A média móvel trimestral foi de – 6,1% no trimestre encerrado em abril. Na série sem ajuste sazonal, em relação a abril de 2019, o comércio varejista caiu 16,8%. Já o acumulado nos últimos 12 meses foi 0,7%
Em abril de 2020, o comércio varejista nacional recuou 16,8%
frente a março, na série com ajuste sazonal, queda mais acentuada da série
histórica iniciada em janeiro de 2000, refletindo os efeitos do isolamento
social. A média móvel trimestral foi de – 6,1% no trimestre encerrado em abril.
Na série sem ajuste sazonal, em relação a abril de 2019, o comércio varejista
caiu 16,8%. Já o acumulado nos últimos 12 meses foi 0,7%.
Os recuos de 16,8% no volume de vendas no varejo e de 17,5%
para o comércio varejista ampliado, em abril de 2020, foram as reduções mais
intensas das séries históricas, e intensificam o cenário de queda generalizada
nos indicadores por conta da pandemia. Todos os dez setores investigados
tiveram resultados negativos na comparação com março de 2020. Com isso, o
patamar de vendas atingiu seu ponto mais baixo da série, registrando os maiores
distanciamentos dos recordes históricos: 22,7% abaixo do nível recorde (outubro
de 2014) para o varejo e 34,1% abaixo do recorde (agosto de 2012) para o varejo
ampliado.
Todas as atividades registraram variações negativas na
passagem de março para abril (série com ajuste), e sete de oito no indicador
interanual. Do ponto de vista das Unidades da Federação, todas registraram
variações negativas tanto na passagem de março para abril (série com ajuste),
tanto no indicador interanual.
No confronto com abril de 2019, na série sem ajuste sazonal,
o comércio varejista teve queda de 16,8%, a mais acentuada da série histórica,
intensificando o recuo observado em março (-1,1%). No acumulado em 12 meses, ao
passar de 2,2% em março para 0,7% em abril, o indicador sinaliza forte perda no
ritmo de vendas.
O comércio varejista ampliado, frente a abril de 2019,
também teve recuo recorde (-27,1%), intensificando queda registrada em março
(-6,4%). No acumulando do ano, registrou recuo de 6,9%, após estabilidade em
março. No acumulado nos últimos doze meses, passou de 3,3% até março para 0,8%
até abril, com perda no ritmo de vendas.
Sete das oito atividades pesquisadas tiveram quedas
Na série com ajuste sazonal, na passagem de março para abril
de 2020, houve quedas em todas as oito atividades pesquisadas: Tecidos,
vestuário e calçados (-60,6%), Livros, jornais, revistas e papelaria (-43,4%),
Outros artigos de uso pessoal e doméstico (-29,5%), Equipamentos e material
para escritório, informática e comunicação (-29,5%), Móveis e eletrodomésticos
(-20,1%), Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e
cosméticos (-17,0%), Combustíveis e lubrificantes (-15,1%) e Hipermercados,
supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (-11,8%).
O comércio varejista ampliado recuou 17,5%, frente a março
de 2020, na série com ajuste sazonal, com as atividades de Veículos, motos,
partes e peças e Material de construção registrando queda de 36,2% e 1,9%,
respectivamente.
Em abril de 2020, em relação a abril de 2019, o comércio
varejista recuou 16,8%, atingindo sete das oito atividades pesquisadas. Os
destaques forma Tecidos, vestuário e calçados (-75,5%), Outros artigos de uso
pessoal e doméstico (-45,6%), Móveis e eletrodomésticos (-35,8%), Combustíveis
e lubrificantes (-25,3%), Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de
perfumaria e cosméticos (-9,7%), Equipamentos e material para escritório,
informática e comunicação (-45,4%) e Livros, jornais, revistas e papelaria (-65,6%).
Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (4,7%), foi
o único setor em alta nessa comparação, com menor intensidade que em março
(11,0%).
Com recuo de 27,1%, frente a abril de 2019, o resultado para
o comércio varejista ampliado, refletiu, principalmente, o desempenho das
atividades de Veículos, motos, partes e peças (-57,9%) e Material de construção
(-21,1%), totalizando nove das dez atividades nesse indicador.
Principais atividades
Tecidos, vestuário e calçados, com recuo de 75,5% em relação
a abril de 2019, teve a maior influência negativa na composição absoluta da
taxa para este indicador (-5,7 p.p. de um total de -16,8% do varejo). Com a
segunda variação negativa consecutiva (-39,7% em março de 2020 com relação a
março de 2019), o setor foi um dos que mais sofreram efeitos das medidas de
isolamento social. No cumulado no ano registrou -28,5% até abril, ante -12,4%
em março. No acumulado nos últimos 12 meses, observou-se uma trajetória
descendente iniciada em fevereiro (-0,2%), e seguida em março (-2,5%) e em
abril (-7,6%).
Outros artigos de uso pessoal e doméstico – lojas de
departamentos, óticas, joalherias, artigos esportivos, brinquedos etc – recuou
de 45,6% em relação a abril de 2019, intensificando trajetória negativa
iniciada em março (-18,0%). Foi a segunda maior contribuição negativa ao
resultado geral do varejo (-5,6 p.p.). O acumulado no ano registrou -12,3%,
ante -0,7% em março. No acumulado nos últimos 12 meses, variou 0,4%, seguindo
redução de ritmo já apresentada no mês anterior (5,0%).
Móveis e eletrodomésticos, com recuo de 35,8% em relação a
abril de 2019, o setor foi o terceiro maior impacto negativo (-3,3 p.p. de um
total de -16,8%), após recuo de 12,2% registrado em março. No acumulado no ano,
passou de 3,6% até março para -5,9% até abril, também afetado pela pandemia. No
acumulado nos últimos 12 meses, ao passar de 5,0% até março para 2,2% em abril,
o setor interrompe uma série de recuperação, iniciada em outubro de 2019 com
pico em fevereiro (5,5%).
Combustíveis e lubrificantes, com recuo de 25,3% em relação
a abril de 2019, foi a quarta maior contribuição negativa, refletindo a
diminuição de pessoas e veículos, com consequente queda nas vendas de
combustíveis. No acumulado do ano, ao passar de -3,4% até março para -9,0% até
abril, o setor mostra intensificação da trajetória negativa, que se repete
também no indicador anualizado (-0,2% em março e –2,1% em abril).
Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria
com queda de 9,7% ante abril de 2019, o setor interrompe série de 35 meses no
campo positivo para o indicador interanual. No acumulado no ano, passou de alta
de 9,0% até março para 4,3% até abril, devido aos efeitos da pandemia. No
acumulado nos últimos 12 meses, caiu de 7,3% até março para aumento de 6,2% em
abril, com redução da intensidade de crescimento.
Equipamentos e material para escritório, informática e
comunicação, tiveram recuo de 45,4% em relação a abril de 2019. O acumulado no
ano passou de -14,4% até março para -21,9% em abril. O acumulado nos últimos 12
meses foi de -7,0% ante -3,7 em março.
Livros, jornais, revistas e papelaria caiu 65,6% frente a
abril de 2019, com recorde no campo negativo para toda a série do setor no
indicador interanual. No acumulado no ano, ao passar de -8,8% até março para
-19,1% até abril atingiu novo recorde. No acumulado nos últimos 12 meses
(-16,0%), o indicador permanece negativo desde março de 2014 (-0,2%).
Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas
e fumo, com aumento de 4,7% frente a abril de 2019, registrou a única taxa
positiva. Apesar da atividade possuir o maior peso na Pesquisa, a contribuição
positiva (2,3 p.p) não foi suficiente para colocar o indicador no campo
positivo no mês de abril. O resultado do acumulado no ano, até abril (4,2%),
comparado a março (4,0%), mostrou estabilidade no ritmo. No acumulado nos
últimos 12 meses ficou estável, 1,8%, em abril ante 1,6% em março.
Varejo ampliado
Veículos, motos, partes e peças teve recuo de 57,9% em
relação a abril de 2019, recorde de variação negativa para atividade e maior
contribuição no resultado no mês para o varejo ampliado. O acumulado no ano até
abril caiu 17,9% ante mesmo período do ano anterior seguindo a trajetória de
março no campo negativo (-3,7%). O acumulado nos últimos 12 meses foi o único
indicador positivo, 1,3% até abril, ante queda dos meses anteriores: 10,1% em
janeiro; 8,7% em fevereiro e 7,0% em março.
Material de Construção, com recuo de 21,1% em relação a
abril de 2019, o setor contabiliza terceira taxa negativa consecutiva, (-1,9%
em fevereiro e -7,5% em março). O indicador acumulado no ano até abril mostra
recuo de 7,1%, queda maior que a registrada até março, 2,3%. O acumulado nos
últimos 12 meses, ao passar de 2,8% em março para 0,7% em abril, reduz a
trajetória de crescimento iniciado em agosto de 2019.
Quadrimestre inverte indicador com queda de 3%
Na passagem do terceiro quadrimestre de 2019 para o primeiro
quadrimestre de 2020 houve inversão das variações (de 3,0% para -3,0%). O
resultado negativo também é observado em sete das oito atividades: Tecidos,
vestuário e calçados (de 0,5% para -28,5%), Equipamentos e material para
escritório, informática e comunicação (de 3,6% para -21,9%), Outros artigos de
uso pessoal e doméstico (de 7,9% para -12,3%), Móveis e eletrodomésticos (de
10,2% para -5,9%), Livros, jornais, revistas e papelaria (de -8,9% para
-19,1%), Combustíveis e lubrificantes (de 0,6% para -9,0%) e Artigos
farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos (de 7,6% para
4,3%). Apenas o setor de Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios,
bebidas e fumo (de 0,5% para 4,2%) apresentou aumento no ritmo em relação ao
quadrimestre anterior.
No comércio varejista ampliado, também houve inversão de
variação entre o terceiro quadrimestre de 2019 e o primeiro quadrimestre (de
4,5% para -6,9%), sendo atingida tanto no setor de Material de construção (de
5,4% para -7,1%) quanto no de Veículos, motos, partes e peças (de 8,9% para
-17,9%).
Vendas do comércio caem em todas as 27 Unidades da Federação
De março para abril de 2020, na série com ajuste sazonal,
houve queda nas vendas do varejo em todas as 27 Unidades da Federação, com
destaque para: Amapá (-33,7%), Rondônia (-21,8%) e Ceará (-20,2%). Para a mesma
comparação, no comércio varejista ampliado, a variação negativa também se deu
nas 27 Unidades da Federação, com destaque para: Amapá (-31,6%), Espírito Santo
(-23,4%) e São Paulo (-23,3%).
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