O presidente do Líbano classificou de 'inadimissível' o produto químico altamente perigoso e explosivo não possuir medidas de segurança
A explosão devastadora que ocorreu em um armazém no porto de Beirute, deixando mais de 100 mortos e milhares de feridos, pode ter sido ocasionada por 2.750 toneladas nitrato de amônio. O produto químico é comumente utilizado na fabricação de fertilizantes e inseticidas, mas já foi usado em atentados, como o de Oklahoma.
Para se ter uma ideia, em 1995, 168 pessoas morreram e outras 680 ficaram feridas em um ato terrorista, em Oklahoma City. Na ocasião, foram duas toneladas de nitrato de amônio, ou seja, mil vezes menos do que explodiu nesta terça-feira, na capital do Líbano.
O presidente do país, Michel Aoun, classificou de “inaceitável” que 2.750 toneladas de nitrato de amônio estivesse no porto há 6 anos, a caminho da África, sem as medidas de segurança necessárias, já que o material é altamente explosivo. Ele afirmou que os responsáveis pelo material vão enfrentar punições severas.
Mortos e feridos
A onda de impacto da megaexplosão foi tão forte que a sensação foi de um terremoto de 4.5 na escala richter. Além dos mortos e feridos pelo fogo, milhares de pessoas ficaram feridas por estilhaços de objetos e vidros.
O governo do Líbano e a Cruz Vermelha informaram nesta quarta-feira (5) que as explosões na zona portuária de Beirute causaram mais de 100 mortes e que quatro mil pessoas ficaram feridas.
Foi necessário ainda aumentar o policiamento nas ruas porque as pessoas estavam em pânico, porque acreditavam que a explosão era fruto de um ataque terrorista. Segundo as autoridades locais, os danos foram sentidos em pelo menos metade da cidade.
Os hospitais de Beirute estão lotados de vítimas e familiares em busca de atendimento e o cenário é semelhante a destruição causada por uma guerra. Nas redes sociais, uma campanha está convocando as pessoas para irem doar sangue, já que os hospitais não possuem estoque suficiente para atender a todos que precisam.
Crise econômica
O país atravessa uma das piores crises econômicas e a megaexplosão poderá tornar a vida ainda mais difícil na capital do Líbano. Ainda não é possível saber, mas o impacto econômico será relevante, já que muitos comércios foram afetados, o que pode aumentar o número de desempegados.
Além disso, a área portuária também sofreu inúmeros danos, o que poderia impedir a carga e descarga de produtos por um tempo. Somado a este novo cenário, os libaneses estão sofrendo com a hiperinflação, desvalorização da moeda local e uma massa de desempregados.
Beirute também vem sendo atingida por apagões e racionamento de energia elétrica.
Pandemia do coronavírus
A megaexplosão desta terça-feira pode impactar também no combate a disseminação do novo coronavírus no país, já que hospitais que estavam cuidando de pacientes com covid-19 tiveram que abrir suas portas para atender os milhares de feridos.
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