Uso terapêutico da planta ajuda no controle de dores crônicas, ansiedade e outras condições, reduzindo o uso de medicamentos convencionais
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Última atualização: 2024/11/27 10:48:12O uso da cannabis medicinal tem ganhado espaço no Brasil, e em São Miguel do Oeste, o cirurgião vascular e especialista em medicina endocanabinoide, Dr. Cássio Nakano, já aplica esse tratamento há cerca de um ano e meio. Durante entrevista, o médico explicou como a terapia funciona e destacou os benefícios em diferentes condições de saúde.
“Esse tratamento não é alternativo, mas adjuvante. Ele é feito em conjunto com a medicação de rotina do paciente e busca, além de aliviar sintomas, reduzir o uso de medicamentos alopáticos que causam mais efeitos colaterais”, disse o médico.
Indicações e benefícios
O Dr. Nakano explicou que a cannabis medicinal pode ser usada em várias condições de saúde, como dor crônica, espasticidade muscular, náuseas e vômitos pós-quimioterapia, ansiedade e insônia. “Na dor crônica, o tratamento costuma ter excelentes resultados, com melhora significativa em 70% a 80% dos casos”, afirmou ele, destacando a segurança da substância.
“A cannabis medicinal não é uma droga recreativa. Mesmo na maconha usada para fins recreativos, não há registros de morte atribuídos a ela, pois tem poucos receptores nos centros respiratório e cardiovascular do cérebro, o que a torna segura”, explicou.
Individualização do tratamento
O médico enfatizou que cada paciente recebe um tratamento personalizado. “Não existe uma fórmula padrão. A dosagem é ajustada conforme o quadro clínico, e às vezes uma dose menor traz melhores resultados do que doses altas, que podem causar efeitos contrários”, afirmou.
Ele alertou que o uso sem orientação médica é ineficaz e potencialmente prejudicial. “O que funciona para um paciente pode não funcionar para outro. Por isso, é essencial que o tratamento seja acompanhado por um médico capacitado.”
Resultados locais
Dr. Nakano relatou ter tratado cerca de 20 pacientes na região, com respostas positivas. Ele também apontou o uso do medicamento em casos de demência senil, onde pacientes relataram melhora na função cognitiva e maior interação social.
O custo do tratamento varia entre R$ 250 e R$ 350 por mês, valor que pode ser compensado pela redução de outros medicamentos. “Estamos conseguindo substituir remédios tarja preta, como os usados para insônia, por cannabis medicinal, melhorando a qualidade de vida dos pacientes”, afirmou.
Acesso regulamentado
Para acessar o tratamento, o médico esclareceu que é necessário obter uma receita autorizada pela Anvisa, especialmente para medicamentos importados. Ele reforçou a importância de adquirir o produto de fontes confiáveis para garantir a qualidade.
“Hoje, a cannabis medicinal está regulamentada e sua aplicação tem sido ensinada em escolas de medicina no Brasil. Ainda há preconceitos, mas isso tem diminuído com o tempo”, concluiu o médico.
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