O silo secador familiar e a armazenagem de grãos nas propriedades são assuntos que já está há alguns anos presentes no Espaço da Família Rural, área da Emater RS-Ascar no RS. Essa ideia que surgiu no Rio Grande do Sul foi buscada pela Epagri do Extremooeste e está sendo desenvolvida na região, pois temos uma agropecuária muito forte nas pequena propriedades rurais.
Como a pecuária tanto de corte como a produção de leite está crescendo muito na região e o uso cada vez maior de boa alimentação e a busca pela qualidade e diminuição de custos da ração levaram as famílias rurais a apostar nesta tecnologia do silo secador familiar.
Existem muitos construídos na região e outros em processo de construção. Levantamento recente da Epagri regional constatou que na região de São Miguel do Oeste que abrange 18 municípios foram construídos 56 silos com capacidade para armazenar mais de 65.000 sacas de milho. Em Bandeirante que é um município pequeno com mais de 400 propriedades rurais já foram construídos 5 silos e mais 5 previstos para iniciar a obra.
E a construção, a viabilidade e as vantagens da tecnologia do silo secador de grãos são muitas. A ideia é que o produtor produza, armazene e transforme o grão em ração, com autonomia e economia, dentro da sua propriedade. Com o milho e a soja, ele tem mais de 90% dos ingredientes na propriedade para fazer a fabricação da ração.
VANTAGENS ECONÔMICAS E DE LOGÍSTICAS
São inúmeras as vantagens de agricultor construir o silo na sua propriedade, iniciando pelo baixo custo, retorno imediato e apoio das linhas de crédito através de financiamento pelo Pronaf Mais Alimentos e Menos Juros.
Com a armazenagem na propriedade, o produtor chega a ganhar de R$ 5 a R$ 10 a mais por saco de milho, por exemplo, e ainda fica com o resíduo, que pode usar para alimentação dos animais. Se levar os grãos para uma cerealista, esse resíduo será descontado como impureza. Levando em consideração a economia e a agregação de valor aos grãos, em três a cinco anos o investimento se paga.
Outras vantagens são a manutenção da qualidade do grão e a autonomia, ou seja, ter o produto nas mãos e vender quando o preço está melhor faz diferença.
Proporciona autonomia nos negócios (mantendo grãos na propriedade). Reduz perdas quantitativas e qualitativas. Reduz taxa de secagem, armazenagem e expurgo. Evita frete externo.
Ainda utiliza os fragmentos e outras sementes na propriedade. Agrega valor ao produto (qualidade e valoração). Pode ser secados e armazenados qualquer tipo de grão: milho, feijão, soja…
Baixo custo construtivo (material simples e de fácil construção). Tecnologia limpa, por usar ventilação somente do ar ambiente. Tamanhos diversos. Instalação simplificada. Fácil manejo. Projeto técnico elaborado pela Epagri e linhas de crédito facilitadas como o Pronaf Mais Alimentos e Menos Juros.
AUTONOMIA E QUALIDADE DOS PRODUTOS
O silo seca diversos tipos de grãos com baixa temperatura (ar natural) e proporciona aeração durante o armazenamento (com resfriamento), mantendo a qualidade do produto. É ideal para armazenar sementes, mantendo sua integridade e vigor.
Aumenta a autonomia do agricultor, melhorando a qualidade do produto e diminuindo os custos de armazenamento e transporte de grão são alguns dos objetivos e vantagens alcançadas com a construção de silos secadores nas propriedades rurais.
Baseado nesses princípios é que a secagem de grãos com ar frio é uma tecnologia desenvolvida e amplamente aplicada pela Emater do Rio Grande do Sul e trazida para Santa Catarina pela Epagri, sendo que o primeiro silo como projeto piloto foi instalado na propriedade da família Lizott, localizado na Linha Campo Salles em São Miguel do Oeste – SC.
A tecnologia utiliza ar frio ambiente para secagem e manutenção de baixas temperaturas no armazenamento. O milho deve ser colhido com umidade em torno de 20%: e depois vai baixar até 13%. Uma massa de grãos limpos e íntegros, com manutenção de baixa umidade e baixa temperatura está menos sujeito ao ataque de insetos e fungos.
Segundo o agricultor Jacson Lizott, um dos pioneiros na região, comenta que havia a necessidade de começar a estocar os grãos na propriedade, devido principalmente aos custos de armazenagem, qualidade do grão e transtorno com o transporte. Este último fator era um dos mais complicados, já que para a tarefa era necessário utilizar um trator para buscar os grãos no silo na cidade, correndo riscos e despendendo de tempo para tal atividade, além dos custos para cada operação.
Para alcançar bons e seguros resultados, é imprescindível a execução do projeto técnico, que é resultado de uma boa conversa com a família sobre as suas demandas, análise das condições do local onde deverá ser instalado o silo. Os silos podem ser construídos em diversos tamanhos, conforme a necessidade da propriedade, ou seja, varia de 500 ao máximo pode comportar até 2500 sacas de milho.
MINISTÉRIO DA AGRICULTURA PRETENDE CRIAR POLÍTICA PARA O LEITE
O Ministério da Agricultura pretende criar uma política para o setor leiteiro que será incluída no Plano Plurianual (PPA) a ser lançado em abril. A nova ministra da agricultura do Brasil, Tereza Cristina, recebeu na última semana representantes da cadeia produtiva do leite e de órgãos de governo ligados ao segmento e disse, segundo nota de sua assessoria, que o setor precisa sair da gangorra do sobe e desce de renda, com medidas de curto e longo prazo capazes de trazer equilíbrio à atividade.
Conforme ela, o ministério vai ouvir todos os segmentos para uma ação conjunta em relação ao leite. Tereza Cristina informou estar discutindo com autoridades argentinas uma solução para as importações de leite. O setor nacional reclama da concorrência com o produto argentino, mas alertou que o Brasil não pode criar cotas no Mercosul.
O presidente da Comissão Nacional de Pecuária de Leite da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Rodrigo Alvim, lembrou que o governo brasileiro precisa se manifestar até o dia 6 de fevereiro sobre a renovação ou não do processo antidumping contra a Nova Zelândia e União Europeia.
Até a data, serão mantidas as tarifas de 14,8% para as importações de leite da UE e 3,9% da Nova Zelândia. Ainda conforme o ministério, representante do setor reivindicou acelerar a elaboração do Certificado Sanitário Internacional (CSI) para iniciar as exportações de leite para o México e a China, opções para o escoamento de parte do excedente da produção brasileira.
É importante que o governo adote medidas de proteção aos nossos produtores de leite, pois a atividade corre sério risco entra para mais uma crise e com isso aumentar os prejuízos com o leite, desestimulando os mesmos e como isso forçando a abandonar a atividade leiteira.
As famílias rurais, principalmente as de pequenas propriedades que é o modelo existente na nossa região e no estado catarinense não podem sofrer constantemente essa gangorra, onde me determinada época do ano os preços sobem e depois caem bruscamente, tornando a atividade inviável. Estamos de olho nestas ações.
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