Quarenta anos do Movimento das Mulheres Camponesas é tema de homenagem na Câmara

Moção de aplauso foi entregue a integrantes do Movimento das Mulheres Camponesas
(Fotos: Tiarajú Goldschmidt/Câmara de Vereadores)

Os 40 anos do Movimento de Mulheres Camponesas (MMC) foi tema de moção de aplauso durante a sessão ordinária desta quinta-feira, dia 23, na Câmara Municipal de São Miguel do Oeste. A homenagem foi proposta pela vereadora Maria Tereza Capra (PT) e entregue à coordenadora estadual do MMC, Joana Sebben, e a demais integrantes do Movimento.

A vereadora lembra das origens do Movimento, no final dos anos 1970 e início dos anos 1980, quando mulheres de diversos locais do interior do Brasil se reuniam com a proposta de organizar movimentos autônomos de mulheres.

“Estava em debate a modernização tecnológica na agricultura com a chegada dos pacotes de venenos e da chamada ‘revolução verde’, que trouxe grandes rupturas do sistema social para as mulheres e as famílias camponesas, afetando a vida em diferentes dimensões no campo”, destaca Capra.

“Envolvidas em todas as lutas camponesas, da resistência à ditadura à reorganização dos sindicatos rurais progressistas e à reforma agrária, as mulheres percebiam que precisavam de um espaço de autonomia de decisões para que as pautas diretamente ligadas aos seus direitos também tivessem espaço nos debates. E aquelas sementes de organização, os diversos movimentos, articulações e espaços autônomos que foram se construindo em cada região, resistiram e vingaram. Já deram muitos frutos e construíram um movimento que hoje é protagonista das lutas das mulheres camponesas”, acrescenta a autora da homenagem.

Capra lembra que a data do marco histórico da fundação escolhida pelo Movimento de Mulheres Camponesas é o 1º de maio de 1983. “O MMC chega aos seus 40 anos neste ano de 2023 organizado em 16 estados do país, resultado das sementes plantadas naqueles anos 1980 e das lutas anteriores, das ligas camponesas e de tantas mulheres do campo, das águas e das florestas que ousaram enfrentar as violências, o capitalismo, o machismo, o patriarcado, o racismo e todas as opressões em cada momento da história.”

“Os 40 anos de existência do MMC têm um significado muito importante para as mulheres camponesas, pois muitas foram as conquistas: os direitos sociais como aposentadoria, salário maternidade, auxílio-doença, o SUS, entre outras, que tanto bem têm feito para as mulheres e famílias do campo, assim como para toda a sociedade. Todo o processo de luta pelos direitos garantiu às mulheres camponesas ter documentos, uma profissão reconhecida, o acesso à previdência social e a serem sujeitas ativas na história do país e do mundo”, lembra a vereadora.