Proposta da Reforma Tributária teve 375 votos de parlamentares a favor, 113 contrários e três abstenções no segundo turno em dois dias de votação
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Última atualização: 2023/07/07 2:00:39Votação da reforma tributária na Câmara dos Deputados terminou às 1h50 da manhã desta sexta (7) e agora segue para o Senado – Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil/ND
A Câmara dos Deputados aprovou, na madrugada desta sexta-feira (7), a proposta da reforma tributária. O próximo passo é a ida para o Senado, onde a proposta deve ser discutida e votada no segundo semestre.
Os deputados também aprovaram uma emenda aglutinativa, que junta todas as emendas. No entanto, todos os destaques que poderiam mudar partes do texto, foram rejeitados. As informações são do R7.
No segundo turno, foram 375 votos a favor, 113 contrários e três abstenções. Já no primeiro turno, foram 382 votos favoráveis e 118 votos contra. Eram necessários 308 votos para a aprovação da proposta.
Horas antes da aprovação da reforma tributária na Câmara dos Deputados em primeiro turno, nesta quinta (6), a ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, afirmou que a proposta deve ser discutida no Senado até o fim do ano.
“Tem algumas particularidades, acho que é uma Casa que vai precisar de um pouco mais de tempo. E é até bom que se tenha esse tempo”, disse.
Minutos após a proclamação do resultado da votação em plenário, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, publicou no Twitter que “parecia impossível”, mas que “valeu lutar”. Pouco depois, o ministro-chefe da Casa Civil, Rui Costa, afirmou nas redes sociais que a votação favorável da proposta que simplifica os impostos “é mais um passo importante para a reconstrução e desenvolvimento do nosso país”.
Mesmo com a movimentação de Jair Bolsonaro (PL) para que seu partido votasse contra a reforma tributária, 20 deputados do PL disseram “sim” à proposta em primeiro turno. As “traições” não se limitaram à oposição. Partidos da base do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) votaram contra a reforma tributária. É o caso do PDT, que deu um “não”, e do PSOL, que foi responsável pelas três abstenções que a proposta recebeu na primeira votação.
Confira os votos ‘sim’ e ‘não’ por partido
• Avante
SIM: 6
NÃO: 1
• Cidadania
SIM: 4
NÃO: 0
• MDB
SIM: 36
NÃO: 6
• Novo
SIM: 1
NÃO: 2
• Patriota
SIM: 3
NÃO: 1
• PCdoB
SIM: 6
NÃO: 0
• PDT
SIM: 16
NÃO: 1
• PL
SIM: 20
NÃO: 75
• Podemos
SIM: 10
NÃO: 2
• PP
SIM: 40
NÃO: 9
• PSB
SIM: 15
NÃO: 0
• PSC
SIM: 2
NÃO: 1
• PSD
SIM: 39
NÃO: 4
• PSDB
SIM: 12
NÃO: 2
• PSOL
SIM: 10
NÃO: 0
ABST.: 3
• PT
SIM: 67
NÃO: 0
• PV
SIM: 6
NÃO: 0
• Republicanos
SIM: 37
NÃO: 3
• Solidariedade
SIM: 4
NÃO: 0
• União
SIM: 48
NÃO: 11
A mudança no sistema tributário do país prevê nesse momento alterações nos impostos que incidem sobre o consumo.
O texto da reforma tributária prevê a substituição de cinco impostos:
A proposta aprovada também prevê três alíquotas para o futuro Imposto sobre Valor Adicionado (IVA):
A cesta básica nacional de alimentos também foi incluída na alíquota zero. De acordo com o texto, fica instituída a Cesta Básica Nacional de Alimentos, “em observância ao direito social à alimentação, cujos produtos poderão ter redução de alíquota a zero”. A lei complementar definirá os produtos destinados à alimentação humana que comporão a cesta e terão alíquota zero.
Segundo a proposta, o período de transição para unificar os tributos vai durar de 2026 a 2032. A partir de 2033, os impostos atuais serão extintos. Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), relator do texto, propõe o início da transição em 2026. Nessa etapa, o IVA federal terá alíquota de 0,9%, e o IVA estadual e municipal, de 0,1%.
Aguinaldo Ribeiro atendeu ao pedido de governadores e fez mudanças na governança do Conselho Federativo, que vai ser responsável por gerir o IBS. O relator definiu que a composição da estrutura do conselho terá:
As decisões do conselho serão votadas e aprovadas se obtiverem a maioria dos votos que considerem:
O texto aprovado é um novo parecer do relator da proposta, Aguinaldo Ribeiro (PP-AP), apresentado por volta das 18h55 desta quinta (6) com mudanças em pontos que travavam as negociações: o Conselho Federativo, a Zona Franca de Manaus e o setor do agro.
O texto protocolado é uma nova versão do substitutivo inserido no sistema na quarta-feira (5), após negociações com os governos federal, estaduais e municipais e com diversos setores econômicos. De acordo com o relator, é uma versão “em prol de uma reforma tributária mais consensual”.
Além do detalhamento do Conselho Federativo, outra mudança se deu no tratamento diferenciado para a Zona Franca de Manaus e as Áreas de Livre Comércio. A alteração, como aponta o relatório, é “ fruto de importante acordo entre os estados amazônicos e o governo federal”. A proposta garante, ainda, o diferencial competitivo das zonas de processamento de exportação.
As alíquotas dos regimes favorecidos foram reduzidas ainda mais, de 50% para 40% da alíquota padrão. Além disso, a nova versão apresentada nesta quinta (6) retira a referência à lei nº 10.925, de 23 de julho de 2004, na redução para insumos agropecuários, alimentos destinados ao consumo humano e produtos de higiene pessoal, e amplia alíquota reduzida para setores de comunicação como produção jornalística e audiovisuais nacionais.
Veja outros pontos da proposta:
Exceções
A Zona Franca de Manaus e o Simples manteriam suas regras atuais. E alguns setores teriam regimes fiscais específicos: operações com bens imóveis, serviços financeiros, seguros, cooperativas, combustíveis e lubrificantes, planos de saúde.
Correção de desequilíbrios
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