Leonardo Cambruzzi Maziero, 11 anos, sonha em ser goleiro
A humanidade vive tempos difíceis. Estamos passando dias de incertezas sobre o futuro, angústias quanto ao presente e saudade da liberdade do passado. No entanto, temos que encarar os novos momentos com a convicção de que tudo vai passar — como se fosse uma partida de futebol do time do coração, com altos e baixos, mas com alegria e empolgação. Para isso, nada melhor e mais motivador do que grandes atitudes e ótimas notícias em meio ao turbilhão de emoções do nosso dia a dia.
O gesto de craque de um menino de 11 anos, morador de Antônio Prado, emocionou. Leonardo Cambruzzi Maziero, um garoto humilde, tímido, sonhador e com um coração enorme foi capaz de pensar em ajudar o próximo durante a pandemia do coronavírus. E marcou um golaço — ou, já que sonha em ser goleiro, fez uma defesa linda em nome da saúde.
Preocupado com as notícias sobre a covid-19 e suas consequências, resolveu ajudar, de maneira simples, mas importante, o sistema público de saúde da sua cidade. Assim, para auxiliar o Hospital São José, vendeu latinhas de alumínio e arrecadou R$ 21,45, que foram entregues à instituição. Uma ação que surpreendeu, ganhou repercussão positiva nas redes sociais e mobilizou os clubes de futebol.
Léo, como é chamado pela família e amigos, é apaixonado pelo esporte. Entre os seus sonhos está o de ser goleiro. Tudo para poder ajudar a família.
— Ele passa o dia brincando e sempre jogando bola aqui em casa. Não para um minuto. Ele me disse que quer ser jogador para que nossa família nunca mais passe dificuldade — disse, emocionada, a mãe Zuleide.
O gesto do garoto, a doação ao hospital, sensibilizou muita gente. Pessoas de todas as partes da região, do Estado e até de outros lugares do mundo entraram em contato com a família após a reportagem do Pioneiro, e ajudaram com móveis, alimentos e até uma bicicleta nova para o garoto. Segundo a mãe, até do Canadá veio uma ligação e auxílio. Mas por um presente, Léo e a família não esperavam: os clubes de futebol da Serra e da Capital resolveram presenteá-lo com camisas e uma luva de goleiro. Grêmio, Inter, Caxias e Juventude foram os clubes que mandaram as recordações ao garoto, gremista de coração e fã de Everton Cebolinha. Mas o guri ficou muito feliz com a lembrança de todos.
— Gostei muito. Meu sonho é ser jogador. Muito obrigado aos clubes pelo presente e que Deus abençoe a todos — disse o menino tímido, mas emocionado e com um sorriso enorme.
Léo continua ajudando o hospital, amassando e vendendo as latinhas para realizar mais doações. Todas essas atitudes são genuínas e sem nenhum interesse em ganhar publicidade. Basta perceber a timidez e a pureza. Léo é um grande campeão.
Oportunidade para jogar
Se o garoto Léo tem o sonho de ser jogador, ele precisa começar por alguma equipe para ficar mais próximo desse objetivo. Então, após conhecer a história do menino, o professor Vitor Hugo Silva de Lima, da Associação Atlética Banco do Brasil (AABB) de Antônio Prado, resolveu convidar o goleiro para treinar na escolinha, quando as atividades recomeçarem.
— O sonho dele de ser jogador me chamou a atenção. A atitude é digna de uma oportunidade. Então, entrei em contato com ele, em parceria com a AABB. Estou ansioso para voltar ao campo e não vejo a hora de trabalhar com a criançada e com ele também — disse Lima.
O projeto da AABB é novo e teve início em março. A escolinha surgiu através da ideia do professor Tiago Cippolar Antonini. São 30 meninos inscritos, entre sete e 15 anos. Léo será um desses garotos. E, o melhor, sem pagar a mensalidade.
— Já tínhamos dois alunos bolsistas na escolinha e nossa ideia era ampliar esse número. Nossa ideia era de atender crianças sem condições e também dar uma ocupação para elas. E talvez realizar sonhos, como o do Léo, que é treinar para ser um grande goleiro — disse Patrícia Scopel, funcionária do Banco do Brasil e responsável pela AABB de Antônio Prado.
Ajuda à família
A família, desde que a história de Léo ganhou visibilidade, já foi ajudada por muita gente. Na casa nova em Antônio Prado, chegaram doações de vários móveis e alimentos. Mas ainda não é suficiente. A mãe Zuleide precisará passar por uma cirurgia na vesícula, ainda sem data. Além disso, ela e o outro filho, o mais velho, necessitam de remédios controlados.
— Depois que saiu no jornal, tudo mudou. Somos muito gratos — disse a mãe de Léo, que também agradeceu ao atendimento que teve no Hospital São José quando precisou:
— Fui muito bem atendida, fiz exames de urgência e não gastei um centavo. Um tratamento incrível.
Quem ainda quiser ajudá-los pode entrar em contato pelos telefones (54) 99648-6677 e 99182-7449.
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