Em terapia de casal, é comum que aquele que agenda a atendimento terapêutico esteja mais disposto em ver o seu parceiro mudando o comportamento, do a si mesmo. Sendo considerado o parceiro/a que precisa de mudanças, como inadequado ou errado no casamento ou na vida em família. Claro, é também comum desejar que o outro seja mais adequado às suas ansiedades, desejos e expectativas. Pois a vida a dois, principalmente depois de vários anos de convivência, tragam vários sentimentos e ressentimentos e alguma desesperança em relação às capacidades do cônjuge em melhorar sem alguma ajuda profissional.
Algumas perguntas vêm logo no contato telefônico, assim como uma possível “afirmação” de desesperança:
Será que vale a pena investir na terapia?
Quantas sessões precisamos para melhorar?
Qual o valor?
Dizem que ninguém muda ninguém, é verdade?
O último questionamento, já afirmativo, é verdadeiro. Realmente é impossível mudar o cônjuge, porém qualquer pessoa é capaz de implementar mudanças no sentido de salvar a sua relação. O mais adequado é que o casal busque a terapia para ambos e não só para um! Por outro lado, já vi verdadeiras transformações nas relações conjugais e familiares a partir da interação que se criou ao longo do tratamento. Em geral, o tratamento mais funcional é quando, ao longo das sessões, ambos se dispõem à mudança, mesmo que apenas um estivesse disposto no início. Abrir mãos das defesas aumentadas ou criadas durante o casamento ou namoro é vital para a melhora das relações e ou pessoal.
A maioria dos casais busca ajuda quando as discussões tomam conta do dia a dia (mesmo quando assumem que gostam muito uma da outra). Mas quem tem de ceder? Quem tem razão? Quem deve mudar? E o que deve/pode ser alterado?
Continua no próximo artigo…
deixe seu comentário