Chuva branca, como relata Carlos Marcon, foi vista por moradores no mês de agosto
Filho de família gaúcha, Carlos Marcon foi o único a nascer
em Chapecó, no Oeste de Santa Catarina. No ano de 1965 ele conta que o mês de
agosto foi de um período chuvoso, marcado pela enchente quando o Rio Uruguai
transbordou e atingiu as comunidades ribeirinhas que habitavam às margens.
No dia 21 de agosto daquele ano, em uma manhã fria, se
esperava a geada, mas a surpresa foi ter encontrado “chuva branca que pareciam
pétalas e que flutuavam e saiam calmamente”, como conta Carlos.
Ele, com seis anos, e o irmão Ajuvino Marcon, com 26,
presenciaram esse momento juntos da janela do quarto. O espetáculo da natureza
foi apreciado pela maioria pelos moradores, inclusive muitas edificações
precisaram tirar camadas de neve dos telhados por receio que viessem a baixo.
Bonecos de neve foram construídos e muitos famílias saíram
das casas para brincar na neve. Naquela época, os registros, na maioria das
vezes, se limitavam às memórias, pois máquina fotográfica era instrumento de
fotógrafo profissional, por isso poucos registros caseiros foram feitos no dia.
Possibilidade de neve
Nesta quinta-feira (20), a expectativa era de presenciar
esse fenômeno histórico. Conforme o meteorologista Piter Scheuer, que possui
uma estação meteorológica particular no quintal de casa, em Chapecó, ressalta
que “mesmo que a possibilidade existisse, ainda assim a temperatura teria que
estar muito baixa para que a neve ocorra, o que é difícil”.
Apesar disso o frio está garantido. E, caso ocorra
verdadeiramente o fenômeno no dia de hoje, completaria um ciclo de 55 anos
desde que foi presenciada a neve na região Oeste catarinense.
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