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Famílias das vítimas do acidente com a Chapecoense protestam em Londres

Com faixas, elas pediram justiça em frente à sede da Aon, empresa que alega ter atuado como corretora do seguro da aeronave da LaMia, e da Tokio Marine Kiln, seguradora

Última atualização: 2019/09/30 1:33:24


Foto: Divulgação


Quatro viúvas das vítimas do acidente envolvendo a Chapecoense e o zagueiro Neto, um dos sobreviventes, participam de um protesto desde às 9h30 desta segunda-feira (30), em Londres. Com faixas, elas pedem por justiça em frente à sede da Aon, empresa que alega ter atuado como corretora do seguro da aeronave da LaMia, e da Tokio Marine Kiln, seguradora.

Outro ato também foi realizado em frente a Tokio Marine Kiln. Uma comitiva composta também pelo presidente da Associação Brasileira das vítimas do acidente com a Chapecoense (Abravic) e três advogados desembarcam na cidade na sexta-feira (27). Segundo um dos advogados, Marcel Camilo, o protesto ocorre em Londres porque a empresa se recusou a recebê-los no Brasil. O grupo deve retornar para na terça-feira (1°) a noite.

Em quase três anos – que se completa no dia 29 de novembro – após a queda do avião, os familiares lutaram para juntar documentos que pudessem apontar os culpados pela tragédia. Encontraram, segundo advogados, uma cadeia de fatores que culminou com o desfecho e, por isso, tentam na justiça, serem indenizados.

Conforme Camilo, as famílias não receberam nenhuma indenização, apenas seguros obrigatórios por lei.

Ato em Chapecó

No domingo (29), parentes das vítimas realizaram um ato em frente à Arena Condá, para reforçar o protesto em Londres. A manifestação em Chapecó foi realizada no Átrio Davi Barella Dávi e contou com a presença do jogador Jackson Follmann, outro sobrevivente da tragédia aérea.

O grupo se reuniu em frente à fonte do espaço que homenageia os mortos na tragédia. De branco, eles soltaram balões brancos, falaram a frase “verdades e reparações” e bateram palmas para encerrar. O ato contou ainda com torcedores e membros da Chapecoense.

Entenda o caso

O seguro da aeronave era de US$ 25 milhões (cerca de R$ 104 milhões), na época do acidente, mas os advogados das famílias contestam. Eles dizem que, até 2015, a apólice era de US$ 300 milhões (R$ 1,24 bilhão) e, a partir de 2016, mesmo com o risco ampliado por passar a transportar atletas de clubes de futebol, a apólice caiu de valor.

Os advogados das famílias dizem que a Aon é responsável pela avaliação de risco de seguros e que tinha conhecimento que a aeronave sobrevoaria áreas de risco, como a Colômbia. Para não fazer o pagamento da indenização, a empresa de seguro alega que a apólice não estava paga, porém, segundo os advogados das famílias, não houve uma comunicação sobre o não pagamento da apólice às autoridades locais, o que impediria o voo.

Acidente

A aeronave da empresa LaMia que levava a equipe da Chapecoense para a primeira partida da final da Copa Sul-Americana saiu de Santa Cruz de La Sierra, na Bolívia, com destino a Medellín, na Colômbia, mas caiu pouco antes de pousar no aeroporto José María Córdova.

O acidente causou a morte de 71 pessoas, entre jogadores, dirigentes, funcionários, convidados, jornalistas e membros da tripulação. O zagueiro Neto, o lateral Alan Ruschel e o goleiro Follmann foram os únicos atletas que sobreviveram. Além deles, o jornalista Rafael Henzel também foi encontrado com vida. Ele morreu no fim de março, vítima de infarto enquanto jogava futebol.

A investigação das autoridades concluiu que a queda da aeronave foi motivada por falta de combustível. Funcionários aeroportuários e de aviação civil e da LaMia foram apontados como culpados por graves falhas técnicas.

Foto: Divulgação

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