André Motta Ribeiro afirmou, na manhã desta terça-feira, que a entrega de equipamentos aos municípios vai possibilitar a ampliação de leitos de terapia intensiva.
O secretário de estado da Saúde, André Motta Ribeiro, afirmou na manhã desta terça-feira (30) que os municípios devem adotar, se necessário, medidas mais restritivas para combater a Covid-19 e negou ter havido flexibilizações por parte do governo estadual. Disse ainda que ao menos 100 leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) devem ser ativados com os equipamentos distribuídos aos municípios na última semana. As informações foram dadas durante entrevista ao programa Bom Dia Santa Catarina (BDSC).
“O estado não está autorizando a flexibilização, mas criando normativas técnicas de retomada de atividades de acordo com a decisão dos prefeitos, regulada pela nossa vigilância. Temos várias notas técnicas de adequação de qualquer tipo de movimento ou de retomada de atividade. Mas reforço que a decisão restritiva parte dos prefeitos, que têm essa prerrogativa. Os municípios não podem flexibilizar o que o estado coloca, mas devem, se necessário, dar um passo atrás e tornar mais restritiva uma ou outra ação. O Estado não flexibilizou, mas trouxe para dentro da região ou município essa responsabilidade (…) O estado mantém o papel de orientador e fiscalizador do processo”, disse.
Sobre a taxa de ocupação de leitos de Unidade de Terapia Intensiva, que está acima de 50% em todas as regiões do estado, o secretário afirmou que esse índice deve melhorar nos próximos dias. Na Foz do Rio Itajaí, o índice chegou a 81,7% na segunda-feira (29), conforme boletim divulgado pelo governo estadual.
“As taxas de ocupação devem se adequar quando esses leitos forem ativados. (…) Nós já devemos ter, no final desta semana, 600 leitos de terapia intensiva novos [ao total] para enfrentamento da Covid-19. Lembrando que o leito de terapia intensiva é a última bairreira na batalha contra a Covid, a gente precisa discutir são outras questões”, disse.
Na entrevista, o secretário da Saúde afirmou que os números têm sido monitorados diariamente, levando em conta o comportamento do vírus, e que a região com mais dificuldade recebe reforços. Desde o início da pandemia, o governo do estado ativou pelo menos 500 leitos de UTI. De acordo com ele, o planejamento inicial, realizado em março, previa a estruturação de mais de 700 novos leitos do tipo.
Motta demonstrou ainda preocupação com o índice de isolamento social e destacou a importância de haver entendimento do papel da sociedade no enfrentamento da crise.
“Nós percebemos que as regiões que estão sofrendo mais são as que precisam investir na discussão do isolamento social e do movimento das pessoas. (…) A regiões que temos risco gravíssimo, na Foz [do Rio Itajaí] e grave, aqui na Grande Florianópolis, o que aponta pela matriz de risco a maior dificuldade é justamente a questão do isolamento social. (…) O cenário de hoje é uma fotografia do que está acontecendo”, afirmou.
Em Florianópolis, a taxa de ocupação dos leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) em hospitais chegou a 84,6% segunda-feira (29), segundo dados da secretaria municipal. Diante dos números, a classificação da Capital catarinense no Covidômetro é de “alto risco”, penúltimo em termos de gravidade conforme a escala que vai de “risco controlado” a “altíssimo risco”.
Falta de insumos
Questionado sobre a falta de insumos em Santa Catarina para enfrentar o vírus, o secretário afirmou que trata-se uma crise que atinge todos os estados. Há mais de 30 dias, de acordo com Ribeiro, a Secretaria da Saúde tem buscado soluções com o Ministério da Saúde, e em parceria com a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) e com o Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass), para fazer aquisições de medicamentos com estoque reduzido.
Segundo o secretário, a portaria que suspende por 30 dias as cirurgias eletivas no estado foi criada levando em conta a baixa dos estoques.
“A grande dificuldade é o fornecimento. Nós estamos mapeando fornecedores que tenham isso em estoque para que a gente possa, de alguma forma, negociar a liberação desses insumos. E eu falo especificamente no ‘kit entubação’ que são medicamentos fundamentais no tratamento do paciente em ventilação mecânica com a Covid-19”, disse.
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