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Projeto prevê percentual mínimo de 10% de vagas para mulheres na PM

Está para ser votado na Alesc o Projeto de Lei Complementar 7.3/2016, que estabelece o percentual mínimo de 10% de vagas para o sexo feminino em concursos e no ingresso no efetivo das instituições militares de Santa Catarina. A atual lei de ingresso na carreira militar de Santa Catarina prevê o máximo de 6% das vagas. Mulheres que atuam na PM de São Miguel do Oeste, entendem que esse projeto representa um avanço significativo

Última atualização: 2017/07/28 11:32:50

São Miguel do OesteJuliana Fátima Barp Machado e Elisangela Adriane Chimin FaoroClaudia WeinmanNo dia 19 de julho a Assembleia Legislativa do Estado de Santa Catarina (Alesc), divulgou um vídeo perguntando aos internautas uma opinião quanto ao Projeto de Lei Complementar 7.3/2016, que estabelece o percentual mínimo de 10% de vagas para o sexo feminino em concursos e no ingresso no efetivo das instituições militares de Santa Catarina. A atual lei de ingresso na carreira militar de Santa Catarina prevê o máximo de 6% das vagas autorizadas para o sexo feminino.O aumento do número de vagas é uma proposta do Deputado Valdir Cobalchini (PMDB), o qual acredita que as mulheres acabam concorrendo em condições desiguais e, segundo dados levantados por ele, em 2014 correspondiam a apenas 7,6% dos quadros. Para Cobalchini, a intenção é garantir condições para que as mulheres possam cada vez mais ingressar na Polícia Militar. Diante disso, a reportagem do jornal Gazeta conversou nesta semana com duas políciais militares do batalhão em São Miguel do Oeste. A soldado Juliana Fátima Barp Machado, 33 anos, atua há nove anos na Polícia Militar. A 3º Sargento Elisangela Adriane Chimin Faoro, 38 anos, está há 13 anos. Segundo elas, o percentual mínimo de 10% de vagas para o sexo feminino é visto com algo positivo. Elisangela comenta que quando ela iniciou a sua atuação em São Miguel do Oeste, haviam apenas três mulheres na corporação. Depois, esse número foi aumentando com as escolas de formação que aconteceram. Elisangela explicou que no ingresso à Polícia Militar, tanto as mulheres como os homens permanecem durante sete meses em formação específica e integral. Em 2013 aconteceu uma escola de formação específica para mulheres, onde formaram-se 30, no entanto, atualmente a escola faz a junção de homens e mulheres dividindo o mesmo espaço, com as mesmas tarefas e aprendizado, o que muda, conforme ela, são alguns exercícios que para os homens a genética favorece mais, no entanto, todo o processo formativo ocorre da mesma maneira para ambos os sexos. 
Na região, são 47 mulheres em atuação Juliana contou que as mulheres, independente da profissão, sempre passaram por alguma situação de machismo, mas que, no entanto, as indiferenças dentro do batalhão são trabalhadas para que não haja esse tipo de problema. “Para nós a relação dentro do ambiente de trabalho é tranquila, uma vez que nossa formação é voltada a respeitar cada um, então qualquer situação de estranheza certamente seria comunicada e resolvida imediatamente”, disse ela. Ela comenta também que em algumas situações as mulheres conseguem resolver o problema de maneira mais tranquila. “Desde as conversas nas comunidades, quando estamos de folga, as pessoas chegam e perguntam como é a nossa profissão. Em casos de ocorrência penso que esse instinto materno ajuda bastante, no entanto, sendo homem ou mulher precisamos manter a postura para que possamos desenvolver nosso trabalho como deve ser”, mencionou.Segundo Elisangela, as mulheres desenvolvem as tarefas de maneira igual aos homens, entre elas, estão as atividades de rádio patrulha, acompanhamento dos programas educacionais, com idosos, com diferentes grupos, Proerd envolvendo crianças e pais, atividades administrativas, além da central de emergência. Na região do batalhão, que abrange 35 municípios, segundo Elisangela, são 36 mulheres em atuação na área do batalhão e mais 11 na central regional de emergência, totalizando 47 mulheres. “Nunca tivemos um número tão expressivo. Percebemos com isso que as mulheres têm desempenhado um papel importante. Assim como os homens têm a sua importância a mulher também tem”, finalizou.
Juliana Fátima Barp Machado e Elisangela Adriane Chimin Faoro

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