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SC tem queda em número de mortes por HIV, mas vê desafios em cidades pequenas e gestantes

Mortes por HIV tiveram queda em Santa Catarina, mas ainda há desafios pela frente para o Estado

Fonte: ND+

Última atualização: 2023/12/13 8:33:35

Nos últimos dez anos, Santa Catarina registrou queda de 30,7% no coeficiente de mortalidade por HIV/AIDS, que passou de 6,5 para 4,5 óbitos por 100 mil habitantes. O dado, celebrado por profissionais de saúde, revela algumas nuances sobre o tratamento da doença e diagnóstico no Estado.

No entanto, é preciso cautela, aponta infectologistas. Isto porque Florianópolis segue com altas taxas de detecção da doença e municípios pequenos ainda veem desafio.

Mortes por HIV

De acordo com um boletim epidemiológico divulgado pelo Ministério da Saúde nesta segunda-feira (11) em 2022, o estado registrou 455 óbitos tendo o HIV ou a aids como causa básica, 7,8% menos do que os 494 óbitos registrados em 2012.

No entanto, segundo o Dr. Alexandre Naime Barbosa, médico infectologista e Professor da UNESP e Vice-Presidente da Sociedade Brasileira de Infectologia, a doença não precisa mais ser uma sentença de morte.

Para isso, Barbosa explicou que, com o tratamento correto, é possível ficar com a carga viral da doença indetectável e não transmitir mais o vírus.

“É importante lembrar que quem faz o tratamento hoje em dia e tem carga viral indetectável tem a expectativa de vida igual a da população geral e não transmite mais HIV”, explica o infectologista.

Locais remotos

Questionada sobre a dificuldade de acesso ao tratamento para pessoas que moram em comunidades mais distantes e municípios pequenos do Estado, a médica infectologista Regina Valim, gerente de IST/HIV/AIDS e doenças infecciosas crônicas da Dive/SC (Diretoria de Vigilância Epidemiológica de Santa Catarina), disse que há planos para sanar o problema.

“Hoje, a nossa referência continua sendo as Unidades Básicas de Saúde, é lá onde as pessoas que vivem com HIV são tratadas. Para garantir o sigilo dos pacientes a gente têm feito capacitações para explicar a importância deste segredo para não comprometer o tratamento”, elenca.

Há municípios, como Santiago do Sul, o menor do Estado, localizado no Oeste catarinense, por exemplo, que acumulam apenas 1.651 habitantes. Por lá, há apenas uma unidade de saúde com 28 servidores no local. Entre eles dois médicos e dois enfermeiros.

Segundo a médica infectologista, todas as Unidades de Saúde de Santa Catarina tem hoje disponíveis a PrEP (Profilaxia Pré-Exposição), nela a pessoa toma medicamentos antes de se expor ao vírus de HIV.

A PrEP não protege contra outras infecções sexualmente transmissíveis, portanto, é comum combiná-la com o uso de preservativos para uma proteção mais abrangente.

Gestantes

Ainda segundo o estudo, a taxa de gestantes infectadas pelo HIV na capital catarinense é a segunda maior do país: 8,9 (casos por mil nascidos vivos).

No entanto, Valim lembra que se esse dado existe é porque testes são feitos e que, quanto maior a testagem, mais tratamento contra a doença pode ser oferecido.

 

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