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Situação na Venezuela

Elaine Tavares nos ajuda a entender a situação na Venezuela em mais um momento histórico. Enquanto todos os dias nas rádios da região ouvimos barbáries sobre a Venezuela, aqui, um texto completo dessa Jornalista que aprofunda os elementos e explica o que realmente passa por lá. Acompanhe

Última atualização: 2017/08/04 10:34:25

“Apesar de todo o terror promovido pela oposição, a Venezuela votou no último domingo para a nova Constituinte. Mais de oito milhões de votos. E a população não mediu esforços para chegar aos locais de votação, que estiveram sempre lotados. Muitas estradas foram cortadas pelos guarimbeiros, e ainda assim as pessoas conseguiam passar. Muita gente atravessou rios, enfrentou perigos, mas não deixou de comparecer. O CNE teve que garantir um estádio para urnas especiais, justamente para aqueles que não conseguiram chegar aos locais de votação por conta das ações violentas da oposição. Quem acompanhou tudo pelas redes sociais pode perceber a intensa movimentação da população, enquanto os atos de terror tentavam desesperadamente barrar a jornada cívica. Henrique Capriles e Leopoldo López insistiam para que seus partidários saíssem às ruas para inviabilizar a eleição. Eles mesmos não saíram, entregam o serviço para seus seguidores. Ou seja, seguiam fazendo o que tem feito desde que Chávez assumiu o governo em 1998: incentivando a violência. López foi preso por ter insuflado as gentes às guarimbas (trancamento violento de ruas), que deixaram mais de 40 mortos. Há poucas semanas ele ganhou prisão domiciliar e foi o que bastou para que retomasse seus chamados à violência. A mídia comercial internacional parecia não estar vendo a realidade das ruas. Tudo o que mostravam eram os pontos onde estavam os guarimbeiros, e insistiam que aquela gente toda que estava nas filas votando o fazia por medo. A palavra de ordem era fraude. Mas, que fraude pode haver quando metade da população sai às ruas, enfrentando uma virulenta violência, para deixar seu voto na urna? E que medo pode levar um povo a votar num governo que tem invertido a prioridade da renda petroleira desde 1998, em favor das gentes? É muito importante lembrar que a oposição – que passou o dia incentivando a violência – não participou do processo. Não quis participar, recusou-se, apesar do chamado do governo para que disputassem nas urnas a sua proposta. A MUD não veio para as urnas porque sabia que não venceria. Buscou um plebiscito paralelo e viu até onde poderia chegar. Assim que os mais de oito milhões de votos garantidos ontem são chavistas e bolivarianos. Mas, dentro desse grupo também há divergências e divisões. Alguns querem mais radicalidade no governo, outros querem que mude a política econômica com um severo ataque aos banqueiros, outros ainda não querem saber de acordos com a burguesia nacional. Enfim, há uma batalha pelo aprofundamento ou não do caminho ao socialismo. Enquanto o povo venezuelano acorria às urnas para defender o bolivarianismo e o poder popular, a Organização dos Estados Americanos tentava mais uma vez aprovar medidas de intervenção na Venezuela. Não conseguiu. Apenas 13 dos 35 países que conformam a instituição assinaram as declarações intervencionistas, de joelhos diante dos EUA: Argentina, Brasil, Canadá, Chile, Colômbia, Costa Rica, Estados Unidos, Guatemala, Honduras, México, Panamá, Paraguai e Peru.Assim que cumpridas as eleições para a Assembleia Nacional Constituinte a luta dentro da Venezuela certamente vai se ampliar. A oposição não desistirá de promover a violência, já que a guerra econômica não deu muito certo. Apesar de toda a escassez de produtos imposta pelos comerciantes ligados à oposição, a população tem resistido e o governo conseguiu construir uma rede de distribuição mínima que garante pelo menos os produtos básicos. Claro que nesse processo perdeu apoio na classe média, que sempre pende para a direita quando alguma coisa vai mal e exige sacrifícios. Ainda assim é fato que o chavismo ainda tem muito poder no país. Não fosse assim a população não teria enfrentado a possibilidade de morrer para garantir um voto na urna. Afinal, o terror não deu trégua e foram contabilizadas pelo menos oito mortes. Até uma explosão, no final do dia, foi registrada. Nosso vizinho país, a Venezuela, ainda vai viver momentos duros e é muito importante que os brasileiros ofereçam sua solidariedade, sem cair no conto da carochinha que a mídia comercial conta. A mídia mente. Maduro não é um santo, mas também não é o demônio. E o povo venezuelano sabe muito bem o que quer para si. Que se respeite isso”!  Até a Vitória. 

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