Circula pelas redes sociais nesta sexta-feira (3) uma imagem que desafia o consenso entre quem a enxerga. A imagem traz um tênis que parte das pessoas enxerga como rosa e branco e outra parte como cinza e verde.
Circula pelas redes sociais nesta sexta-feira (3) uma imagem que desafia o consenso entre quem a enxerga. A imagem traz um tênis que parte das pessoas enxerga como rosa e branco e outra parte como cinza e verde.O caso lembra muito o viral que “quebrou” a internet em 2015, quando a imagem de um vestido gerou debates em redes sociais de todo o mundo. A questão era: o vestido é azul e preto ou branco e dourado?Na época, a BBC chegou a usar um software de edição de imagens para analisar os tons do vestido. Após a análise, a conclusão foi a de que o vestido é, na verdade, azul e preto. Nem precisava tanto já que uma outra foto do mesmo vestido mostrava que a roupa tinha essas cores. Uma publicação especializada, a Wired, explicou na época que cada pessoa enxergava a imagem conforme a capacidade de funcionamento das retinas dos olhos.
Vale lembrar que a imagem do tênis que está circulando nas redes sociais já havia rodado pela internet em 2017, mas sem as informações de que a percepção teria relação com a atividade cerebral. Uma imagem do tênis sem alteração de cores também já circulou pela internet e mostra que o tênis é, na realidade, rosa e branco.
Funcionamento cerebral
Além da foto, também circula uma informação de que “pessoas com dominância do lado esquerdo do cérebro enxergam tênis cinza e verde. As com dominância do lado direito enxergam rosa e branco”. Assim, as pessoas que enxergam a cor rosa seriam mais sensíveis, enquanto as que veem cinza seriam mais racionais.Mas as características psicológicas das pessoas não são a resposta verdadeira para a visão de cores diferentes sobre uma mesma foto. De acordo com Jacques Ramos, oftalmologista da Fundação Hilton Rocha, existe uma subjetividade natural na forma com que as pessoas enxergam as cores – ou seja, as nuances de tonalidades são absorvidas de formas diferentes conforme o indivíduo.
Quando se modifica uma foto no computador, mexendo em fatores como saturação, iluminação, realce, brilho e temperatura, a análise individual sobre as cores tende a ser ainda mais subjetiva.“A interpretação sobre cores e tonalidades varia de pessoa para pessoa e há cores que confundem pessoas perfeitamente normais, como o verde turquesa, que pode parecer azul ou parecer ter outro tom de verde para diferentes indivíduos”, explica Jacques Ramos.
Não enxergar a cor rosa no tênis ou azul e preto no vestido (cores originais das peças que geraram debate na internet) não quer dizer que haja alguma patologia. A subjetividade ao enxergar as cores é algo natural, de acordo com o oftalmologista, pois as retinas e os cérebros têm funcionamento diferente para cada indivíduo. “Se estivermos de frente para o objeto, sem a alteração de luz e contraste da foto, provavelmente todos vamos enxergar a cor real do objeto, pois haverá menos interferências e filtros”.Para o médico, não há muito sentido em dizer que o uso de um determinado hemisfério do cérebro irá determinar a forma com que as pessoas enxergam as cores, pois a retina do olho envia as imagens capturadas para o lobo occipital, que fica na parte de trás do cérebro.
Confira a suposta imagem real do tênis (que estaria sem a modificação de um filtro):
Viralização
A imagem do tênis e o “teste” sobre qual lado do cérebro é mais usado vêm sendo compartilhados no WhatsApp ao longo desta semana. De acordo com Jacques Ramos, isso acontece porque fenômenos ópticos tendem a gerar grande curiosidade – tanto que há projetos em todo o mundo dedicados a criar imagens que provocam ilusão óptica.
Em breves pesquisas realizadas no youtube, é possível perceber que há vídeos que se contrapões a respeito do mesmo assunto.
O que de fato fica, é a intrigante dúvida, que busca uma resposta concreta sobre esse assunto, que deu o que falar nas redes sociais desta semana.
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