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INCONGRUÊNCIAS

Última atualização: 2018/06/29 9:39:42

Não se sabe ao certo o motivo mas o mundo, especialmente o Brasil Varonil e seus departamentos, caminha celeremente em direção a uma esculhambação sem precedentes. É um tal de fazer e desfazer, dizer e desdizer, punir e soltar, acusar e inocentar, roubar e devolver, quadrilhar e deletar, prometer e não cumprir, que fatalmente levará o povo à prática da desobediência civil. 

Para os que sempre criticaram os movimentos sociais e suas manifestações embora tenham se beneficiado, vai este vaticínio: “se alguém pode salvar o Brasil desta situação de vergonha mundial, é a bandidagem”. A bandidagem é o único movimento social que ainda sobrevive, embora venha sendo dizimado pelas polícias dos governos que não souberam educar nem ensinar o povo para o bem. O resultado aí está.

NO JUDICIÁRIO

Não é necessário ir até Brasília, criticar o STF, pelas incongruências da justiça brasileira. Pode-se ficar por aqui mesmo. 

O modismo permeia as togas e os ternos. Está na moda acusar e condenar, não importando a quem e porquê. O Ministério Público, interpretou a Constituição à sua maneira, e dela tirou uma autoridade maior, atrelada também a benefícios maiores. A autoridade catapultou o auxílio moradia, auxílio terno e gravata, e sobretudo a faculdade de colocar o povo a seus pés. Precisa mostrar trabalho ao ignorante que se deixa influenciar por uma noticiazinha qualquer, não importando a quem atinja. Precisa também agradar os amigos e parceiros que lhe dá sustentação social.

Atropelar um passarinho, cortar uma árvore, vender repolho sem etiqueta e tantas outras querelas é crime inafiançável. Feito o estrago, alimentada a imprensa, dada a notícia e implantada a notoriedade, na hora do vamos ver (e isto é o que deveria ter sido feito: VER) a impoluta autoridade conclui que a denúncia que oferecera, não tem fundamento, e ela própria (a autoridade acusadora) pede a absolvição do acusado. Que motivo teria levado à acusação apressada? Influências externas? Desejo de notoriedade? 

NO JUDICIÁRIO DE BRASÍLIA

Lá, a história não é diferente. Os holofotes são mais potentes e a mídia tem maior alcance. José Dirceu foi escolhido o malfeitor mor da Nação Brasileira. O povo (desculpem, quis dizer “os coxinhas”), insuflado pela imprensa, queria mesmo vê-lo enforcado nas grades da prisão. Não deu certo. Acabou de ser solto por uma das tantas “turmas” do STF. Por falar nisso, será que não caberia outro nome para caracterizar melhor essas tais “turmas”?

JUDICIÁRIO PARALELO

Outro ramo que se intitula “judiciário” são os tais de tribunais de contas. Por lá, as manducas correm soltas. É uns comendo os outros e todos comendo o dinheiro do povo. Já começaram a puxar o fio da meada no Rio de Janeiro. Imagino que produzirá efeito cascata. 

Aqui em Santa Catarina, por exemplo, só nos municípios pequenos fazem falcatruas. Nos grandes, nunca se ouviu falar nada. O Estado de Santa Catarina, também usuário dos préstimos do Tribunal de Contas, é exemplo de seriedade. Claro, é quem paga o salário e as mordomias dos ilustres magistrados. O concurso para ingressar na carreira é feito no gabinete do governador. É parceiro, tá dentro. É adversário, tá fora. O Extremo Oeste foi agraciado com três preciosas nomeações, vitalícias ou até a opulente aposentadoria. 

NO GOVERNO

Os governos, todos, são uma graça. Impõem uma carga tributária escorchante e paralelamente lutam para reduzir os serviços sociais, sob o argumento que o Brasil está quebrado. Em contrapartida abre os cofres de onde retira milhões de Reais para agraciar os parlamentares, exigindo que votem a favor das sacanagens perpetradas.

Não é mais possível suportar a mídia tentando encher o estômago do povo maltrapilho, com transmissões de futebol, novelas fictícias e notícias ruins. Tudo isso serve de cortina de fumaça para esconder as falcatruas diárias que vem sendo perpetradas contra o povo brasileiro. Percebe-se nitidamente que nesse período de copa do mundo, a atividade política está hibernando nos porões dos palácios, e tão logo acabar o futebol as máscaras cairão e aí nós, povo idiota, veremos todos os fantasmas que estavam encobertos. E eles prometerão mundos e fundos, pois afinal, vem aí mais um evento de pão e circo. As próximas eleições. 

MANIA DE GANDEZA 

Uma incongruência que virou coqueluche é a mania de grandeza. Somos um País, infelizmente, pobre e ignorante, descuidado, desleixado, analfabeto, por isso, massacrado. 

Quem também é pobre, mas não detentor de outros atributos, pratica a Lei de Gerson: “leva vantagem em tudo”. Por isso essa matilha de ladrões que não termina nunca. Isto é porque o povo é burro. Não presta atenção em nada, a não ser no futebol e carnaval que o próprio governo, mal-intencionado, oferece.

Vejam o caso da mobilidade urbana de São Miguel do Oeste. Meia dúzia de notáveis exigiu lugar para estacionar. A administração pública só ouviu estes e atendeu. Não se deu conta que São Miguel do Oeste é uma cidade de menos de 34 mil habitantes (85% ubanos), com densidade demográfica menor de 30 habitantes por quarteirão. Acharam que era uma metrópole. Agora que eles têm todo o espaço para expor suas caminhonetes, vão estacionar onde não mora ninguém. Que falta de previsão. Feita a bobagem, resolvem reclamar porque as ruas e também as lojas estão vazias. Bem feito. Quem pariu Matheus, que o embale! 

Com relação ao grande projeto de mobilidade urbana, a única ação concluída com êxito foi “imobilizar” a estátua do Pioneiro, para um lugar onde não há estacionamento pago. Assim, talvez, o Pioneiro possa descansar um pouco, longe do barulho do povo. Ao mentor da ideia, não as batatas, mas uma medalha de couro para pendurar nas costas. 


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