados por parte do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) na eleição deste ano. O resultado final da eleição em todos os municípios de Santa Catarina só foi conhecido por volta da 1h.

Considerando as capitais do país, até 1h45 ainda não havia 100% dos votos apurados em São Paulo e Maceió. O Tribunal justificou o atraso devido a uma lentidão no processo de soma dos votos. Segundo o TSE, os dados foram remetidos normalmente pelos Tribunais Regionais Eleitorais e recepcionados normalmente pelo banco de totalização, porém o somatório do conteúdo estava de forma mais lenta que o previsto.

Nessa eleição, o tribunal centralizou a divulgação dos resultados, ao contrário do que aconteceu em pleitos anteriores, quando os tribunais regionais eram os responsáveis por publicar os dados.

“Eu quero dizer que as eleições em si foram um sucesso. A Justiça Eleitoral, por meio de seus servidores, juízes e promotores eleitorais, que trabalharam excessivamente e cumpriram à risca tudo o que estava dentro do planejamento. Assim, as eleições ocorreram da forma esperada. Os resultados é que demoraram um pouco mais, mas não foi por conta do TRE-SC. Todos os dados dos juízos eleitorais foram transmitidos a tempo e modo ao TSE e houve um certo congestionamento, o que provocou o atraso”, disse o presidente do TRE-SC, desembargador Jaime Ramos.

Justiça Eleitoral afasta elo entre falha inédita e hackers

O TSE atribuiu ontem à noite o atraso na divulgação dos resultados da eleição municipal à falha em um super computador. Foi afastado qualquer problema no sistema de totalização e apuração dos votos, ou mesmo relação entre a lentidão e ataques hackers feitos contra o sistema.

A falha no sistema de totalizar os votos que causou o atraso na apuração é inédita desde a adoção da urna eletrônica, em 1996. O motivo mais provável é uma mudança na forma como a Justiça Eleitoral passou a somar os votos.

Em vez de 27 data centers nos tribunais regionais eleitorais, essa totalização passou a ser feita apenas no TSE. Questionado sobre a mudança, o presidente do TSE, Luís Roberto Barroso, afirmou que desde o primeiro momento não teve “simpatia” com a decisão, mas a mudança já estava estabelecida quando ele assumiu a presidência da Corte, em maio. Segundo o ministro, “muito possivelmente” a novidade pode estar na origem da instabilidade sofrida com a totalização.

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