Com faixas, elas pediram justiça em frente à sede da Aon, empresa que alega ter atuado como corretora do seguro da aeronave da LaMia, e da Tokio Marine Kiln, seguradora
Quatro viúvas das vítimas do acidente envolvendo a
Chapecoense e o zagueiro Neto, um dos sobreviventes, participam de um protesto
desde às 9h30 desta segunda-feira (30), em Londres. Com faixas, elas pedem por
justiça em frente à sede da Aon, empresa que alega ter atuado como corretora do
seguro da aeronave da LaMia, e da Tokio Marine Kiln, seguradora.
Outro ato também foi realizado em frente a Tokio Marine
Kiln. Uma comitiva composta também pelo presidente da Associação Brasileira das
vítimas do acidente com a Chapecoense (Abravic) e três advogados desembarcam na
cidade na sexta-feira (27). Segundo um dos advogados, Marcel Camilo, o protesto
ocorre em Londres porque a empresa se recusou a recebê-los no Brasil. O grupo
deve retornar para na terça-feira (1°) a noite.
Em quase três anos – que se completa no dia 29 de novembro –
após a queda do avião, os familiares lutaram para juntar documentos que
pudessem apontar os culpados pela tragédia. Encontraram, segundo advogados, uma
cadeia de fatores que culminou com o desfecho e, por isso, tentam na justiça,
serem indenizados.
Conforme Camilo, as famílias não receberam nenhuma
indenização, apenas seguros obrigatórios por lei.
Ato em Chapecó
No domingo (29), parentes das vítimas realizaram um ato em
frente à Arena Condá, para reforçar o protesto em Londres. A manifestação em
Chapecó foi realizada no Átrio Davi Barella Dávi e contou com a presença do
jogador Jackson Follmann, outro sobrevivente da tragédia aérea.
O grupo se reuniu em frente à fonte do espaço que homenageia
os mortos na tragédia. De branco, eles soltaram balões brancos, falaram a frase
“verdades e reparações” e bateram palmas para encerrar. O ato contou
ainda com torcedores e membros da Chapecoense.
Entenda o caso
O seguro da aeronave era de US$ 25 milhões (cerca de R$ 104
milhões), na época do acidente, mas os advogados das famílias contestam. Eles
dizem que, até 2015, a apólice era de US$ 300 milhões (R$ 1,24 bilhão) e, a
partir de 2016, mesmo com o risco ampliado por passar a transportar atletas de
clubes de futebol, a apólice caiu de valor.
Os advogados das famílias dizem que a Aon é responsável pela
avaliação de risco de seguros e que tinha conhecimento que a aeronave
sobrevoaria áreas de risco, como a Colômbia. Para não fazer o pagamento da
indenização, a empresa de seguro alega que a apólice não estava paga, porém,
segundo os advogados das famílias, não houve uma comunicação sobre o não
pagamento da apólice às autoridades locais, o que impediria o voo.
Acidente
A aeronave da empresa LaMia que levava a equipe da
Chapecoense para a primeira partida da final da Copa Sul-Americana saiu de
Santa Cruz de La Sierra, na Bolívia, com destino a Medellín, na Colômbia, mas
caiu pouco antes de pousar no aeroporto José María Córdova.
O acidente causou a morte de 71 pessoas, entre jogadores,
dirigentes, funcionários, convidados, jornalistas e membros da tripulação. O
zagueiro Neto, o lateral Alan Ruschel e o goleiro Follmann foram os únicos
atletas que sobreviveram. Além deles, o jornalista Rafael Henzel também foi
encontrado com vida. Ele morreu no fim de março, vítima de infarto enquanto
jogava futebol.
A investigação das autoridades concluiu que a queda da
aeronave foi motivada por falta de combustível. Funcionários aeroportuários e
de aviação civil e da LaMia foram apontados como culpados por graves falhas
técnicas.
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