A mais recente expedição do Censo dos Oceanos revelou uma descoberta singular nas profundezas do Atlântico Sul: uma esponja carnívora, apelidada de “bola da morte”, encontrada a 3,6 mil metros de profundidade nas proximidades das ilhas Sandwich do Sul, um remoto arquipélago vulcânico sob domínio britânico. O achado integra o projeto internacional lançado em 2023, que busca catalogar cem mil novas espécies marinhas ao longo de uma década, reunindo pesquisadores de diversas partes do mundo em uma das mais ambiciosas iniciativas científicas sobre biodiversidade oceânica.
Entre as cerca de 30 novas espécies identificadas na expedição, destacam-se vermes escamosos iridescentes, corais negros e crustáceos inéditos. Contudo, foi a “bola da morte”, de nome científico Chondrocladia sp., que provocou maior fascínio. Diferente das esponjas tradicionais, que se alimentam filtrando partículas suspensas na água, esta espécie apresenta uma estrutura esférica recoberta por minúsculos ganchos, utilizados para capturar e imobilizar pequenas presas, como larvas e crustáceos — um comportamento predatório inédito entre organismos desse tipo.
A cientista-chefe do projeto, Michelle Taylor, afirmou que menos de um terço das amostras coletadas foram analisadas até agora, mas os resultados já impressionam. “Até agora, analisamos menos de 30% das amostras coletadas, e já confirmamos 30 novas espécies”, destacou. “Isso mostra o quanto ainda desconhecemos sobre a biodiversidade das profundezas oceânicas.”
A descoberta reforça o mistério e a complexidade das regiões abissais, onde cada nova espécie revelada amplia os limites do conhecimento humano sobre a vida no planeta — e desafia a ciência a explorar o vasto e ainda enigmático universo que existe sob a superfície dos mares.













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