Carta foi enviada antes da cúpula virtual do bloco, na Arábia Saudita
Os líderes do G20 precisam ajudar a cobrir um déficit de
financiamento para a compra de vacinas, medicamentos e testes destinados ao
combate da pandemia de covid-19. O apelo consta em carta do presidente da
África do Sul, do primeiro-ministro da Noruega, dos chefes da Organização
Mundial da Saúde (OMS) e da Comissão Europeia.
A carta, de acordo com a Reuters, foi enviada antes da
cúpula virtual do Grupo dos 20 no fim de semana em Riad, na Arábia Saudita, que
atualmente detém a presidência rotativa do bloco, composto por nações ricas e
grandes potências emergentes.
“Um compromisso dos líderes do G20 na cúpula em Riad,
de investir substancialmente no déficit de financiamento imediato do ACT
(Access to Covid-19 Tools) Accelerator de US$ 4,5 bilhões, salvará vidas
imediatamente, estabelecerá as bases para aquisição e entrega em massa de
ferramentas voltadas para a doença em todo o mundo e fornecerá uma estratégia
de saída para esta crise econômica e humana global”, diz o texto.
O ACT Accelerator é um projeto liderado pela OMS, que também
visa a garantir vacinas contra a covid-19, exames de diagnósticos e equipamento
de proteção para países mais pobres.
A carta também pede aos líderes do G20 que se comprometam
conjuntamente com “uma proporção dos gastos de estímulo futuro” nas
ferramentas, que têm como objetivo particular garantir o abastecimento de
países de baixa renda.
Os signatários foram o presidente sul-africano, Cyril
Ramaphosa, a primeira-ministra da Noruega, Erna Solberg, o diretor-geral da
OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, e a presidente da União Europeia, Ursula von
der Leyen.
“Envolver os ministros das Finanças agora para
realmente levantar todo o dinheiro de que precisamos, não apenas o dinheiro
urgente necessário para 2020, mas garantir que estamos financiando totalmente o
trabalho do ACT Accelerator é muito importante”, disse à Reuters Dag Inge
Ulstein, ministro norueguês de Desenvolvimento Internacional, em Genebra.
“As próximas semanas serão
muito, muito cruciais”, acrescentou.
A iniciativa, criada pela OMS e pelo grupo de vacinas Gavi,
excedeu a meta provisória de arrecadar mais de US$ 2 bilhões para comprar e
distribuir vacinas contra a covid-19 para os países mais pobres. Na semana
passada o grupo recebeu a informação de que ainda seria preciso mais dinheiro.
São necessários cerca de US$ 28 bilhões para financiar
totalmente a aquisição e distribuição de vacinas, medicamentos e testes, que
von der Leyen disse ser equivalente à “mesma soma que os setores de
transporte e de turismo global perdem em apenas dois dias de bloqueio”.
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