Claudiane estava sozinha em casa com os filhos do casal quando o forte vendaval destruiu a propriedade da família
“Vinha da cidade, ajudei a destrancar a rua. A minha maior preocupação é que minha família estivesse bem. O maior bem é a família da gente. Foi um total desespero, uma vida de trabalho em um sopro”. Assim resumiu o morador do interior de Descanso, Éder Berwig sobre a situação após a destruição causada pela passagem de um suposto tornado no final da tarde de quarta-feira (10).
A residência de Éder e Claudiane foi uma das mais atingidas na comunidade de Linha Macaco Branco. A esposa comenta que a força da natureza foi surpreendente e que o durou segundos. Ela estava sozinha em casa com os quatro filhos do casal, três meninas e um menino de 18, 17, 15 e 10 anos. “Foram segundos, o vento levou tudo, não teve o que fazer e nem o que salvar. Eu gritava desesperada para saber onde estavam meus filhos. Conseguimos descer para o porão para nos salvar. Era só pedaços de vidro, de madeira passando por cima da gente, só desespero”, conta.
No local, o cenário é desesperador. A força do vento arrastou os móveis, colocou a residência, galpões e estrebarias abaixo. As máquinas agrícolas utilizadas pela família nos trabalhos da lavoura, também ficaram danificados. “Quando vi que minha família estava bem, pegamos o trator e fomos destrancando os acessos. Tentamos cobrir algum móvel que ficou, que sobrou. A vizinhança foi chegando e ajudando. Foi muito de repente, é difícil pra gente reagir”, contam o casal.
Até quase a madrugada, a família permaneceu no local que antes era palco de lembranças felizes tentando resgatar o que sobrou. Naquele momento, no entanto, a cena diante dos olhos era devastadora e o único sentimento é o de tristeza. “Ficamos por aqui e depois fomos na casa de um compadre, tomar um banho e descansar porque em casa não tínhamos nem um lugar onde não chovesse. É uma vida de trabalho que se foi, o que resta é nossa família. A sensação é de tristeza. Não ter chão, cama seca para dormir, roupas secas. O que tinha dentro de casa foi embora, não sobrou nada”, relatam.
Hoje, após o cessar da chuva e um novo dia nascer a família sabe que é preciso unir forças para recomeçar. Quem puder, pode auxiliar as famílias atingidas pelo vendaval. As doações para as famílias de Descanso devem ser levadas até o Ginásio do Bairro Jaroseski. “Não tem como não aceitarmos doações. Quem puder ajudar a nós e a todas as famílias. Vamos ter que recomeçar do zero, não temos o que fazer”, finaliza Éder.
deixe seu comentário