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Operação da PF combate fraude na importação de equipamentos médicos

A estimativa é que, apenas em tributos diretos, a sonegação chegue a R$ 20 milhões. A investigação começou a partir de uma apreensão de carga de equipamentos médicos em outubro de 2013, na Aduana em Dionísio Cerqueira.

Última atualização: 2017/08/02 10:13:19

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Foto: Reprodução

A Polícia Federal deflagrou, na manhã desta quarta-feira, dia 2, a Operação Equipos, que busca desarticular uma organização criminosa dedicada ao contrabando de equipamentos de diagnóstico médico através da Aduana de Controle Integrado (ACI) em Dionísio Cerqueira. A estimativa é que, apenas em tributos diretos, a sonegação chegue a R$ 20 milhões. A investigação começou a partir de uma apreensão de carga de equipamentos médicos em outubro de 2013, na ACI em Dionísio Cerqueira.

Na ocasião, foram apreendidos tomógrafos, mamógrafos e outros equipamentos de alto valor comercial, em uma carga avaliada em aproximadamente R$ 3 milhões, sendo R$ 2 milhões os tributos sonegados. Na documentação constava descrição genérica da mercadoria e valor declarado de US$ 180 mil (apenas 10% do valor real).

No inquérito policial instaurado para apuração do caso, foi verificado que, entre 2011 e 2015, o grupo criminoso investigado introduziu de forma irregular no Brasil outras 12 cargas de equipamentos médicos, remetidas dos Estados Unidos via trânsito aduaneiro pelo Chile e Argentina. Após a liberação pelas autoridades argentinas, as cargas desapareciam. Porém, notas fiscais emitidas pelo grupo comprovam que os equipamentos entraram no Brasil e foram revendidos para clínicas, hospitais e intermediários de diversas regiões do país.

Após a apreensão da carga (em outubro de 2013), o grupo passou a registrar as importações de equipamentos médicos no Siscomex (sistema de importação), porém, como “equipamentos tipográficos” — e com declaração subfaturada de apenas 10% do valor real, o que permitiu conseguir isenção dos impostos de importação e do IPI, além da redução de outros tributos, causando prejuízos milionários à União.

A descrição incorreta da mercadoria também liberava fraudulentamente o grupo da necessidade de Licença Prévia de importação e de fiscalização pela Anvisa. São investigados empresários e pessoas jurídicas do ramo de exportação e importação, revendedores, clínicas, hospitais, despachante aduaneiro, além de um doleiro responsável pelo repasse de recursos ilícitos ao grupo. Também é apontado como integrante do grupo criminoso um servidor da Receita Federal com lotação em Dionísio Cerqueira, que teria recebido valores ilícitos em troca de facilitação da ação da quadrilha.

 Os principais integrantes do grupo criminoso também foram investigados na Operação Shylock, deflagrada em setembro de 2015, e respondem a ação penal na Justiça Federal. Estão sendo cumpridos 62 mandados de busca e apreensão e 19 de condução coercitiva em 44 municípios de Santa Catarina e mais 18 estados. Há também um interrogatório em Fort Myers, na Flórida (EUA), com o apoio de autoridades americanas, em ação de cooperação internacional.

Estão sendo sequestrados judicialmente nove veículos e 21 imóveis dos principais investigados. No total, 250 policiais estão atuando no cumprimento das medidas. Os envolvidos serão indiciados por corrupção ativa, corrupção passiva, associação criminosa, contrabando, facilitação do contrabando e falsidade ideológica. Somadas, as penas máximas podem chegar a 23 anos de prisão.

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