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MANCÓDROMO

Última atualização: 2018/04/13 9:34:43

Está definitivamente instituída a mais recente organização brasileira, com alcance em todo o território nacional e estrutura hierarquicamente formada nos três níveis de governo, e alcance territorial nos planos federal, estadual e municipal. Trata-se de uma entidade provinciana de consultoria, que atua para transformar as já famosas mancadas ou micos, em algo palatável e digerível. Ao que tudo indica, pelas experiências já vivenciadas na informalidade, a nova Instituição terá um futuro brilhante pela frente, pois o mercado está demandante. No entanto, existem algumas ameaças que poderão provocar arrefecimento nos projetos e levar, se não houver maiores cuidados, a um processo de recessão.  

MANCADA I

Não há qualquer dúvida que o governo de Michel Temer é uma sucessão de mancadas, que atraem até alguns seres inanimados.

Ao assumir o governo em condições escusas, o novel presidente tratou de formar sua equipe de governo com as mais ilibadas personalidades da república. 

Não teve sucesso, pois muitos de seus principais orientadores, assessores, amigos, e puxa-sacos também escorriam pelo tubo de dinheiro da corrupção, insistentemente mostrado pela TV Globo em homenagem ao governo do PT. Nas poucas vezes em que o tubo não permitia a passagem do dinheiro, o motivo era que algum amigo do Temer o entupia com as malas de dinheiro exaustivamente citadas.

Superada esta fase, vieram as grandes reformas. Primeiro a reforma trabalhista, que passou raspando porque alguns deputados e senadores fiéis ao impostor resolveram cobrar pelos serviços. Como o principal mote para o golpe foi a crise financeira, assim de cara, o governo não pode atender a demanda porque o mico seria maior.

É inegável que o governo temerário defende uma proposta de reforma trabalhista que reduz direitos dos trabalhadores e privilegia o “negociado” em detrimento do “legislado”, dizendo que é preciso prestigiar a autonomia privada e a livre negociação entre as partes. Embora o discurso liberal pareça sedutor, ele não passa de uma falácia, de uma retórica vazia. 

A segunda fase das grandes reformas foi a da previdência. Essa valeu a pena. Foi proposta, arrumada e reformada. Os pagamentos por serviços prestados foram efetuados. Na hora de votar foi descoberto um golpe baixo dos aliados, que pegaram o dinheiro e não iriam prestar os serviços. Aí, apareceu um caçador que derrubou o mico da árvore. 

FIM SEM DIGNIDADE

Estamos diante de um vácuo de poder por mais de um ano. O Presidente Michel Temer conseguiu barrar a segunda denúncia na Câmara Federal. O governo Temer, a rigor, já havia acabado politicamente quando foi alvo da primeira denúncia. Mesmo conseguindo se salvar da segunda denúncia, Temer não tem condições de se recuperar porque está política e moralmente morto. Perdeu a capacidade e as condições de aprovar reformas importantes, projetos relevantes e mesmo de realizar privatizações significativas. Temer e seu núcleo palaciano ficarão reféns dos palácios e de si mesmos. A sua base no Congresso terá com eles uma relação meramente utilitária, na qual vale a extorsão acima de qualquer relação de responsabilidade e seriedade para com o país. Em resumo: estamos diante de um vácuo de poder e de governo por mais de um ano.

Por derradeiro, porque o espaço da coluna é limitado, vale constar que, vendo o temeroso afundar-se nas pesquisas de opinião, decidiu aplicar um “xeque frio” (jogada inútil no xadrez) lançando-se candidato à “reeleição”. Reeleição? Mas ele foi eleito presidente? 

A NAU CATARINETA

O cenário político catarinense gera grandes dúvidas em 2018 onde ainda é difícil falar em candidatos. O período é de projeções políticas.  

Dificilmente se encontrará no estado um cenário político tão indefinido. Há possíveis candidatos, mas nenhum consolidado. É um fato raríssimo. Pela primeira vez os que devem ser candidatos, não são comandantes dos partidos. É um cenário muito incerto, o horizonte não está claro. Há muitos fatos que vão acontecer. Em princípio pode haver quatro candidatos, mas isso ainda não é certo. 

Sobre a candidatura de Paulo Bauer, é a que mais está firmada, mas pode não acontecer. E se o PSD resolve se aliar ao PMDB? Não haveria espaço para o Paulo Bauer. Não é possível acreditar na aliança, embora o nome de Paulo Bauer seja um dos mais fortes.

Nos bastidores, comenta-se que Eduardo Moreira e Raimundo Colombo são favoráveis a aliança do MDB com o PSDB. Nesse caso teríamos um embate entre Eduardo e Mauro Marini. Se os dois se aliarem, cria uma aliança forte em Santa Catarina. 

Os fatos determinantes seriam o julgamento de Lula, a posse de Eduardo Moreira, a possível renúncia de Colombo, mudanças na Câmara e previas do MDB. Também não se pode esquecer do julgamento do inquérito que envolve o nome de Raimundo Colombo. 

No plano legislativo, a Assembleia debate-se com a revogação do título honorífico concedido ao Presidente Lula, que agora está preso.

Imagina-se que a volúpia dos Bolsonaristas fique aplacada com a prisão e resolvam soltar o mico que está à espreita. É fácil conceder títulos honoríficos para arranjar dinheiro ou prestígio, assim como é fácil tripudiar sobre um morto. Mico por mico, que os ilustres deputados fiquem com somente um. Pagar dois é ficar com o baralho todo. 

A COLENDA, A… A COLENDA

A colenda migueloestina também candidatou-se a uma filial do mancódromo. Tem vereador eleito por um partido que está com dois corações. O do partido que o elegeu é um coração externo, e o interno está em outro lugar (nova descoberta da ciência) 

Aí, nem o céu é o limite. Acredita-se que apenas o inferno será o limite para o tipo de mancada que foi a nota de repúdio à presença de Lula em São Miguel do Oeste. 

Couvenhamos, como diria José Vasconcellos: embora o autor da proposta tenha obtido o voto favorável de seus iguais, cá fora do espaço colendiano os comentários são outros. Estão muito mais para urubu que para canarinho.

A perda das estribeiras nos pronunciamentos dos autores e defensores da furada proposta, bem dizem da preocupação com as próximas eleições colendianas. Com certeza vai ter gente que não emplacará um segundo mandato. 


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