Homem de 47 anos é morador de São Bento do Sul, no Planalto Norte, e não tem registro de vacina; município vai ampliar imunização para evitar epidemia
A Secretaria de Estado da Saúde (SES), por meio da Diretoria
de Vigilância Epidemiológica (DIVE/SC), confirmou, na tarde desta sexta-feira
(24), o primeiro caso de febre amarela em humano neste ano.
O paciente está internado no Hospital Nereu Ramos, em
Florianópolis, unidade referência de infectologia em Santa Catarina. O
Laboratório Central de Saúde Pública (Lacen/SC) confirmou o diagnóstico.
O homem de 47 anos é morador do município de São Bento do
Sul, Planalto Norte, e não tem registro de vacina no Sistema de Informações do
Programa Nacional de Imunizações (SIPNI).
Em razão deste caso, o município informou que irá ampliar a
vacinação para grupos que não estavam dentro do público-alvo, como gestantes,
mulheres que estão amamentando, crianças até seis meses e pessoas com mais de
60 anos.
“Toda a população deverá ser vacinada para evitarmos uma
epidemia”, alertou o secretário de Saúde de São Bento do Sul, Manuel Rodrigues
Del Olmo.
O caso de febre amarela no município foi causado pela picada
de um mosquito que havia picado um macaco.Toda a estrutura da Secretaria de
Saúde está sendo mobilizada para ações de prevenção e orientação à população.
Toda a estrutura da Secretaria de Saúde de São Bento do Sul
está sendo mobilizada para ações de prevenção, vacinação e orientação à
população – Foto: Reprodução/NDTV
O posto Central de Saúde estará aplicando vacinas até às 22
horas desta sexta-feira (24) e neste sábado (25) haverá vacinação das 8h às 12h
nas seguintes unidades de saúde: Posto de Saúde Central; ESF-1 Serra Alta;
ESF-3 Centenário; ESF-5 Cruzeiro; e ainda a Unidade de Saúde do bairro Rio
Vermelho Estação.
Mortes de macacos
A DIVE/SC também confirma a morte de um macaco (bugio) por
febre amarela em São Bento do Sul. O animal foi encontrado no dia 10 de
dezembro, na localidade de Rio Vermelho e o resultado foi divulgado pelo
Instituto Carlos Chagas Fiocruz do Paraná, na quinta-feira, 23.
Mais de 60 macacos morreram com suspeita de febre amarela em
2020 no Estado – Foto: Prefeitura de Planalto Alegre/Divulgação/ND
Essa foi a sétima morte de macaco provocada pela doença em
Santa Catarina. No entanto, mais de 60 macacos morreram com suspeita de febre
amarela em 2020, no Estado. As notificações dos óbitos estão concentradas nas
regiões do Planalto Norte (nos municípios de São Bento do Sul, Campo Alegre e
Rio Negrinho) e Médio Vale do Itajaí (Pomerode, Blumenau e Timbó) e seguem em
análise no mesmo Instituto, laboratório de referência para SC.
Febre amarela em SC
A febre amarela é uma doença grave, transmitida por
mosquitos em áreas silvestres e próximas de matas. A vacinação, gratuita, é a
melhor forma de se proteger da doença. É importante ressaltar que a cobertura
preconizada pelo Ministério da Saúde é de pelo menos 95% do público-alvo. Até o
momento, a cobertura vacinal do Estado está em 84%, porém muitos municípios
estão abaixo desse percentual.
“Por isso, reforçamos que todas as pessoas com mais de 9
meses, que ainda não receberam a vacina, precisam procurar uma unidade de saúde
para se proteger. A vacinação é essencial, sobretudo para as pessoas que
residem nos locais onde estão ocorrendo as mortes dos macacos” afirma Ariele
Fialho, chefe de imunização da DIVE/SC.
Casos suspeitos
Os dados registrados comprovam a circulação e expansão do
vírus da febre amarela pelo território de Santa Catarina. Diante disso, é
fundamental que os profissionais dos serviços de saúde estejam atentos para
suspeitar da doença.
“A febre amarela é uma doença de evolução rápida. Quadro
febril agudo de até 7 dias de duração acompanhado de dor de cabeça intensa, dor
abdominal, manifestações hemorrágicas, icterícia e elevação das transaminases
podem ser um sinal da doença. Portanto, é importante solicitar os exames e
seguir o fluxo de atendimento”, alerta João Fuck, gerente de zoonoses da
DIVE/SC.
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