Santa Catarina tem redução de 47% no número de trotes efetuados para o Samu em 2023

Foto: Aquivo/ TVGC

No segundo semestre de 2023, a Central de Regulação de Emergência (CRU) do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) recebeu 7.341 chamadas classificadas como falsas emergências, representando uma redução de 47% em comparação ao primeiro semestre do mesmo ano, que registrou 13.800 ligações.

Cidades como Joaçaba, Lages e Chapecó são as com o menor índice de trotes no Estado, indicando uma eficácia nas ações educativas promovidas pelo governo catarinense, por meio da Secretaria de Estado da Saúde. O programa EducaSAMU alcançou mais de 42 mil alunos de diversas instituições, abordando os riscos do trote, o acionamento correto do Samu pelo número 192 e os sinais iniciais de Acidente Vascular Cerebral (AVC) e infarto.

Apesar da redução dos trotes, o Samu alerta que essa prática pode custar vidas e prejudicar o trabalho dos profissionais de emergência. “Congestionar a linha telefônica ou encaminhar uma ambulância para uma falsa solicitação de emergência, diminui o recurso disponível e atrasa o socorro a quem de fato precisa”, ressalta Marcos Antônio Fonseca, Superintendente de Urgência e Emergência.

Passar trotes aos serviços de emergência é considerado crime pelo Código Penal Brasileiro, podendo resultar em detenção de um a seis meses, e também é considerado ato infracional gravíssimo pelo Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA).

Dionísio Medeiros, diretor do Atendimento Pré-Hospitalar Móvel, destaca que “Os trotes consomem recursos valiosos, como tempo, dinheiro e equipamentos médicos, que poderiam ser direcionados para situações reais de emergência”.

Além disso, Dionísio também enfatiza que enquanto as equipes estão ocupadas com trotes, alguém com uma emergência médica real pode não receber a assistência necessária a tempo, aumentando o risco de complicações graves ou até mesmo de morte.