Qual é a taça?

O vinho mais consumido neste verão está no centro de uma polêmica interessante. Afinal qual a melhor taça para apreciar um espumante? Taças são importantes para apreciar um bom vinho, sem dúvida. Há toda uma tecnologia envolvida que considera a dinâmica dos fluidos e a interação do líquido com as paredes, que podem ser de vidro ou cristal, em liga  com titânio ou zircônia. São importantes também pelo ritual, que é um fator cultural de peso para todos os ligados ao mundo do vinho. A novidade agora é receber o espumante nas tradicionais taças bojudas utilizadas para vinhos tranquilos. E as borbulhas, o tão aguardado perlage, que faz toda a diferença?

E onde fica a tradicional flûte, a taça de formato alongado e boca fechada, que conserva o  perlage até o fim? E o que dizer da famosa tulipa, de bojo mediano, boca fechada, muito elegante?

Os ortodoxos, como eu, seguem apreciando a bela e romântica coupe, a primeira taça destinada ao Champagne. Que segundo a lenda teria sido moldada sobre o seio esquerdo de Maria Antonieta, rainha da França, executada com o marido, o rei Luís XV.

A  coupe ou vintage perdeu o posto para a flûte ainda nos anos 60. Mas as criticas sobre ambas são consideráveis. A coupe dissipa os aromas e o perlage rapidamente. Já a  flûte, segundo especialistas conserva o perlage mas impede a apreciação de todas as delicadas notas de um bom espumante justamente por ter a boca muito fechada e o formato longo, que faz com que o gás se sopreponha aos aromas.

Maximilian Riedel, 11ª geração da família austríaca Riedel,  diretor do mais conhecido e respeitado fabricante de copos e taças feitos de cristal do mundo, declarou solenemente que seu objetivo, ainda em 2013 era tornar a flûte obsoleta.

Bem, ainda estamos sem vencedores desta batalha, e ela segue!