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O QUE É SILVIPASTORIL

Última atualização: 2018/04/27 8:12:57


Sistema Silvipastoril (SSP) é a combinação intencional de árvores, pastagem e gado numa mesma área ao mesmo tempo e manejados de forma integrada, com o objetivo de incrementar a produtividade por unidade de área. Nesses sistemas, ocorrem interações em todos os sentidos e em diferentes magnitudes.

Os SSPs apresentam grande potencial de benefícios econômicos e ambientais para os produtores e para a sociedade. São sistemas multifuncionais, onde existe a possibilidade de intensificar a produção pelo manejo integrado dos recursos naturais evitando sua degradação, além de recuperar sua capacidade produtiva.

Por exemplo, a criação de animais com árvores dispersas na pastagem, árvores em divisas e em barreiras de quebra-ventos, podem reduzir a erosão, melhorar a conservação da água, reduzir a necessidade de fertilizantes minerais, capturar e fixar carbono, diversificar a produção, aumentar a renda e a biodiversidade, melhorar o conforto dos animais.

Caracterizado também como sistemas e técnicas de manejo que incluam como prática o uso de árvores em consórcio e associação com cultivos agrícolas e criação animal devem ser pensados prioritariamente em termos de integração das atividades na propriedade rural.

VANTAGENS DO SISTEMA SILVIPASTORIL

Nas áreas de pastagens, os sistemas silvipastoris podem trazer aumentos consideráveis de circulação de riqueza, isto é, podem favorecer a industrialização regional através da disponibilidade de matéria-prima em maior quantidade e diversidade promovendo aumento na oferta de emprego direto e indireto via incremento de cadeias produtivas. Tais sistemas poderão produzir madeiras de variadas espécies com custos competitivos, pois neles a colheita é mais fácil e, ainda, pode-se agregar valor pelo fato da madeira ser produzida em condições ambientalmente adequadas.

Tanto a madeira quanto o leite, a carne e o couro, produzidos em sistema silvipastoril, atendem melhor aos princípios preconizados pelos mecanismos da certificação de origem sustentável e de suas cadeias de custódia, pois consideram aspectos ambientais, sociais e econômicos.

Nos sistemas silvipastoris, a presença de árvores pode conservar e melhorar a qualidade do solo por favorecer o controle da erosão, a ciclagem de nutrientes e a adição de matéria orgânica; utilizar a radiação solar mais eficientemente do que em pastagens em monocultivos e capturar nutrientes e umidade do solo em diferentes profundidades, diminuindo então a dependência de entradas externas de nutrientes ou estabelecendo uma relação benefício/custo mais positivas.

As áreas de pastagem terão sua produção e sustentabilidade favorecidas pela melhoria ambiental e economia de recursos, decorrentes do aumento da vida útil dos pastos fator que influencia no cálculo dos custos. Os sistemas silvipastoris podem ter sua adoção fundamentada, em diversos objetivos, variando da conservação do solo, melhoria das condições ambientais (proteção contra geadas, ventos frios, granizo, tempestades, altas temperaturas) e, portanto, melhoria da saúde dos animais e proteção das pastagens, até a disponibilidade de madeira na propriedade rural para os diferentes usos, a renda adicional em madeiras comerciais e, inclusive, o aspecto cênico (manejo da paisagem). 

A tendência de mercados para produtos ambientalmente adequados abre uma oportunidade para a produção animal a pasto, como estratégia para o mercado de produto “orgânico”, em um sistema capaz de contribuir para a fixação de gás carbônico (CO2), com menor emissão de óxido nitroso (N2O) e, assim, contrabalancear a emissão de gás metano (CH4) pelos ruminantes, todos importantes gases componentes do efeito-estufa; fatos que podem compor elementos de marketing ambiental para o sistema silvipastoril.

PERSPECTIVAS PARA OS SISTEMAS SILVIPASTORIS

A integração e interação dos componentes pecuário, agrícola e florestal é de vital importância para o desenvolvimento sustentável. Todos de maneira a contemplar as questões pertinentes á mitigação de seus impactos no meio ambiente e permitindo a máxima biodiversidade possível, o uso conservacionista do solo, a produção e conservação da água.

Assim, a introdução do componente florestal nos sistemas de produção deve se dar num enfoque que não admita mais a separação entre agricultura, pecuária e floresta, mas sim o “casamento” desses componentes no meio rural, em prol da qualidade de vida, da sustentabilidade e da estabilidade da produção. 

A compreensão da forma como o componente florestal contribui ou poderia contribuir nos sistemas de produção existentes permite o desenvolvimento de trabalhos técnicos para a introdução e/ou melhoramento de práticas florestais e/ou agroflorestais nas propriedades rurais.

Diante da importância socioeconômica da cadeia produtiva da carne e do leite para a sociedade e das divisas que proporciona, o desafio será o seu desenvolvimento em bases sustentáveis, o que difere de mero crescimento. As discussões em torno das estratégias para o desenvolvimento sustentável tem procurado pautar-se em itens que vão além da produtividade, ou seja, da sustentabilidade e estabilidade da produção, até a justiça social.

BONS EXEMPLOS NA REGIÃO DE SILVIPASTORIL

 

Dias atrás acompanhei um grupo de técnicos que foram conhecer uma experiência bem sucedida em silvipastoril na produção de leite em larga escala. Um produtor que possui mais de 100 vacas em lactação no munícipio de Serra Alta no extremo oeste catarinense.

Os resultados desta tecnologia são visíveis e a família está muito feliz com a produção de leite nesse sistema que agrega produção de leite a base de pasto perene (gramas e capins), sombra o ano todo, água e bom manejo animal e das pastagens.

Todos saíram convencidos que o sistema silvipastoril para a produção de leite ou carne é altamente sustentável, economicamente viável e socialmente justo. Existe uma diminuição considerável de mão de obra, diminuição na incidência de doenças e uso de medicamentos, aumento na produção, diminuição nos custos de produção e a melhoria do bem estar animal. 


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