O sistema de rastreabilidade pode ser informatizado ou não e deve permitir rastrear informações de diferentes tipos (referente ao processo, produto, pessoal e ou serviço
A rastreabilidade é um mecanismo que permite identificar a origem do produto desde o campo até o consumidor, podendo ter sido, ou não, transformado ou processado. É um conjunto de medidas que possibilitam controlar e monitorar todas as movimentações nas unidades, de entrada e de saída, objetivando a produção de qualidade e com origem garantida (SPERS, 2003).
Segundo Toledo (2001), o sistema de
rastreabilidade pode ser informatizado ou não e deve permitir rastrear
informações de diferentes tipos (referente ao processo, produto, pessoal e ou
serviço) a jusante e ou montante de um elo de cadeia ou de um departamento
interno de uma empresa. A rastreabilidade possibilita ter um histórico do produto,
sendo que a complexidade do conteúdo deste histórico dependerá do objetivo a
que se pretende alcançar. Este objetivo pode ser influenciado pelas estratégias
adotadas e pelo ambiente externo em que a empresa está inserida.
Existem dois tipos de rastreabilidade: a
rastreabilidade descendente ou “rio abaixo” que consiste em encontrar o destino
industrial ou comercial de um lote de produtos até o armazenamento no ponto de
comercialização; e a rastreabilidade ascendente ou “rio acima” onde é possível
fazer o levantamento de todos os estágios, começando de um lote de produto
acabado até encontrar o histórico e a origem do lote (ROCHA & LOPES, 2002).
A rastreabilidade funciona como um
complemento no gerenciamento da qualidade e quando aplicado isoladamente não
traduz segurança ao produto, nem ao processo. Deve estar agregado a outros
sistemas de controle de qualidade, como o código de boas práticas.
OBJETIVOS DA RASTREABILIDADE
A rastreabilidade tem como objetivo
assegurar a procedência e qualidade dos materiais e componentes que são
utilizados na fabricação de cada produto, identificar produtos diversos, que
são usados em substituição aos produtos originais, permitir o retorno do
produto suspeito, bem como localizar falhas e possibilitar corretivas a preço
mínimo.
Dessa forma, os produtos rastreados
possuem um diferencial no mercado e tornam-se mais competitivos e menos
sujeitos às instabilidades da globalização (CONCEIÇÃO & MENDONÇA DE BARROS,
2005).
A rastreabilidade é primordial para os
segmentos de distribuição, varejo e indústria de alimentos, pois fortalece a
imagem institucional da empresa; auxilia no posicionamento da marca no mercado,
estimula a concorrência através da diferenciação da qualidade, estreita relação
com os fornecedores, contribui para a construção de estratégias competitivas da
empresa e, com isso, define a estrutura de coordenação vertical e dá
credibilidade ao fabricante (NASSAR, 2003).
BANDEIRANTE REALIZOU DEBATE SOBRE A
RASTREABILIDADE DE PRODUTOS (foto)
O município
de Bandeirante tem intensificado os trabalhos e ações na busca de alternativas
para melhorar a renda das famílias rurais. Uma das saídas está sendo a produção
de frutas e hortaliças como: laranja, tangerina, bergamota, moranguinho,
repolho, alface, brócolis, cenoura, beterraba e outros.
Preocupados
em melhorar o mercado desses produtos e também para atender um a exigência que
está sendo implantada em todo estado que é a rastreabilidade de produtos
agrícolas. Assim o grupo de agricultores com apoio da Prefeitura e da Epagri tem
buscado orientação para atender essas exigências e colocar no mercado produtos
de qualidade e de ótima procedência.
Em
apoio a essas famílias é que a Secretaria Municipal de Agricultura de Bandeirante,
Cidasc e Epagri realizaram no início deste mês um encontro envolvendo famílias
rurais, técnicos de ambas as instituições do município e dos municípios da
região, onde o foco foi o debate sobre a Portaria da Rastreabilidade, implementada
pelas Secretarias de Estado da Agricultura e Saúde.
Para
tirar dúvidas e explicar o processo da rastreabilidade, veio de Florianópolis,
vários técnicos da Cidasc, como o engenheiro agrônomo Ricardo Miotto, gestor
estadual do Departamento de Defesa Sanitária Vegetal. O mesmo abordou sobre a
portaria que prevê a identificação de origem da produção primária, ou seja,
identificar o produtor responsável pela produção agrícola de hortaliças que vai
para a comercialização, garantindo assim um padrão maior de qualidade.
Conforme
o agrônomo, isso será feito a partir de um processo de embalagem, rotulagem,
emissão de nota fiscal do produtor e entrega no mercado. Nada mais é, que uma
maneira de identificarmos a origem do produto. Neste encontro foi explicado
como o processo será feito, pois a Cidasc está próxima de lançar um sistema de
identificação de origem, que irá rastrear a propriedade, produto, gerando
etiqueta, código de barra e demais necessidades que o mercado exige.
RASTREABILIDADE
É A CONFIANÇA E GARANTIA DE SEGURANÇA
O principal
objetivo disso é a garantia de segurança dos alimentos aos consumidores.
Miotto explicou que a partir do momento que a Cidasc fará análises de resíduos
de agrotóxicos e caso se identifique algum problema, será possível identificar
a origem.
Este projeto está em fase de conclusão e o agrônomo prevê que em cerca de 30 a 40 dias ele seja finalizado e então ocorra uma campanha de divulgação estadual. O agricultor deverá fazer uma identificação de origem, ou seja, se fazem necessários alguns controles nas propriedades, que entrariam as boas práticas agrícolas, com todos os registros do que é usado, como os defensivos, agrotóxicos, adubação e práticas.
Tudo isso será registrado e permitirá um maior controle de produção. Os produtores também poderão adotar um selo de conformidade que é uma consultoria feita pela Cidasc, que dará a certificação. Com a certificação de origem o produtor terá mais responsabilidade com o produto fornecido para o consumidor, assim como com mais segurança e também mais garantias aos consumidores.
Um grupo de agricultores
já está iniciando o processo de registros, anotações e controles de todo
processo de produção. Com isso poderão se credenciar ao processo de
rastreabilidade e com isso ganharão mais espaços nos supermercados, pois seus
produtos terão a origem confirmada e os consumidores saberão de forma clara
onde é e como são produzidas as hortaliças e frutas.
Toda mudança gera algum desconforto e é
compreensível, mas na medida em que as normas ficam mais claras e com apoio da
prefeitura e outros órgãos municipais, pode-se encurtar caminho e a preocupação
dará espaço a confiança dos supermercadistas e consumidores.
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