Informações de empresas e veículos também vazaram, diz laboratório de cibersegurança
Mais de 220 milhões de dados pessoais de brasileiros podem ter sido vazados nesta terça-feira (19), afirmou o dfndr lab, laboratório de cibersegurança da Psafe. O número é maior do que o total de habitantes do Brasil, de aproximadamente 212 milhões –o que, segundo a companhia, indica que o vazamento pode incluir informações de pessoas que já morreram e CPFs inativos.
“Ainda não é possível precisar de quando são os dados da base e nem qual a fonte dessas informações. Estamos investigando”, afirmou a Psafe por meio de sua assessoria de imprensa. A companhia afirma que o banco de dados vazado teria exposto o número de CPF, data de nascimento e nome completo de diversos brasileiros –incluindo grandes autoridades do país.
Segundo
Emilio Simoni, diretor do dfndr lab, o risco mais comum em vazamentos deste
tipo está voltado para golpes de phishing –quando criminosos disfarçam um meio
de comunicação eletrônico (como um email) de uma empresa ou entidade confiável
e tentam obter informações confidenciais.
“Uma
vez que o cibercriminoso tenha o CPF e outros dados reais da pessoa, seria
fácil se passar por um serviço legítimo e utilizar engenharia social para
obter dados mais críticos da vítima, que poderiam ser utilizados para
pedir empréstimos, senha de banco e contratações de serviços, por exemplo”,
disse o executivo.
O
vazamento também teria exposto informações detalhadas sobre 104 milhões de
veículos, contendo número do chassi, placa do automóvel, município, cor, marca,
modelo, ano de fabricação, cilindradas e o tipo de combustível utilizado.
Ainda
teriam sido vazados dados de 40 milhões de empresas, como CNPJ, razão
social, nome fantasia e data de fundação.
Segundo
o diretor da dfndr lab, o alto valor dessas informações para cibercriminosos
tem feito com que esses dados sejam cada vez mais comercializados na dark web
–espaço no qual o rastreamento dos computadores usados para acessar os sites é
praticamente impossível.
“Os criminosos disponibilizam parte das bases
para comprovar a veracidade das informações obtidas e tentam de alguma forma
lucrar com esses incidentes, vendendo dados mais aprofundados como emails,
telefones, dados de poder aquisitivo e ocupação das pessoas afetadas”, disse
Simoni.
A
partir de agosto deste ano, a LGPD (Lei
Geral de Proteção de Dados) vai prever penalizações para este
tipo de vazamento, que vão desde sanções administrativas a multas de até R$ 50
milhões por infração para as companhias responsáveis.
Segundo
a dfndr lab, os pesquisadores seguem investigando como essas informações teriam
sido obtida. Ainda não há detalhes ou informações concretas sobre os
responsáveis.
deixe seu comentário