É difícil encontrar alguém que nunca tenha se automedicado. Comum é ir até a farmácia e solicitar um anti-inflamatório, um remédio para dor de cabeça, para aliviar cólicas e outros sintomas corriqueiros. Mas você já pensou nos riscos da automedicação? A reportagem do Gazeta conversou com o cirurgião e especialista em cirurgia bariátrica, Marcos Pelegrini e com a farmacêutica Taisa Paula Giacomini para falar sobre esse tema
Farmacêutica Taisa Paula GiacominiClaudia WeimanÉ difícil encontrar alguém que nunca tenha se automedicado. Comum é ir até a farmácia e solicitar um anti-inflamatório, um remédio para dor de cabeça, para aliviar cólicas e outros sintomas corriqueiros. No entanto, pouca atenção é dada para os riscos que a automedicação pode provocar na vida das pessoas. Por isso, a reportagem dessa semana traz a análise do cirurgião e especialista em cirurgia bariátrica, Marcos Pelegrini, de São Miguel do Oeste, e da farmacêutica Taisa Paula Giacomini, que também convive diariamente com a realidade desse tema. Segundo Taisa, todos os dias a farmácia onde ela atua recebe alguma pessoa que se automedica. “As pessoas chegam e falam que estão com dor, que um amigo indicou tal medicamento. Percebemos que existem muitas pessoas que vão até a farmácia e compram medicamentos por ‘indicação’. Algumas perguntam o que poderiam estar tomando, explicam o que está acontecendo, mas a maioria sabe o que quer, já diz o que é bom e o que costumam tomar”, contou.A farmacêutica também falou que entre os medicamentos de venda livre mais comercializados são os anti-inflamatórios, remédios para estômago, cólica e dor de cabeça. “A gente vê isso todos os dias. Buscamos sempre dar as orientações até porque vários medicamentos causam interações, podem diminuir ou aumentar o efeito se utilizados de maneira conjunta. Outros medicamentos podem provocar algum tipo de alergia porque funcionam de maneira diferente no organismo das pessoas”, explicou.
Cirurgião e especialista em cirurgia bariátrica, Marcos Pelegrini O especialista recomendou que quando um sintoma é transitório, esporádico, de baixa intensidade, a automedicação pode ser feita desde que antes já tenha sido feita alguma orientação por parte de um profissional da área médica. “Uma dor de cabeça, um resfriado, é tranquilo tratar. Porém, se um medicamento for usado com periodicidade sem nenhuma orientação pode causar uma série de problemas. Usar um anti-inflamatório, por exemplo, que é bastante comum e as pessoas têm acesso à venda livre, é bom para aliviar a dor, mas usado de forma inadequada, com a dose errada em tempo inadequado, pode causar algum problema renal, assim como outros podem ter consequências. Nesse sentido sempre alertamos que mesmo que se alivie os sintomas acaba-se mascarando doenças que podem ser tratadas no início do problema”. Pelegrini revela que muitos pacientes, pela dificuldade de acesso a consultas, pelo deslocamento ser difícil, acabam aderindo ao mais fácil, que é ir até uma farmácia e se automedicar. “É importante lembrar que todo medicamento tem um efeito através de algum mecanismo, por isso é importante refletir sobre esse tema”. O cirurgião explica que o mais recomendável é buscar ajuda de um farmacêutico ou de outro profissional na área da saúde antes de fazer qualquer tratamento. “Quanto mais as pessoas buscarem informação, melhor. A automedicação tem seus riscos e é preciso dar atenção a essa problemática”, finalizou. 

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