Em novo escândalo, documentos apontam que quase 17 mil carros foram colocados à venda sem autorização, segundo revista alemã. Unidades de teste eram para homologação, não comercialização
Depois do escândalo com a fraude de motores a diesel, os testes com humanos e macacos e a investigação sobre as relações da empresa com a ditadura brasileira, a Volkswagen está envolvida em mais uma polêmica na Alemanha. Documentos internos apontam que a montadora vendeu carros experimentais “sujeitos a problemas” para clientes, em vez de destruí-los. A denúncia foi feita pela revista alemã Der Spiegel, que teve acesso aos papéis.
Segundo a publicação, quase 17 mil carros pré-série foram comercializados como se fossem carros comuns, de produção. Mas, por serem unidades utilizadas nas fases iniciais da produção de um novo modelo, não foram certificadas para rodarem pelas ruas. A revista afirma que esses carros não passaram por “testes e correções”, então podem apresentar falhas. Os carros teriam sido vendidos na Europa e nos Estados Unidos.
Para piorar a situação, os documentos apontam que o atual CEO da empresa, Herbert Diess, sabia desse caso desde pelo menos julho de 2016. Apesar disso, a empresa demorou dois anos para reconhecer publicamente a venda dos carros pré-série. Segundo a Handelsblatt, outra publicação alemã que apurou o caso, 4 mil dos 17 mil carros foram vendidos entre 2016 e 2018. Ou seja: o CEO também não teria adotado nenhuma medida interna para interromper essa prática.
Ao menos dessa vez, o caso não atinge outras empresas do grupo Volkswagen, apenas a própria Volkswagen.
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