Home Após live com grupo de empresários, governador de SC nega em nota pedido de cerceamento da imprensa

Após live com grupo de empresários, governador de SC nega em nota pedido de cerceamento da imprensa

Governo do Estado está mergulhado na polêmica da compra de respiradores por R$ 33 milhões. Caso virou

Última atualização: 2020/05/09 9:00:56


Foto: Reprodução Internet

O governador de Santa Catarina, Carlos Moisés se manifestou por meio de nota acerca das supostas declarações dada por ele em uma live restrita a empresários. A informação foi publicada pelo Diário Catarinense, na Coluna de Upiara Boshi. Segundo o colunista, Moisés realizou uma live “para um público selecionado de empresários” e “justificou as medidas que vêm sendo tomadas em Santa Catarina para enfrentar a pandemia do coronavírus e defendeu seu governo no episódio da polêmica compra de 200 respiradores por R$ 33 milhões”. 

Conforme Boshi, aos empresários reunidos virtualmente, Moisés admitiu que a operação foi realizada quando vivia momento de “verdadeiro desespero” com a necessidade de ampliar a capacidade de atendimento de UTI no Estado. O governador teria ainda criticado a cobertura realizada pela imprensa catarinense ao caso, em tom de desabafo. Segundo a coluna, Moisés “chegou a sugerir aos empresários que pressionassem os  meios de comunicação usando a condição de anunciantes para garantir, nas palavras dele, “um recado muito claro de um jornalismo decente que tem que ser praticado, responsabilizar esses veículos”.

Em contraponto, Moisés divulgou uma nota de esclarecimento em que nega ter sugerido o cerceamento da imprensa. “Em momento algum propus cercear a liberdade de expressão de empresas ou de jornalistas. Minha fala se refere a um grupo diminuto que se utiliza do mais importante instrumento democrático – o jornalismo – para, de maneira parcial, manchar a reputação de pessoas ou instituições sem lhes permitir o direito ao contraditório e à preservação da imagem”, escreveu.

O governador ainda justificou o apelo feito aos empresários em suas condições de anunciantes nos veículos de imprensa. “O apelo aos empresários, que também ajudam a manter o sistema de comunicação, é no sentido de reconhecer a legitimidade dos mesmos a participarem da discussão deste modelo carcomido e irresponsável, insistentemente utilizado por uma minoria, mas que tem o poder de causar profundos e irreparáveis estragos nas vidas de muitas pessoas”, disse.

CONFIRA A NOTA NA ÍNTEGRA

**NOTA DE ESCLARECIMENTO**

Quando discutimos respeito e ética no jornalismo profissional percebemos o quanto ele representa como fonte de informação confiável que se traduz em pilar da democracia, agindo em prol da sociedade, tendo, dentre outros, o compromisso com o interesse público.

Veículos de imprensa, seus colaboradores e jornalistas são a voz dos desvalidos, são as pontes para a correção de injustiças e irregularidades, inclusive no poder público, pois descortinam o que nem sempre está às claras, investigam e promovem a justiça.

Enquanto cidadão ou homem público sempre me pautei pelo absoluto respeito à imprensa e aos seus profissionais. De outra via, não posso me calar enquanto assisto uma parcela de profissionais que busca dar respostas a fatos que ainda são objeto de investigação não madura ou conclusiva, emitindo pré julgamentos, afirmando na dúvida, induzindo a opinião pública a conclusões precipitadas. 

Em momento algum propus cercear a liberdade de expressão de empresas ou de jornalistas. Minha fala se refere a um grupo diminuto que se utiliza do mais importante instrumento democrático – o jornalismo – para, de maneira parcial, manchar a reputação de pessoas ou instituições sem lhes permitir o direito ao contraditório e à preservação da imagem. O abandono da prudência e da espera pelo avanço ou conclusão de investigações causa, injustamente, prejuízo moral irrecuperável, incita o ódio numa sociedade tão carente de propósitos e de esperança em dias melhores.

O apelo aos empresários, que também ajudam a manter o sistema de comunicação, é no sentido de reconhecer a legitimidade dos mesmos a participarem da discussão deste modelo carcomido e irresponsável, insistentemente utilizado por uma minoria, mas que tem o poder de causar profundos e irreparáveis estragos nas vidas de muitas pessoas.

Seguirei firme na proteção da vida dos catarinenses em meio à pandemia, não tendo compromisso com o erro.

Carlos Moisés da Silva

Governador do Estado de SC


Foto: Reprodução Internet

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