É SÓ QUERER…

É SÓ QUERER…

Enquanto alguns parlamentares esbanjam dinheiro público com jantares e viagens internacionais luxuosas, aviões fretados e gabinetes com mais de 80 assessores, o senador José Reguffe (DF), atualmente sem partido, foi na direção contrária e abriu mão de todas as mordomias que vêm junto com o cargo. Ele se recusa a receber verbas indenizatórias, salários extras, auxílio-moradia, carro oficial, gasolina, viagens internacionais, correios, aposentadoria especial, plano de saúde e mantém apenas nove assessores no seu gabinete. Em três anos no Senado, a economia chega a R$ 6 milhões.

QUEM TE VIU…

O senador Vicentinho Alves (PR-TO) utiliza avião de sua propriedade para viagens no interior do estado e também para o deslocamento até Brasília. Mas quem paga a conta do combustível é o contribuinte, inclusive para ele se dirigir ao local de trabalho. O deputado Giacobo (PR-PR) pagou R$ 25 mil por um voo fretado no trajeto Curitiba/Brasília/Curitiba, quando um voo de carreira custaria cerca de R$ 1 mil. Esses são alguns exemplos dos fretamentos de aeronaves de senadores e deputados pagos com recursos públicos. Câmara e Senado gastaram R$ 3,5 milhões com essa despesa no ano passado.

A PROPAGANDA É A ALMA DO NEGÓCIO

A verba da Câmara Federal destinada à divulgação da atividade parlamentar custou R$ 56,4 milhões no ano passado. Isso representa um quarto da cota para o exercício do mandato, que consumiu R$ 221 milhões. Os deputados imprimem boletins informativos que chegam a 100 mil exemplares, mas investem cada vez mais nas redes sociais, com intensa produção de vídeos. Muitos ainda mantêm a prática de pagar pela veiculação de textos produzidos pela própria assessoria em jornais, sites e emissoras de rádio. Desde o início da atual legislatura, em 2015, o gasto com divulgação já chegou a R$ 158 milhões.

Até por essas bandas, a prática é constante. É preciso divulgar as emendas e explicar o posicionamento nas votações de Brasília. O povo “precisa saber” da grande atividade parlamentar de (somados) 40 anos. Além disso, como por aqui não há trabalhadores, é preciso explicar o voto a favor da reforma trabalhista. E mais: é preciso também divulgar o “outdoor” do trevo da BR  158 com a BR 282. Já que a atividade parlamentar não resolveu o assunto!

OS FORREST GUMP DO SÉCULO XXI

Ao invés de ficarem ricos e famosos pelo trabalho, esforço e superação e atravessar correndo o continente Americano feito Forrest Gump do Século 21, nossos parlamentares preferem ficar famosos pelas roubalheiras e atravessar o continente voando em jatinhos cujas despesas são pagas com dinheiro do povo. 

Apenas dois senadores gastaram R$ 800 mil com viagens pelo mundo nos três últimos anos. O senador Gladson Cameli (PP-AC) consumiu R$ 48 mil com passagens de ida e volta para a Conferência Mundial de Jovens Parlamentares, no Japão, em 2015. Ele fez também a viagem mais cara, no valor de R$ 57 mil, incluindo passagens e diárias, para a República Checa. O senador Ciro Nogueira (PP-PI) gastou R$ 28 mil com passagens para fazer parte do workshop “Consumo Inteligente e Responsável de Bebidas Alcoólicas” nos Estados Unidos, em 2016.

ALTERNATIVA

Com a notícia de tantos voos de um lado para outro, de Brasília para o interior do País e de lá para cá e vice versa, a solução para conseguir voos regulares a partir do Aeroporto Hélio Wassun, não está nas obras, decisões políticas ou negociações com as empresas aéreas. O que a população migueloestina precisa fazer é eleger mais deputados e senadores, de modo que venham passar o fim de semana por aqui. Com isso o movimento aéreo estará garantido.

PROPENSÃO PARA O RIDÍCULO

Não é possível aquilatar o que passa pelo cérebro dos vereadores que apresentaram a moção de repúdio ao ex presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva, e também daqueles que votaram a favor de mais este episódio ridículo que envergonha o Município de São Miguel do Oeste. Este reles escriba, que não quer falar em direito de ir e vir por ser elementar demais, em sua santa e infinita ignorância, sabe das prerrogativas dispensadas pela Nação Brasileira aos ex Presidentes da república Federativa do Brasil. Por que motivo será que aqueles que se auto intitulam “legisladores”, não o sabem? 

Impossível não citar o mais famoso mico pago pela colenda desta terra, onde o Hino não corresponde totalmente à realidade. Foi quando a “gloriosa” declarou uma personalidade, “personna non grata”, por ter exigido do cantor Wando que apresentasse sua carteirinha de músico. O pior é que o vergonhoso episódio passou para os anais da história. 

Agora mais esse. Embora rejeitado por aqueles que tem um pouco mais de discernimento, o episódio irá percorrer o Brasil. Demorou para que os próprios Catarinenses se convencessem que por aqui não havia índios e nem tigres à solta pelas ruas. Mas a ideia dos mentores da ridícula moção irá contribuir para que o País pense que por aqui existem micos e outros bichos maiores soltos pelas ruas.