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O que é rastreabilidade de produtos?

O sistema de rastreabilidade pode ser informatizado ou não e deve permitir rastrear informações de diferentes tipos (referente ao processo, produto, pessoal e ou serviço

Última atualização: 2017/06/21 11:22:37

A rastreabilidade é um mecanismo que permite identificar a origem do produto desde o campo até o consumidor, podendo ter sido, ou não, transformado ou processado. É um conjunto de medidas que possibilitam controlar e monitorar todas as movimentações nas unidades, de entrada e de saída, objetivando a produção de qualidade e com origem garantida (SPERS, 2003).

Segundo Toledo (2001), o sistema de rastreabilidade pode ser informatizado ou não e deve permitir rastrear informações de diferentes tipos (referente ao processo, produto, pessoal e ou serviço) a jusante e ou montante de um elo de cadeia ou de um departamento interno de uma empresa. A rastreabilidade possibilita ter um histórico do produto, sendo que a complexidade do conteúdo deste histórico dependerá do objetivo a que se pretende alcançar. Este objetivo pode ser influenciado pelas estratégias adotadas e pelo ambiente externo em que a empresa está inserida.

Existem dois tipos de rastreabilidade: a rastreabilidade descendente ou “rio abaixo” que consiste em encontrar o destino industrial ou comercial de um lote de produtos até o armazenamento no ponto de comercialização; e a rastreabilidade ascendente ou “rio acima” onde é possível fazer o levantamento de todos os estágios, começando de um lote de produto acabado até encontrar o histórico e a origem do lote (ROCHA & LOPES, 2002).

A rastreabilidade funciona como um complemento no gerenciamento da qualidade e quando aplicado isoladamente não traduz segurança ao produto, nem ao processo. Deve estar agregado a outros sistemas de controle de qualidade, como o código de boas práticas.

 

OBJETIVOS DA RASTREABILIDADE

A rastreabilidade tem como objetivo assegurar a procedência e qualidade dos materiais e componentes que são utilizados na fabricação de cada produto, identificar produtos diversos, que são usados em substituição aos produtos originais, permitir o retorno do produto suspeito, bem como localizar falhas e possibilitar corretivas a preço mínimo.

Dessa forma, os produtos rastreados possuem um diferencial no mercado e tornam-se mais competitivos e menos sujeitos às instabilidades da globalização (CONCEIÇÃO & MENDONÇA DE BARROS, 2005).

A rastreabilidade é primordial para os segmentos de distribuição, varejo e indústria de alimentos, pois fortalece a imagem institucional da empresa; auxilia no posicionamento da marca no mercado, estimula a concorrência através da diferenciação da qualidade, estreita relação com os fornecedores, contribui para a construção de estratégias competitivas da empresa e, com isso, define a estrutura de coordenação vertical e dá credibilidade ao fabricante (NASSAR, 2003).  

BANDEIRANTE REALIZOU DEBATE SOBRE A RASTREABILIDADE DE PRODUTOS (foto)

O município de Bandeirante tem intensificado os trabalhos e ações na busca de alternativas para melhorar a renda das famílias rurais. Uma das saídas está sendo a produção de frutas e hortaliças como: laranja, tangerina, bergamota, moranguinho, repolho, alface, brócolis, cenoura, beterraba e outros.

Preocupados em melhorar o mercado desses produtos e também para atender um a exigência que está sendo implantada em todo estado que é a rastreabilidade de produtos agrícolas. Assim o grupo de agricultores com apoio da Prefeitura e da Epagri tem buscado orientação para atender essas exigências e colocar no mercado produtos de qualidade e de ótima procedência.

Em apoio a essas famílias é que a Secretaria Municipal de Agricultura de Ban­deirante, Cidasc e Epagri realizaram no início deste mês um encontro envol­vendo famílias rurais, técnicos de ambas as instituições do município e dos municípios da região, onde o foco foi o debate sobre a Portaria da Rastreabilidade, imple­mentada pelas Secretarias de Estado da Agricultura e Saúde.

Para tirar dúvidas e explicar o processo da rastreabilidade, veio de Florianópolis, vários técnicos da Cidasc, como o engenheiro agrô­nomo Ricardo Miotto, gestor estadual do Departamento de Defesa Sanitária Vegetal. O mesmo abordou sobre a portaria que prevê a identificação de origem da produção primária, ou seja, identificar o produtor responsável pela produção agrícola de hortaliças que vai para a comercialização, garantindo assim um pa­drão maior de qualidade.

Conforme o agrônomo, isso será feito a partir de um processo de embala­gem, rotulagem, emissão de nota fiscal do produtor e entrega no mercado. Nada mais é, que uma ma­neira de identificarmos a origem do produto. Nes­te encontro foi explicado como o processo será feito, pois a Cidasc está próxima de lançar um sistema de identificação de origem, que irá rastrear a proprie­dade, produto, gerando etiqueta, código de barra e demais necessidades que o mercado exige.

 

RASTREABILIDADE É A CONFIANÇA E GARANTIA DE SEGURANÇA

O principal objetivo disso é a garan­tia de segurança dos ali­mentos aos consumido­res. Miotto explicou que a partir do momento que a Cidasc fará análises de resíduos de agrotóxicos e caso se identifique algum problema, será possível identificar a origem.

Este projeto está em fase de conclusão e o agrô­nomo prevê que em cerca de 30 a 40 dias ele seja finali­zado e então ocorra uma campanha de divulgação estadual. O agricultor deverá fazer uma identificação de origem, ou seja, se fazem necessá­rios alguns controles nas propriedades, que entra­riam as boas práticas agrí­colas, com todos os regis­tros do que é usado, como os defensivos, agrotóxicos, adubação e práticas.

Tudo isso será re­gistrado e permitirá um maior controle de produ­ção. Os produtores tam­bém poderão adotar um selo de conformidade que é uma consultoria feita pela Cidasc, que dará a cer­tificação. Com a certifica­ção de origem o produtor terá mais responsabilidade com o produto fornecido para o consumidor, assim como com mais segurança e também mais garantias aos consumidores.

Um grupo de agricultores já está iniciando o processo de registros, anotações e controles de todo processo de produção. Com isso poderão se credenciar ao processo de rastreabilidade e com isso ganharão mais espaços nos supermercados, pois seus produtos terão a origem confirmada e os consumidores saberão de forma clara onde é e como são produzidas as hortaliças e frutas.

 Toda mudança gera algum desconforto e é compreensível, mas na medida em que as normas ficam mais claras e com apoio da prefeitura e outros órgãos municipais, pode-se encurtar caminho e a preocupação dará espaço a confiança dos supermercadistas e consumidores.

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