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Novas normas da cirurgia bariátrica ampliam acesso ao tratamento da obesidade

Para explicar as novas diretrizes, o cirurgião do aparelho digestivo e especialista em cirurgia bariátrica, Dr. Marcos Pelegrini, concedeu entrevista destacando os principais pontos da nova regulamentação

Agencia Polo

Última atualização: 2025/07/01 4:23:00

O Conselho Federal de Medicina (CFM) publicou recentemente uma nova resolução que atualiza as normas para a realização da cirurgia bariátrica no Brasil. As mudanças visam ampliar o acesso ao tratamento cirúrgico da obesidade, considerada hoje uma das maiores pandemias globais. Para explicar as novas diretrizes, o cirurgião do aparelho digestivo e especialista em cirurgia bariátrica, Dr. Marcos Pelegrini, concedeu entrevista destacando os principais pontos da nova regulamentação.

Segundo Dr. Marcos Pelegrini, as mudanças refletem uma evolução na forma como a medicina enxerga a obesidade e seu tratamento. “Hoje o Brasil é o segundo país do mundo com maior número de obesos. A obesidade não respeita idade, gênero ou raça, e suas causas são multifatoriais, desde hábitos alimentares até fatores emocionais como ansiedade e estresse”, explica.

Entre as principais alterações anunciadas pelo CFM está a redução da idade mínima para a realização do procedimento: agora adolescentes a partir de 14 anos podem ser operados, desde que apresentem doenças graves associadas à obesidade e haja concordância dos responsáveis. Além disso, o índice de massa corporal (IMC) exigido também foi reavaliado. “Antes, a cirurgia era indicada para pacientes com IMC acima de 35 com comorbidades. Agora, pacientes com IMC acima de 30 já podem ser considerados, desde que apresentem doenças graves como diabetes e problemas cardíacos”, detalha o médico.

Outro ponto destacado por Dr. Marcos Pelegrini é a ampliação das técnicas cirúrgicas reconhecidas. “Além do sleeve e do bypass, que continuam sendo as principais técnicas, agora também são regulamentadas outras abordagens indicadas em casos de reganho de peso ou necessidade de reoperação, como a bipartição do trânsito intestinal e o switch duodenal”, afirma.

Apesar do avanço, o especialista reforça que a cirurgia não é um tratamento estético, tampouco milagroso. “A cirurgia bariátrica não é estética, é um tratamento sério para uma doença crônica. E ela só funciona a longo prazo quando o paciente também faz sua parte: muda hábitos, adota atividade física e segue o acompanhamento multiprofissional”, alerta.

Sobre o impacto dessas mudanças para a população, Dr. Marcos Pelegrini acredita que elas permitirão um tratamento mais precoce e eficaz da obesidade, reduzindo complicações graves e melhorando a qualidade de vida. “Estudos mostram que a cirurgia bariátrica pode aumentar em até oito anos a expectativa de vida de pacientes com IMC elevado. Além disso, é uma estratégia que, a longo prazo, reduz custos para o sistema de saúde”, pontua.

Dr. Marcos Pelegrini também destaca a importância de ações preventivas, especialmente na infância e adolescência. “Obesidade não é sinal de saúde. É essencial que pais orientem seus filhos desde cedo, estimulem a alimentação saudável e a prática de atividades físicas. O ideal é evitar que se chegue à necessidade de uma cirurgia”, conclui.

A nova resolução do CFM representa um marco importante no enfrentamento da obesidade no Brasil, ao mesmo tempo em que reforça a importância da conscientização

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