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PREÇOS EM QUEDA DO LEITE DESANIMA PRODUTOR

. É uma verdadeira gangorra, pois sobe alguns centavos e desce outros e as famílias ficam a mercê dessa situação

Última atualização: 2018/02/02 8:41:15

Os produtores de leite vêm sofrendo muito nos últimos nãos com relação ao preço pago ao litro de leite. É uma verdadeira gangorra, pois sobe alguns centavos e desce outros e as famílias ficam a mercê dessa situação.

Os preços praticados na compra de leite pelos laticínios, neste início de 2018, estão sendo praticados nos mesmos patamares de 2013. Os produtores rurais estão trabalhando no vermelho. Essa situação foi dimensionada pelo Conselho Paritário Produtor/Indústrias de Leite do Estado de Santa Catarina (Conseleite/SC), que esteve reunido na última semana em Florianópolis para definir os valores de referência para o mês.

De acordo com projeção do Conselho, o leite entregue em janeiro para processamento industrial a ser pago em fevereiro pelos Laticínios terá uma redução de dois centavos/litro nos valores de referência, ou seja, queda de 2,4%.

Os valores projetados são os seguintes: leite acima do padrão R$ 1,0985/litro; leite padrão R$ 0,9552 e abaixo do padrão R$ 0,8684. Os valores se referem ao leite posto na propriedade com Funrural incluso.

BAIXO CONSUMO E GRANDE PRODUÇÃO DE LEITE

O baixo nível de consumo é o principal motivo dos preços baixos. Neste momento as indústrias estão fortemente estocadas e o consumidor, nesse período de verão, prefere outras bebidas, como uva, água, refrigerante e cervejas. Reflexo disso é o fato dos supermercados fazerem todas as semanas promoções para venda dos estoques, ofertando o leite longa vida a menos de R$ 2 a unidade.

A Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Santa Catarina (FAESC) espera uma lenta recuperação, mas avalia que somente a retomada do consumo em grande escala e as exportações irão recompor a rentabilidade da cadeia produtiva de lácteos. Precisamos de um programa de exportação para escoar nossa vasta produção ao mercado externo. Não há outro jeito de prosperar e de superar essas crises cíclicas.

Santa Catarina é o quarto produtor nacional. O Estado gera 2,9 bilhões de litros ao ano. Praticamente todos os estabelecimentos agropecuários produzem leite, o que gera renda mensal às famílias rurais e contribui para o controle do êxodo rural. O oeste catarinense responde por 75% da produção. Os 80.000 produtores de leite (dos quais, 60.000 são produtores comerciais) geram 8,3 milhões de litros/dia, mas a capacidade industrial está estruturada para processar até 10 milhões de litros de leite/dia.

PRODUÇÃO CATARINENSE DE LEITE AUMENTA 82% EM DEZ ANOS A produção de leite vem numa crescente em Santa Catarina. Em dez anos, o Estado ampliou em 82% a sua capacidade produtiva, chegando a 3,1 bilhões de litros produzidos em 2016. No mesmo período, a produção brasileira aumentou 32%. As expectativas são de um crescimento ainda maior para os próximos anos, focado principalmente no mercado externo.De 2006 a 2016, Santa Catarina saltou de 1,7 bilhão de litros produzidos para 3,1 bilhão de litros, tornando o Estado catarinense o quarto maior produtor nacional de leite. E as estimativas do Centro de Socioeconomia e Planejamento Agrícola (Epagri/Cepa) já apontam para uma produção ainda maior em 2017. O Estado pode ter produzido 3,4 bilhões de litros e o país 35 bilhões de litros de leite.O leite é a atividade agropecuária que mais cresce em Santa Catarina e envolve 45 mil produtores em diversos municípios do Estado. A grande bacia leiteira catarinense é a região Oeste, que responde por 75% de todo leite produzido, quase 2,4 bilhões de litros. “O setor leiteiro é um grande destaque de Santa Catarina e vem passando por grandes transformações, com o investimento em pastagens, tecnologias e genética. Ainda temos muitos desafios pela frente para que o nosso leite seja competitivo para exportação”, ressalta o secretário de Estado da Agricultura e da Pesca, Moacir Sopelsa.A produção catarinense é bem maior do que o consumo estadual, mais da metade da produção é destinada ao abastecimento de outros estados. A tendência é que a produção estadual continue crescendo nos próximos anos, o que deve aumentar a participação estadual no mercado interno e ampliar as possibilidades de o estado alcançar também o mercado externo.O leite é o terceiro produto no ranking de Valor Bruto da Produção (VBP) da agropecuária catarinense. O faturamento do setor passou de R$ 3,5 bilhões em 2017 e representa 13% de toda receita do agronegócio catarinense. Lembrando que o Valor Bruto da Produção Agropecuária não considera o faturamento com os insumos agrícolas, transporte, agroindústrias e serviços.
GOVERNO DO ESTADO SANCIONA LEI QUE REGULAMENTA PRODUÇÃO E COMERCIALIZAÇÃO DE QUEIJOS ARTESANAIS EM SC
A lei que regulamenta a produção e comercialização de queijos artesanais de leite cru no Estado de Santa Catarina já está em vigor. Foi sancionada pelo governador Raimundo Colombo ainda no dia, 16/01/18, e publicada no Diário Oficial no dia seguinte, sob número 17.486. Pela lei, é considerado queijo artesanal aquele elaborado com leite cru da própria fazenda, com métodos tradicionais, com vinculação ao território de origem, conforme Regulamento Técnico de Identidade e Qualidade (RTIQ) estabelecido para cada tipo e variedade, sendo permitida a aquisição de leite de propriedades rurais próximas desde que atendam todas as normas sanitárias pertinentes. Poderão constituir a fórmula dos queijos artesanais os seguintes itens: leite cru, condimentos naturais, corantes naturais, coalhos/coagulantes, sal (cloreto de sódio ou outro que exerça a mesma função), fermentos e outras substâncias de origem natural, permitindo-se a utilização de aditivos descritos nas receitas originais.A queijaria deve dispor de ambientes adequados para recepção do leite, higienização de mãos e calçados (barreira sanitária), fabricação, embalagem, estocagem (quando necessário), expedição e almoxarifado.A lei determina, ainda, que a inspeção e a fiscalização industrial e sanitária da produção do queijo artesanal serão realizadas periodicamente pelo órgão de controle sanitário. Também serão realizados regularmente exames laboratoriais de rotina para atestar a qualidade do produto final.Até que enfim uma boa notícia as famílias rurais, especialmente as de pequenas propriedades que poderão fabricar e comercializar seus queijos artesanais sem muita burocracia. A agricultura familiar já tem dificuldades imensas na produção de seus produtos e quando são colocados muitos empecilhos no processamento e comercialização as mesmas se tornam inviáveis e acabam desistindo da atividade.

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