Muito se fala sobre a destruição das florestas pelo homem e sobre os riscos que a agricultura apresenta aos biomas nos quais ela é implantada. Mas nem tudo está perdido. Muito, aliás, anda sendo recuperado através de um sistema de produção que estimula a plantação de espécies agrícolas e florestais em uma mesma área.
O Sistema Agroflorestal, também conhecido como “SAF”, que vem tornando possível a produção de grãos, frutos e fibras com o cultivo de diferentes espécies e incentivando agricultores na recuperação de áreas florestais no Brasil. Com a ajuda de órgãos como a Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) e aqui em Santa Catarina a Epagri (Empresa de Pesquisa e Extensão Rural de Santa Catarina), esses homens estão tornando possível o sonho de viver da própria produção sem fazer mal à natureza.
A implantação de agrofloresta faz com que a biodiversidade, tanto da fauna quanto da flora, se eleve automaticamente. Num SAF, também se vê o acréscimo de matéria orgânica no solo, diminuindo a erosão do solo dessas áreas. Ou seja, a quantidade de sedimentos que vão para os rios são menores. Há um significativo aumento da biomassa e do carbono fixado. Conforme a região, um hectare de pastagem degradada possui aproximadamente 2 toneladas de carbono acima do solo, já um hectare de agrofloresta pode chegar a 100 toneladas.
SISTEMA PROMOVE INTEGRAÇÃO DA FLORESTA COM A AGRICULTURA
O sistema que promove a integração de florestas com a agricultura pode ser implantado em qualquer bioma de qualquer região. Para que os agricultores tenham resposta rápida, o ideal é que escolham espécies típicas de sua região. E misturar espécies agrícolas, gramíneas, arbustivas, frutíferas e florestais é permitido. O agricultor só precisa estar preparado para o tempo no qual cada uma vai se desenvolver e produzir.
É diferente de uma monocultura, onde o foco e a implantação de uma cultura única, como por exemplo, milho, feijão, banana, cacau, açaí ou seringueira. Quando se planta tudo ao mesmo tempo, em geral, no primeiro ano o agricultor vai colher milho e o feijão. Já as espécies frutíferas produzem no segundo ano e as florestais nos anos posteriores, conforme as condições do solo e clima da região. Tudo isso forma uma composição diversificada.
Uma grande vantagem para o agricultor é não precisar lidar com “pragas e doenças”. Como a biodiversidade é elevada, dificilmente elas atacam espécies presentes em agroflorestas. Se aparece uma lagarta, por exemplo, rapidamente um passarinho vem comê-la. Chamamos isso de controle biológico. Dessa forma, os agricultores não precisam utilizar agrotóxicos e podem vender seus produtos como orgânicos.
Para diferenciar uma floresta de uma agrofloresta é só verificar a quantidade de espécies presentes na área e sua distribuição espacial na região.
A agrofloresta possui em torno de dez a vinte espécies. Já uma floresta natural possui centenas de espécies por hectare. Utilizando ainda as imagens de satélite podemos ter uma visão sintética da distribuição espacial dessas áreas, produzindo informações e mapas que são fundamentais no planejamento do uso da terra e em processos de tomada de decisão para o agricultor e para os órgãos públicos.
PECUÁRIA TEM TENDÊNCIAS DE PREÇO FIRME E CUSTO ALTO
Em virtude do turbulento panorama político e econômico, analistas comentam que a demanda interna será incerta nesse período.
O cenário para a pecuária brasileira no curto prazo, ao menos até o início de 2019, é de preços firmes e de alta nos custos puxada pela valorização do dólar, segundo analistas da Scot Consultoria, durante encontro em Ribeirão Preto (SP).
Segundo o sócio-diretor da Scot Alcides Torres e a analista Marina Zaia, apesar de a oferta de gado de confinamento nesse segundo semestre ser mais remuneradora para pecuaristas do que no primeiro trimestre, a pressão dos preços da arroba já tem viés de alta. Os preços já sazonalmente são melhores no último trimestre de cada ano e isso deve ocorrer no curto prazo, afirmou Torres.
Também analistas da Scot, Breno de Lima e Juliana Pila lembraram que o crescimento do abate de fêmeas, de 9,4% em 2017 e de 7,8% em 2018, deve puxar para cima o preço de bezerro em 2019. Como o período é de redução de abate de fêmeas, a oferta desses animais para frigoríficos também será menor e isso ajuda o ciclo de alta.
Do lado dos custos, o cenário já é negativo para o pecuarista com o encarecimento de insumos e de commodities como soja e milho durante o ano. Rafael Ribeiro, analista da Scot, lembra que a dependência da importação de adubos pelo país é de 75% da demanda e, com dólar valorizado, os preços desse insumo cresceram até 50%.
Conforme ele, para minimizar os impactos cambiais houve um aumento no consumo de estoques. A menor disponibilidade de adubo, com o crescimento na demanda, torna ainda mais incerto o cenário para o início do próximo ano, quando a importação deve crescer. Começaremos 2019, com menor disponibilidade de adubo no mercado interno, o que deve forçar alta na importação com um dólar incerto, afirmou.
PREÇOS DO MILHO ACUMULARAM QUEDA NO MERCADO BRASILEIRO
Os preços do milho encerraram o mês de setembro em baixa, informou nesta semana o Centro de Estudos Avançados em Economia aplicada (Cepea). A referência com base em Campinas (SP) acumulou desvalorização de 4,14%, encerrando a R$ 39,40 a saca de 60 quilos na sexta-feira (28/9). A média do indicador foi 2,1% menor que a registrada em agosto deste ano.
A pressão vem do maior interesse de venda por parte de muitos produtores, devido à necessidade de “fazer caixa” para custear a safra de verão. Já compradores, atentos ao movimento de queda, limitam as aquisições, à espera de novas desvalorizações.
Segundo os pesquisadores, as exceções estão no Rio Grande do Sul, onde ainda se aguarda o desenvolvimento da safra de verão, e no Nordeste, onde houve quebra de produção. Como a disponibilidade do grão é menor, as cotações têm se sustentado nessas regiões do país.
Situação semelhante pode ser verificada em algumas regiões nos indicadores da Bolsa Brasileira de Mercadorias (BBM). Na referência para Campinas (SP), o valor da saca de 60 quilos caiu de R$ 42 para R$ 40 entre os dias 3 e 28 de setembro. Já em Luis Eduardo Magalhães (BA), o valor passou de R$ 32,5 para R$ 34 no período.
Nas praças do Sul, os números indicam oscilação dos preços e alguns momentos de elevação. Ainda assim, com cotações mais baixas no fim do que no início do mês. Em Cruz Alta (RS), o milho chegou a oscilar entre R$ 42 e R$ 42,5, caiu para R$ 39,5 e nos últimos dias, estabilizou em R$ 41 a saca de 60 quilos.
Em Júlio de Castilhos, a cotação, que iniciou setembro em R$ 41, oscilou e encerrou o mês em R$ 40 a saca. Em Passo Fundo, a cotação caiu de R$ 42,5 para R$ 41 ao longo do mês. No Porto de Rio Grande, o cereal começou cotado a R$ 44, chegou a cair para R$ 41 e encerrou setembro a R$ 43.
Enquanto isso o preço dos insumos continua subindo, refletindo no aumento do custo de produção. Quem segura isso, pois estamos no período forte de plantio e as famílias rurais tem que plantar, pois passa o período bom e com isso pode prejudicar lá na frente os rendimentos de produtividade e produção.
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