O termo é utilizado para classificar algo ou alguém que segue as normas e leis estabelecidas por uma instituição oficial
POLÍTICAMENTE CORRETO
O termo é utilizado para classificar algo ou alguém que segue as normas e leis estabelecidas por uma instituição oficial. Normalmente, quando se fala, refere-se a neutralização de um discurso, evitando o uso de linguagem estereotipada ou que possa fazer referência as diversas formas de discriminação.
Os discursos politicamente incorretos são bastante comuns no humor. Exploram assuntos considerados tabu pela sociedade, desconsiderando princípios da moral, da ética e dos bons costumes.
Um indivíduo politicamente correto obedece os padrões da ética e da moral, convencionais em determinadas sociedades. É tido como um “cidadão exemplo”.
HIPOCRISIA
A ideia do politicamente correto, termo importado dos americanos que se espalhou rapidamente na sociedade brasileira, esconde um dos maiores vícios morais do ser humano: a hipocrisia. Respeitar o outro, tratá-lo de forma cortês, educada, sem causa-lhe qualquer tipo de constrangimento, é relevante para a boa convivência social, porém o que não pode acontecer é que se estabeleça, por um lado, a afetação da virtude no fingimento e na covardia e por outro a cultura do coitadismo.
Já houve casos em que escritores, jornalistas, pessoas públicas e cidadãos comuns, fizeram declarações, que nem sempre afetaram a moral das pessoas as quais eles se referiram, mas foram processados e ficaram com a pecha de reacionários e preconceituosos enquanto que as “vítimas” se tornaram coitadinhas. Algumas se aproveitaram da situação para fazer escândalos, aparecer na mídia ou simplesmente para angariar alguns trocados. Menos mal que os supostos agressores, que sem qualquer temor destilam seu sarcasmo, não nasceram de susto, como dizem no Rio Grande amado.
PRECARIEDADES
A sociedade atual é marcada e pautada por precariedades ideológicas e perda das forças da moral e da ética, em que a breguice, o medo e a imoralidade viraram os carros-chefes do comportamento, com direito a rituais de apoteose. Poucos são aqueles que têm coragem de enfrentar o bloco dos desiguais que se dizem iguais, falam diferente que a maioria e se esquivam do modelo aguado do pensamento social contemporâneo.
TRISTE REALIDADE HIPÓCRITA
Muitos querem parecer bonzinhos e agradar a todos. Não querem se queimar. Ao mesmo tempo gostariam de destruir todos. Amam a detestam o semelhante, como diz o filósofo Luiz Felipe Pondé. Assim, se identificam muito bem com a ideia do ”Homo homini lupus”, da concepção do filósofo Thomas Hobbes.
Quando alguém diz na mídia algo considerado “politicamente incorreto”, a sociedade desce a ripa, criticando o autor do delito. Recentemente, uma jornalista do SBT, depois de apontar algumas falhas graves na justiça brasileira que contribuem para o aumento da violência urbana, disse aos membros dos Direitos Humanos: “adote um bandido!”
DAÍ ATÉ…
Com certeza, muitos gostariam de dizer isso em público, mas a covardia não lhes permite se pronunciar dessa forma. Preferem se moldar a um esquema mais cômodo que é o de criticar usando os chavões que a maioria usa. É bom lembrar que as críticas bem elaboradas enriquecem os debates. Porém, defender ou criticar porque outros o fizeram, é feio.
Caso não tenha coragem de falar o que pensa, fique calado. Faça como a maioria, pois como disse Luther King: “para você adquirir inimigos não precisa criar uma guerra, é só falar o que pensa”. E para essa briga, é preciso preparo, o que é exercício psicológico de poucos.
A epidemia do politicamente correto abrange comportamentos que revelam demagogia, maldade, inveja, mentira, mau-caratismo e mania de criticar, esta impulsionada pela covardia.
Disse Michel Foucault: “Precisamos resolver nossos monstros secretos, nossas feridas clandestinas, nossa insanidade oculta”. Amém!
SINTOMAS DE UMA SOCIEDADE HIPÓCRITA
A ideia do politicamente correto esconde um dos maiores vícios morais do ser humano: a hipocrisia. São cinco os principais sintomas dos atos de fingir: ter crenças, virtudes, ideias e sentimentos, que na verdade a pessoa não possui.
O primeiro desses sintomas é achar que a responsabilidade pela existência de menores infratores é somente do menor. Daí, o hipócrita prega um discurso de ódio e defende a redução da idade penal ao invés de trabalhar pela assistência à população e educação de qualidade.
O segundo sintoma é acreditar que sempre existem exceções para os próprios atos, enquanto aos outros é exigida a aplicação de leis e regras.
O terceiro sintoma, da hipocrisia religiosa, e ter a convicção que a sua religião é melhor que a do outro e é a única que dá validade à sobrevivência imortal.
O quarto, é achar que tudo pode ser comprado. O Poder e a cobiça é o epílogo triste da história humana.
O quinto e último sintoma da hipocrisia é achar que a corrupção é algo normal, quase uma característica cultural mundial do ser humano. A impunidade recorrente alimenta a ideia de que a corrupção é algo normal e imutável. As pessoas veem, ficam indignadas mas não tomam atitudes concretas para a mudança.
POLITICAMENTE INCORRETO
O modismo é internacional. A prática é nacional. Vai de Marechal Deodoro à Michel Temer. Coisas da República e das republiquetas de fronteira. Na era Imperial, não havia necessidade. Tudo era resolvido entre fraques e perucas.
Recentemente, em nossa aldeia de São Miguel sexagenário, para defender a educação foi tentado o fechamento em etapas de uma escola rural. Essa é a fórmula mágica para defender a educação. O homem do campo que vá pastar, devem pensar enquanto discursam.
O motivo é a redução de custos. Sequer sabem da existência da Lei Federal 12.960 de 2014 que exige a manifestação de Órgão Normativo (no caso o Conselho Municipal de Educação) para fechamento de escolas rurais, indígenas e quilombolas.
Graças a “pessoas infiltradas” e cientes do “politicamente incorreto”, os interessados conseguiram bloquear a intentona. Aos poucos, o povo abre os olhos!
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