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Os Lusíadas – Luiz Vaz de Camões

Os Lusíadas é um poema épico que retrata os feitos heroicos portugueses e a grandeza da nação. Segue as convenções da poesia épica, apresentando um herói, feitos heróicos, obstáculos a serem superados, uma missão e seres mitológicos. O poema é dividido em dez cantos, com uma estrutura épica que inclui prólogo, invocação de uma divindade, dedicatória, aventura e epílogo. A obra é caracterizada pelo classicismo, que enfatiza o antropocentrismo, o paganismo, os temas antigos, a simplicidade e o rigor formal. O poema é escrito em versos decassilábicos, e alguns de seus versos mais famosos descrevem as aventuras e conquistas dos exploradores portugueses. Embora o poema seja estático e inalterável, continua atual, pois retrata o caráter de uma nação e os feitos heróicos que continuam a influenciar a cultura portuguesa.

Última atualização: 2023/04/20 9:31:16

Os Lusíadas é um poema épico com as seguintes características: possui caráter narrativo, tem a presença de um herói, narra fatos heróicos, narra obstáculos a serem vencidos pelo protagonista, fala da missão a ser cumprida pelo herói, faz menção a deuses ou seres mitológicos, fala de acontecimentos extraordinários, enaltece a tradição portuguesa e possui versos decassílabos.

Dividido em dez cantos, com a seguinte estrutura épica: proposição ou prólogo, invocação a uma divindade, dedicatória, relato das aventuras de Vasco da Gama e conclusão ou epílogo.

O poema épico Os Lusíadas é a principal obra do classicismo português, estilo de época, com as seguintes características: visão antropocêntrica, semipaganismo, valorização dos temas da Antiguidade, equilíbrio e simplicidade, bucolismo, idealização do amor, idealização da mulher e rigor formal.

Escrito em versos decassílabos, Os Lusíadas enaltece a nação portuguesa e mostra como esse povo, representado pelos seus heróis conquistadores, é corajoso e audaz.

Alguns versos do poema: As armas e os Barões assinalados; Que da Ocidental praia Lusitana; Por mares nunca de antes navegados; Passaram ainda além da Taprobana.

Em perigos e guerras esforçados; Mais do que prometia a força humana; E entre gente remota edificaram; Novo Reino, que tanto sublimaram;

Desse modo, Camões relata as conquistas dos reis portugueses, que foram dilatando a fé, o império, e as terras viciosas de África e de Ásia. Porém, antes, ele segue a convenção epopeica e invoca as ninfas do rio Tejo, em Portugal. “Dai-me agora um som alto e sublimado um estilo grandíloco e corrente, por que de vossas águas Febo ordene, que não tenham enveja às de Hipocrene. (Grafia do original).

Além disso, o narrador dedica seus versos a D. Sebastião (1554-1578), rei de Portugal. Em alguns momentos da obra, ele também se dirige ao monarca como seu interlocutor, para tornar a saga portuguesa ainda mais sublime, mostra que os lusos são protegidos pelos deuses do Olimpo, em clara referência à cultura greco-latina, como mostram estas palavras de Júpiter: “Eternos moradores do luzente, Estelífero Polo e claro Assento, Se do grande valor da forte gente, De Luso não perdeis o pensamento, Deveis de ter sabido claramente, Como é dos Fados grandes certo intento, Que por ela se esqueçam os humanos, De Assírios, Persas, Gregos e Romanos.

Assim, no prólogo, o narrador apresenta o herói da epopeia, ou seja, Vasco da Gama (1469-1524): Vasco da Gama, o forte Capitão, Que a tamanhas empresas se oferece, De soberbo e de altivo coração, A quem Fortuna sempre favorece, Pera se aqui deter não vê razão, Que inabitada a terra lhe parece (grafia original).

** DIANTE DE RENOMADA OBRA, IMPOSSÍVEL tratar da história (que não se pode mudar) como algo estático, recorrente, porque como é de hábito dizer, “a história se repete” sobretudo quando contada em prosa ou versos por escritores e poetas de renomado conceito intelectual.

Assim, transportando a epopeia portuguesa para nossos dias atuais, impossível não fazer a comparação, embora opiniões discordantes. Vejamos as estrofes introdutórias desta matéria, citadas acima, onde se identifica que as armas e barões chegaram através de métodos nunca antes experimentados e foram além dos limites. A partir desta ação, as armas e os barões forçaram perigos e guerras mais forte do que prometia a força humana, e entre gente pacifica tentaram edificar o novo reino que tanto desejaram.

No epílogo, os conquistadores voltam para Portugal, e o narrador termina a obra com as seguintes sugestões: Cessem do sábio Grego e do Troiano, As navegações grandes que fizeram; Cale-se de Alexandre e de Trajano, A fama das vitórias que tiveram; Que eu canto o peito ilustre Lusitano, A quem Neptuno e Marte obedeceram: Cesse tudo o que a Musa antiga canta, Que outro valor mais alto se alevanta.

Esta estrofe de Os Luzíadas, especialmente os dois últimos versos, é sem dúvidas a mais citada e referida da obra de Camões. Pode ser aplicada em qualquer circunstância: no trabalho, quando o patrão diz “aqui quem manda sou eu…”; na vida doméstica quando alguém diz: “vou fazer do meu jeito” e principalmente na política, quando assume um novo governo e diz: bem, agora não adianta chiar… nós governamos e pronto!  “Cesse tudo o que a Musa antiga canta, Que outro valor mais alto se alevanta”.

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