Paraíso realiza estudo pioneiro para controle populacional de cães e gatos

O município de Paraíso realizou um levantamento inédito sobre a população de cães e gatos, identificando dados essenciais para o planejamento de políticas públicas voltadas ao controle populacional e bem-estar animal. A pesquisa, conduzida pela médica veterinária do município, Antonise Mariely Jaguezeski, revelou que cerca de 75% dos animais não são castrados, um percentual considerado preocupante.

“Desde que assumi a função em 2021, percebi uma grande demanda da população por mutirões de castração. No entanto, faltavam dados concretos sobre a realidade dos animais no município, o que dificultava a criação de estratégias eficientes”, explica Antonise.

O levantamento foi realizado entre outubro de 2022 e janeiro de 2023, com a aplicação de questionários em visitas domiciliares feitas por agentes de saúde e endemias. Foram entrevistadas 832 residências, abrangendo 61,4% da população. O estudo registrou 3.018 animais, sendo 1.706 cães e 1.312 gatos, mas a estimativa é que o número total ultrapasse 5.000.

A pesquisa também apontou que a taxa de não castração é ainda maior na zona rural, com microáreas onde para cada fêmea castrada há mais de 40 não castradas. “O problema é maior no interior, onde os animais se reproduzem sem controle e acabam migrando para a cidade”, detalha Antonise.

Diante dos números, a veterinária destaca a castração como a principal ferramenta para o controle populacional. “Nossa meta é conseguir recursos para ampliar os mutirões. Com um investimento de R$ 100 mil, por exemplo, seria possível castrar cerca de 250 fêmeas de grande porte ou 300 de médio porte”, ressaltou Antonise.

Além da castração, Antonise reforça a importância da conscientização da população. “Precisamos levar informação sobre a relevância desse procedimento, especialmente para as crianças nas escolas, para que cresçam com uma nova visão sobre a responsabilidade com os animais”, afirma.