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Sandro Sotilli relembra trajetória no futebol e fala sobre sucesso nas redes sociais

Ex-atacante participou de evento em São Miguel do Oeste e destacou sua jornada nos gramados, a adaptação ao mundo digital e as mudanças no futebol moderno

TVGC

Última atualização: 2025/03/25 1:42:47

O ex-atacante Sandro Sotilli esteve em São Miguel do Oeste para um jogo festivo ao lado de Falcão e outros craques do futebol. Em entrevista à TVGC, o maior artilheiro da história do Campeonato Gaúcho relembrou sua trajetória no futebol, sua transição para as redes sociais e sua relação com os torcedores. “Se eu tivesse que escrever um roteiro da minha história, acho que não seria tão perfeito. Saí do interior de Rondinha, do fundo da grota, e conquistei muito mais do que poderia imaginar”, afirmou.

Sotilli contou que começou jogando no interior do Rio Grande do Sul e que sua primeira grande oportunidade veio no Ipiranga de Erechim, quando já tinha 18 anos. “Hoje a gurizada começa bem mais cedo, mas naquela época eu ainda trabalhava na roça. Caminhava sete quilômetros a pé para treinar e, às vezes, tinha a sorte de pegar uma carona num cavalo”, recordou. Sua carreira foi marcada pelo sucesso nos clubes gaúchos, onde se tornou ídolo e conquistou recordes. “Ser o maior goleador da primeira divisão do futebol gaúcho, com 111 gols, é uma marca que me orgulha muito. Olha quantos atletas passaram pelo futebol gaúcho e deixaram seus nomes na história”, disse Sotilli. Ele também relembrou sua passagem pelo Internacional, em 1997, e o período em que jogou fora do Brasil. “Joguei um ano e meio na China e três anos no México. Era um sonho também, todo jogador tem suas etapas, e essa foi uma das minhas.”

Após encerrar a carreira profissional, Sotilli encontrou um novo público através das redes sociais. “Não precisei criar um personagem. O que vocês veem na internet sou eu mesmo: um cara que gosta de uma cervejinha, de um churrasco de comunidade, de um bailão e de um futebolzinho. É a minha essência”, disse. O ex-atacante revelou que seu sucesso digital começou de forma inusitada. “Um guri de 17 anos criou um perfil no Twitter chamado ‘Sandro Sotilli Gol’ e começou a postar coisas como se fosse eu. Ele nem contou para os pais. Depois de um tempo, nos conhecemos e virou uma parceria de trabalho”, explicou. Hoje, suas páginas no Instagram e Facebook somam mais de 500 mil seguidores. “Se antes o sonho era aparecer uma vez na TV ou no jornal, hoje um vídeo atinge um milhão de pessoas. Mais do que quando eu jogava”, destacou.

O ex-jogador também falou sobre sua mudança de torcida. “Eu era gremista quando criança, mas quando virei profissional, isso perdeu o sentido. Meu maior sonho era fazer gols contra Grêmio e Inter. Quando fui contratado pelo Internacional, em 97, fui muito bem acolhido, fiz amizades e criei um carinho pelo clube. Hoje torço para o Inter, mas sem fanatismo”, revelou. Durante a entrevista, Sotilli comentou sobre as mudanças no futebol ao longo dos anos. “Antigamente, o jogador de 32 anos já era considerado velho. Se fazia um churrasco na segunda-feira, era vagabundo. Hoje se cuida mais, mas também tem muito mimimi”, criticou. Ele lamentou a perda da irreverência no esporte. “Antes, o futebol tinha provocação saudável. Romário, Túlio Maravilha, Renato Gaúcho… hoje, se um jogador imita um mascote na comemoração, já dizem que é desrespeito. Futebol é emoção, tem que ter isso”, opinou.

Ao ser questionado sobre a Seleção Brasileira, Sotilli demonstrou ceticismo. “O Brasil pode ser campeão pelo talento dos jogadores, mas tem muita coisa que a gente não sabe nos bastidores. O futebol virou um negócio”, afirmou. Sandro Sotilli revelou que já escreveu um livro sobre sua carreira e pretende lançar uma nova edição com histórias dos bastidores. “A resenha do futebol é a sobremesa, o que fica depois do jogo. O futebol entre amigos hoje é minha terapia”, declarou. Sobre dinheiro, ele foi direto: “Me ajudou bastante. Para quem nunca teve nada, qualquer real a mais já é lucro. Meu sonho era ter um Fusca e uma casinha, então já está tudo certo.”

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