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Veigamed sabia que não poderia entregar respiradores

Fornecedor avisou outros compradores de que não havia mais equipamentos disponíveis

Última atualização: 2020/06/08 1:59:06


Força-tarefa, em coletiva de imprensa no sábado (6) – Foto: Polícia Civil/Divulgação

O documento entregue pela força-tarefa que apura a compra dos 200 respiradores da Veigamed mostra que, antes mesmo do pagamento realizado pelo Estado, já se sabia que não seria possível a chegada dos equipamentos. Em 30 de março, o representante da empresa CIMA no Brasil, Samuel Rodovalho, que faria o meio de campo para a compra dos equipamentos, repassou notícia para outros compradores, mas não para o Estado. 

A força-tarefa diz no documento que “tal fato era de conhecimento dos investigados, uma vez que o representante da empresa CIMA no Brasil, Samuel Brito Rodovalho, no dia 30 de março de 2020, ao realizar uma reunião com representantes da RTS Rio S/A e do Hospital Albert Einstein […] informou que não havia mais respiradores disponíveis”. 

O pagamento pela Secretaria de Saúde de SC aconteceu somente em 2 de abril. Mesmo com a ciência de que os respiradores prometidos do Panamá não estavam mais disponíveis, o empresário Fábio Guasti, que representou a empresa Veigamed na negociação, pressionou os servidores Márcia Pauli (ex-superintendente de Gestão Administrativa) e José Florêncio da Rocha (coordenador do Fundo Estadual de Saúde) para que o pagamento adiantado fosse realizado. 

Segundo a força-tarefa, a empresa RTS Rio S/A e o Hospital Albert Einstein são instituições que também manifestaram a intenção de adquirir ventiladores pulmonares. Sem os equipamentos, foram avisados da frustração da compra. O encontro foi acompanhado pelo advogado César Augustus Martinez Thomas de Barros, apontado como um dos articuladores do esquema. 

Segundo o documento, o fato foi confirmado por Rodovalho ao ser ouvido pelos investigadores. “Mesmo ciente da informação, conforme demostrado pelas Autoridades investigantes, o investigado Fábio Deambrósio Guasti mantinha contatos cobrando e pressionando servidores do Estado de Santa Catarina para que fosse realizado o pagamento dos valores da transação”, diz o texto.

Força-tarefa, em coletiva de imprensa no sábado (6) – Foto: Polícia Civil/Divulgação

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