Entidades apontam algumas “anomalias técnicas” que podem afetar o desenvolvimento do município
Fonte: Inácio Rohden/Rádio Raio de Luz FM com informações da Assessoria de Imprensa
Última atualização: 2023/12/06 8:58:02
Foto: Agência IAF – Ascom
O “desconforto” ao setor iniciou com a aprovação da Lei Complementar 15/2023, que prevê que em qualquer zona, as edificações residenciais em alvenaria terão recuo frontal de, no mínimo, um metro. Na redação original, o recuo frontal mínimo previsto era de quatro metros. O projeto foi aprovado por unanimidade em primeira, teve um pedido de retirada de pauta que não foi aprovado, tendo sido votado e aprovado por maioria em segunda votação e ainda teve o veto do prefeito derrubado.
Para as entidades, tal aprovação afronta os princípios e regras criadas para edificação urbana, a história do município e desfaz um planejamento de crescimento da cidade. Para os associados, não houve uma análise mais aprofundada dos impactos que essa redução do recuo pode causar no dia-a-dia dos moradores. Em uma das falas, os associados apontaram questões como desconfortos futuros ocasionados pelo trânsito de carros, pessoas e segurança, caso for aplicada a redução do recuo para um metro, além de outros agravos.
A partir desse encontro, ficou acertada a realização de um estudo técnico pelo Sinduscon e Assenar com a criação de uma Comissão para tratar dos possíveis ajustes e alterações neste artigo da Lei Complementar 02/2011 que refere-se ao recuo frontal em edificações unifamiliares. Todas essas discussões só serão retomadas após o retorno do recesso do Legislativo, em fevereiro de 2024. Por fim, Sinduscon e Assenar sinalizaram o protocolo de uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI), com a tentativa de anular a Lei já aprovada.
O presidente do Sinduscon, Cleonor Malh, agradeceu aos vereadores por aceitarem o convite para o encontro. “A reunião serviu para estreitar os laços entre as entidades e a Casa legislativa, para juntos estudarem as mudanças necessárias para o crescimento de São Miguel do Oeste, em especial o crescimento e desenvolvimento urbano. Entretanto, o que se viu foi que os vereadores, por vezes recebem demandas que não chegam aos ouvidos dos técnicos e os levam adiante sem essa avaliação. Neste caso, o Sinduscon e Assenar, farão um estudo para maximizar o acerto nas mudanças dessa e outras leis que vierem a ser propostas”, disse Malh.
Já para a presidente da Assenar, Franciele Junges, a reunião foi positiva, mas deveria ter sido realizada em momento anterior a votação do projeto de Lei, evitando transtornos e interpretações equivocadas. “Acredito que durante esse período até o encontro de hoje tenha havido um embate muito grande com relação as opiniões do Legislativo frente a sociedade organizada, Sinduscon e Assenar. Toda a manifestação contrária que fizemos em relação a diminuição do recuo frontal das unidades residenciais se deu, primeiramente, por não ser levado em consideração os argumentos técnicos sobre o assunto e a forma precipitada da alteração conduzida pela Câmara de Vereadores, suprimindo audiência pública e a efetiva participação popular, sendo que o plano diretor, como um todo, encontra-se em revisão”, acrescentou a presidente.
Ela ainda ressalta que para os profissionais da área um metro de recuo para todas as regiões da cidade é audacioso. “Nesse sentido nos colocamos a disposição da comunidade para fazer um estudo dos recuos frontais em unidades residenciais, através do zoneamento do município, pensando num crescimento planejado para a cidade”, finalizou ela.
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