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TÉCNICAS E TECNOLOGIAS

Última atualização: 2018/06/15 8:44:29

² A “avant première” do estacionamento rotativo com o devido alarde político dando direito à inauguração de uma obra que, como sempre, satisfaz a uma pequena elite dominante (e como satisfaz), não tem sido lá essas coisas em termos de objetivos finais. 

As mudanças implantadas, embora realizadas por uma empresa contratada que dizem ser especialista, não cuidou somente em dar melhor fluxo à movimentação veicular e resolver a questão dos estacionamentos, mas também e sobretudo agradar alguns frequentadores das escadarias do poder municipal.

TÉCNICAS E TECNOLOGIAS I

No que diz respeito ao estacionamento pago, não é segredo para ninguém que sou (não somente eu) contra a implantação. O meu motivo também é bastante conhecido: a área central da cidade, possui densidade inferior a 30 habitantes por quarteirão de 10.000 m². Considerando que existe um veículo para cada 1,2 habitantes, teríamos aí 25 veículos por quarteirão. Considerando que cabem 150 veículos em cada quadra, sobrariam 125 vagas. Então, o problema não é a falta de espaço. É a mal educação dos moradores, que tiram seus carros da garagem para deixá-los na rua, tomando o lugar de quem não mora na área. O luxo, é outro problema. Todos querem mostrar suas caminhonetas, e para isso tem que deixa-las bem à mostra, além da disposição para caminhar 100 ou no máximo 200 metros, ou mesmo ir a pé para o trabalho, e também resolver definitivamente a questão do transporte público

TÉCNICAS E TECNOLOGIAS II

Com relação às modificações no fluxo de veículos, também há o que comentar. O projeto conseguiu um grande feito, que foi o de transformar parte das ruas Guanabara, Elizabeth, São Pedro e Javari, em vias de grande fluxo. Este caminho está sendo utilizado por quem vem da Zona Sul e deseja atingir os Bairros Sagrado Coração, Salete e Agostini. Não é preciso dizer que ditas ruas são estreitas, curtas e permitem estacionamento dos dois lados. 

TÉCNICAS E TECNOLOGIAS III

O sistema viário não foi hierarquizado. Não foram referidas nem sinalizadas as vias preferenciais e as coletoras. Todas ocupam o mesmo lugar, por isso a imensidão de rótulas dificultando o livre transito de veículos. Esperava-se que isso fizesse parte do projeto. Esperava-se também a fixação de mãos única em maior extensão, tanto no sentido Norte/Sul quanto Leste/Oeste. Da maneira que está sendo implantado, o Centro mais parece um labirinto, como em muitos casos, mão única em apenas três quarteirões. Modestamente sugiro que mãos única devem ser implantadas desde a Avenida Willy Barth até a Salgado Filho e da D. Pedro II até a Florianópolis. 

TÉCNICAS E TECNOLOGIAS III

Os comentários nas ruas, no geral são de expectativa e consciência de que é o começo de um projeto e que a tendência é aperfeiçoá-lo. Não há dúvida que são necessárias algumas alterações, tanto no projeto em si quanto na sinalização, que até o fechamento desta coluna ainda é deficiente, mas também há a consciência de que algo é preciso ser feito na periferia, com a melhoria no pavimento das vias interbairros, como é o caso do Bairro São Gotardo com o Andreatta, São Sebastião com o Estrela e Agostini, Progresso e São Gotardo com São Jorge, São Luiz e Jardim Peperi com Sagrado Coração e Agostini, etc., favorecendo assim o transporte público e o deslocamento de veículos particulares sem a necessidade de passar pelo centro. 

TÉCNICAS E TECNOLOGIAS IV

É necessário limitar as possibilidades de conversões à esquerda, principalmente na Willy Barth e na área central, a não ser em vias de mão única, obrigando dar a volta na quadra seguinte para atingir o destino desejado, como acontece nos grandes centros urbanos. Outra necessidade é estabelecer pontos de retorno, bem caracterizados e sinalizados. Busca-se várias fórmulas para reduzir acidentes, porém não são implementadas medidas concretas. 

Com relação aos semáforos da Avenida Willy Barth, quando o fluxo de veículos estiver no sentido Norte/Sul, não havendo possibilidade de convergir à esquerda porque não há rua, deveria ser possível permitir que os veículos que transitam no sentido contrário tenham a passagem livre. Isso também é prática comum em centros maiores. 

A LAMENTAR

Considerando que estamos no Brasil Varonil, em época de Copa do Mundo e ano eleitoral, os “handicaps” são aplicados em profusão, o que resultam na maior e soberba prática de aberrações. No caso das modificações no trânsito da cidade, têm-se que a mão única de uma rua precisou ser adaptada ao interesse dos colegas comerciantes. Tem o caso de uma “mão inglesa” coisa rara, só conhecida por este reles escriba em Blumenau, cuja extensão não passa de 20 metros. Já foi devidamente batizada de “brete”.  Isso é o fim da picada.

Para neutralizar as lamentações, há a esperança que a clientela dos frequentadores das escadarias do poder diminua por conta do estacionamento pago e das modificações no trânsito, deixando o centro vazio. Mas a história e a voracidade indicam que estes irão se estabelecer na periferia, quebrando com os pequenos estabelecimentos que existem atualmente e praticam atendimento personalizado, desburocratizado e humano. 


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