Transformações sociais e avanços na educação influenciam decisão das mulheres sobre o momento de ter filhos
Terra Fatos
Última atualização: 2025/04/06 11:12:14Pela primeira vez na história do Brasil, o número de mulheres que se tornam mães após os 40 anos superou o de mães adolescentes. O dado inédito foi divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e reflete mudanças significativas no perfil da maternidade no país.
Entre 2010 e 2022, os nascimentos de filhos de mulheres com idades entre 40 e 49 anos cresceram 65,7%, passando de 64 mil para 106,1 mil. No sentido oposto, o número de nascimentos entre adolescentes de 10 a 19 anos caiu 42,9% no mesmo período, diminuindo de 552,6 mil para 315,6 mil.
Esse cenário aponta para uma transformação no comportamento reprodutivo das brasileiras, influenciada principalmente pelo aumento da escolarização feminina e da presença das mulheres no mercado de trabalho. Em 2022, as mulheres representavam 60,3% dos concluintes de cursos presenciais de graduação e tinham uma taxa de participação na força de trabalho de 53,3%, segundo o IBGE.
Com mais acesso à educação e em busca de estabilidade profissional e financeira, muitas mulheres têm optado por adiar a maternidade. A decisão de ter filhos mais tarde na vida está se tornando cada vez mais comum, acompanhando uma tendência observada em diversos países desenvolvidos.
Ao mesmo tempo, a redução nos casos de gravidez na adolescência pode estar relacionada a políticas públicas voltadas à educação sexual e ao maior acesso a métodos contraceptivos. Esses avanços contribuem para uma maior autonomia das jovens sobre seu corpo e suas escolhas reprodutivas.
Especialistas apontam que essa mudança no perfil das mães brasileiras representa um avanço no empoderamento feminino, mas também destaca a importância de políticas públicas que apoiem a maternidade tardia, como maior acesso a tratamentos de fertilidade e adaptação das estruturas de saúde para acompanhar gestantes com idade mais avançada.
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