Home Expulsão de Alexandre Frota

Expulsão de Alexandre Frota

Última atualização: 2019/08/23 2:37:27

Nestes últimos dias a expulsão do deputado federal Alexandre Frota do PSL, que ocorreu no dia 13 de agosto, foi o escândalo da vez. A executiva nacional não viu com bons olhos as frequentes críticas do parlamentar contra nosso presidente e resolveu pôr um ponto final no problema. Intolerância, incompreensão ou (in) coerência do PSL?

As Discordâncias de Frota:

Alexandre Frota ganhou destaque político a partir de 2015/2016, quando apoiou de modo veemente o impeachment da então presidente Dilma Rousseff. Em 2018, durante a campanha presidencial, declarou todo seu apoio a Jair Bolsonaro, sendo também candidato a deputado do estado de São Paulo pelo PSL.

Até pouco tempo, sua dedicação ao partido e ao presidente era elogiada por vários colegas da câmara de deputados. Porém, recentemente, iniciaram-se as discordâncias por parte do deputado ao presidente e a colegas do partido. Algumas das críticas incluem a indicação de Eduardo Bolsonaro a embaixada dos Estados Unidos e também ao grande número de familiares de Bolsonaro que ganharam cargos, desde seus mandatos como deputado, até o momento. Em carta ao presidente, Frota afirmou que o Brasil precisa estar acima de tudo, inclusive de benefícios da própria família.

No twitter, Frota também acusou o partido de ter colocado no diretório de São Paulo apenas milicianos. Em entrevista à revista Época, afirmou que Bolsonaro era sua maior decepção. Nem mesmo Olavo de Carvalho, guru do presidente, ficou de fora, pois Frota afirmou que Bolsonaro ouve demasiadamente o “filósofo”. Para completar tudo, o deputado absteu-se durante a votação da reforma da previdência, sendo a única abstenção da câmara.

Antes e durante a eleição presidencial Bolsonaro teceu inúmeros elogios ao parlamentar, após a expulsão “Nem sei quem é. Quem é Alexandre Frota?”. O clássico da política dos países de terceiro mundo: quando precisa, elogia e até chama de irmão;  depois de eleito o despreza e finge que nem conhece.

As atitudes dos políticos do Partido Social Liberal  (PSL) não correspondem ao “Social Liberal” que compõe a sigla partidário. Parece que desconhecem seu real significado, agindo contra ela. O correto seria trocar o nome do partido de PSL para Partido dos Conservadores (PC). Ficaria mais coerente e aceitável com a realidade apresentada.

E, convenhamos, podemos não gostar de Frota, mas algumas de suas críticas, principalmente as que dizem respeito ao nepotismo praticado pelo presidente, são coerentes ao que o próprio Jair Bolsonaro pregava durante sua campanha. Ao que tudo indica, em alguns casos, Frota possui um maior bom senso do que nosso presidente.

Porém, mesmo expulso do PSL, Alexandre Frota não ficou “desfiliado”. Muito pelo contrário, logo após a sua expulsão, já havia o interesse de outros partidos em tê-lo. O partido escolhido por Frota foi o PSDB, aceitando o convite feito pelo governador do estado de São Paulo, João Doria. Em 3 dias Frota vira a casaca e adere ao novo partido.

A ideia de troca de partido não é novidade no Brasil, pois aproximadamente 80 candidatos mudaram de sigla durante campanha eleitoral e mesmo após as eleições. Os políticos trocam de partido como trocam de roupa, basta observá-los campanha a campanha. O número maior de filiados sempre acompanha o partido de maior prestígio do momento, seja do presidente, do governador ou prefeito. A meta é garimpar vaga de trabalho nas instituições públicas ou para manter-se nelas: os famosos cargos comissionados.

Quem nunca se deparou com alguém que fez campanha para o candidato B, falou mal e compartilhou fake news contra o candidato A e após a derrota nas eleições mostrou-se fanático pelo candidato A? Chega a ser engraçado, logo após o resultado final da contagem os votos as pessoas mudam de opinião instantaneamente. Não há preocupação com a ideologia, a intenção é apenas manter o emprego.

Já para os partidos políticos no Brasil o que vale é a popularidade da pessoa filiada, quanto mais conhecida ela é mais tem valor dentro do partido político. O motivo é óbvio: é a busca pelo voto! Toda aparência nas propagandas eleitorais, dos bons hábitos e costumes, não passa de uma farsa. Assim, qualquer pessoa famosa, ainda que inculta, tem mais valor que um professor especialista num determinado campo de conhecimento.

Infelizmente, continuamos contando com a sorte e torcendo para que nossos políticos usem do bom senso, mesmo quando abusam de personalidades que nem deveriam estar no meio político.

deixe seu comentário

leia também

leia também